Publicado em 12/07/2021 às 08:15:00
Em breve, Patrícia França estará em dose quádrupla na TV. Já no ar com as reprises de Prova de Amor (2005), na Record, e Malhação: Sonhos (2014), na Globo, a atriz também marca presença a partir desta segunda-feira (12) no Viva com a estreia de Sonho Meu (1993), uma de suas primeiras novelas. Para completar, logo estará na inédita Gênesis, integrando o elenco da fase final, que deve começar em agosto.
A variedade de trabalhos em exibição acompanha o fim de um hiato de seis anos de papéis inéditos da atriz na televisão. Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, Patrícia França fala sobre o atual momento da carreira, com as gravações de sua primeira novela bíblica em meio à pandemia. Ela também recorda o início meteórico da carreira nos anos 1990: suas três primeiras experiências na Globo foram como protagonista.
Em Sonho Meu, ela deu vida à mocinha Cláudia, papel conquistado no rastro de seu sucesso na minissérie Tereza Batista (1992) e em Renascer (1993). “Apesar de ser meu terceiro trabalho na TV, eu me considerava uma estreante. Estava realmente entendendo o que era fazer uma novela. Em Tereza Batista, eu tinha uma quantidade cavalar de trabalho, fiz todas as fases da vida da personagem, mas era uma minissérie.”
Em Renascer, ela deu vida a Maria Santa, personagem central da primeira fase. Dirigida como o apuro artístico de Luiz Fernando Carvalho, “era como se estivesse fazendo cinema”, recorda a atriz. O casal formado com Leonardo Vieira na trama fez tanto sucesso que a dobradinha entre os dois se repetiu em Sonho Meu, novela de Marcílio Moraes que será reprisada pela primeira vez em 28 anos.
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“Minha principal lembrança sobre Sonho Meu é a Pavanelli, que era uma criança prodígio”, conta Patrícia França. Ela se refere à ex-atriz Carolina Pavanelli, destaque na história com apenas 6 anos na pele de Laleska, filha da mocinha. “Ela era muito equilibrada, sem aqueles vícios da criança que começa a trabalhar cedo e fica famosa. Na hora de gravar, era uma profissional, e fora da gravação uma criança como as outras.”
Dos bastidores, Patrícia também guarda a boa lembrança de contracenar com a veterana Beatriz Segall (1926-2018) e de se divertir com Eri Johnson e Fábio Assunção: “Falava com o diretor [Reynaldo Boury] que eu não podia fazer cena com eles juntos porque os dois me faziam rir muito”. As recordações envolvem ainda a dificuldade em se habituar ao ritmo industrial da TV: “Vivia exausta. Eu só gravava, não tinha vida social”.
“Estava sozinha, com todos meus amigos e família em Recife. Tereza Batista eu gravei em Sergipe e na Bahia, então eu ainda estava por ali, dentro da minha cultura. Quando fiz Sonho Meu, vim para o Rio de Janeiro de fato. Sentia muita falta da minha família. Minhas contas de telefone eram astronômicas... Já me sentia muito madura, embora não fosse. Tive uma carga muito pesada de responsabilidade, não só de trabalho, mas também emocional, que acabou me servindo de lição. Por isso, guardo esses primeiros trabalhos com muito carinho e muito orgulho.”
“Sinto falta de o cinema ou a televisão não terem feito um remake de Tereza Batista. É uma personagem tão importante do Jorge Amado quanto Tieta, Gabriela e Dona Flor. Tem uma carga dramática, é uma personagem muito completa. Já faz tanto tempo, acho que a história merecia uma nova versão.”
“Do meio para o fim da novela, ainda resolvi fazer teatro! Foi uma lição que aprendi na época: não se deve fazer teatro enquanto se protagoniza uma novela”, diverte-se a atriz, que mesmo com o sucesso na TV nunca tirou os pés do palco. “Em Recife, eu fazia teatro desde os 9 anos. E o conselho que eu ouvia da minha professora era: ‘Você não pode nunca deixar de fazer teatro’. Sempre tive isso em vista.”
“Eu via que estava sendo cobrada ao máximo, então eu tinha que ter suporte para atender àquelas cobranças. E a escola do ator é o teatro. Queria estar no palco. Não entendia muito – e talvez isso tenha sido bom – que eu precisava curtir aquele glamour, posar para capas de revistas, ir às festas… Não fiz nada disso! Sempre me desglamurizei. Eu estava atrás de me suprir, me alimentar com conhecimento, prática, trabalho.”
Não à toa, seu último papel em novelas foi em Malhação, em 2015. Neste tempo longe da TV, ela se dedicou a um musical e outras montagens. “Gosto de fazer aquilo que me deixa feliz. Como não apareceu nada que me apetecesse [nesses seis anos], preferi não fazer. Chegou um ponto da minha vida em que quero estar feliz e realizada no trabalho. Também em teatro, recebi propostas que não me atraíram. Aí eu prefiro ficar em casa (risos).”
Bila, uma das concubinas de Jacó (Petrônio Gontijo) na sétima e última fase de Gênesis, marca o retorno de Patrícia França à TV. Atualmente, ela grava suas cenas para a trama, que devem ir ao ar em agosto. Será sua primeira experiência em tramas bíblicas da Record. “Como é uma linguagem muito peculiar, passamos por um trabalho de preparação de atores muito interessante”, relata.
“Todos os atores passam por uma coach, por estudo do texto e exercícios de teatro. Outro dia eu estava vendo o making of de Drácula de Bram Stoker [filme de 1992], e curiosamente achei semelhante a preparação de atores do [diretor Francis Ford] Copolla com o que a Record tem feito. Os historiadores também me deram um approach de como seria essa personagem, uma concubina, como se portava essa mulher.”
Para a atriz de 49 anos, Bila foi uma grata surpresa. “É uma personagem muito interessante. Aceitei fazer com certo receio, porque a mulher pré-cristã ainda está em um lugar de muita submissão. E ainda uma concubina… Mas ela tem uma história bacana, é uma guerreira, meio subversiva. É um tom difícil. Não é fácil fazer novela bíblica, tem sido desafiador.”
Outro desafio é gravar em meio à pandemia da Covid-19, seguindo os protocolos nos estúdios. Ela conta que os atores fazem exames a cada seis dias e passam a maior parte do tempo de máscaras. Novos testes são realizados antes das cenas de beijo; na trama, Bila vive um romance com Ruben, personagem de Felipe Cunha.
“Acho bacana a iniciativa da Record de manter as pessoas empregadas. Não sou negacionista, sou a favor de as pessoas ficarem em casa, mas ao mesmo tempo sou a favor que elas trabalhem, por uma questão de sobrevivência material e também psicológica. Se você não produz, o seu psicológico fica ruim e isso atua na sua imunidade também. Fazendo com cuidado, é possível.”
“Engraçado, não tinha me dado conta disso... Estarei quatro vezes no ar! (risos) São trabalhos tão diferentes, em que apareço em várias fases da minha vida. Tenho um carinho especial pela Diana, de Prova de Amor (foto). Uma personagem tão urbana,.. Era como fazer um filme de ação, me divertia muito. Vai ser engraçado poder fazer esse paralelo com as outras personagens.”
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