Publicado em 13/06/2021 às 08:29:57
Na semana passada, o Canal Viva anunciou a novela que irá substituir A Viagem em uma das faixas de reprises do canal a cabo do Grupo Globo. Trata-se de Paraíso Tropical (2007), folhetim nunca reprisado na Globo e que vinha sendo pedida pelo público brasileiro. Mas mais do que rever a história das gêmeas Paula e Taís (ambas vividas por Alessandra Negrini), o telespectador terá a chance de rever o último trabalho de Wagner Moura nas telenovelas brasileiras.
Quando Paraíso Tropical estreou, Wagner Moura estava longe de ser o astro internacional que ele se tornou, com direito até a indicação ao Globo de Ouro. Ao contrário, a novela marcou o debute do artista na faixa das 21h, depois de começar a ganhar destaque na emissora carioca. Agora, com a volta da produção no Viva, o vilão Olavo estará todos os dias na tela novamente.
Muito ligado ao cinema, Moura fez pouca televisão e quase nada de novelas - apenas duas - ao longo de toda a sua carreira. Ele foi o mocinho de A Lua me Disse (2005) e o antagonista, considerado um dos personagens mais memoráveis de toda a novela, em Paraíso Tropical. Mas não foi apenas seu trabalho no folhetim de Miguel Falabella anos antes que o colocou no radar para ser um dos personagens principais da produção das 21h.
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Em seu currículo também consta, em 2006, o principal papel da minissérie de Maria Adelaide Amaral, JK, em que Wagner Moura dividiu com José Wilker o papel de interpretar ninguém menos que o ex-presidente brasileiro Juscelino Kubtschek. Com isso, ele recebeu a chance de dar vida a Olavo, o icônico vilão que se envolvia com uma garota de programa, Bebel (Camila Pitanga), numa conturbada relação que acabou virando cult e sempre é relembrada pelo grande público e considerado um dos casais inesquecíveis de nossa dramaturgia.
Menos de dois anos depois de ser o vilão de Paraíso Tropical, Wagner Moura explodiu no mundo ao interpretar o Capitão Nascimento, um heroi improvável no filme Tropa de Elite, que conquistou diversos prêmios importantes do cinema mundial e que fez tanto sucesso de bilheteria, que ganhou uma continuação em 2010.
Desde então, o ator passou a se dedicar ao cinema e passou anos fazendo pequenas participações na TV brasileira, como em A Menina Sem Qualidades (2013), da antiga MTV e recusou todos os convites que recebeu para fazer outra novela. Mas enquanto começava a trilhar seu caminho como ator de cinema em Hollywood, ele recebeu uma oportunidade que o transformaria num astro internacional.
Em 2014, Moura foi confirmado como o protagonista de Narcos, a série original da Netflix e que seria produzida por José Padilha, com quem ele já havia trabalhado em Tropa de Elite. E se no filme nacional ele deu vida a um heroi, dessa vez o ator protagonizaria a série com o papel do traficante Pablo Escobar.
Por três temporadas, Moura foi visto no mundo todo como o personagem e chegou a receber uma indicação ao Globo de Ouro pelo papel. Depois da morte de Escobar na série, o ator já esteve em outros projetos, como o filme Sérgio, também da Netflix e produziu, escreveu e dirigiu o filme nacional Marighela.
Com tanto trabalho internacional, fica cada vez mais difícil imaginar a volta de Wagner Moura para as telenovelas num futuro recente, por isso o retorno de Paraíso Tropical é uma rara oportunidade de ver o artista atuando no principal formato de dramaturgia brasileira.
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