Publicado em 23/01/2021 às 16:30:00
A atriz Monica Siedler viveu sua única experiência na televisão na pele de Socorro, a fiel escudeira de Íris, personagem de Deborah Secco, em Laços de Família, atualmente em reprise no Vale a Pena Ver de Novo, na Globo. Aos 40 anos, ela se afastou das novelas, mas não da arte: é professora de dança na Universidade de Blumenau, em Santa Catarina, e também dá aulas de interpretação online durante a pandemia.
"Quando penso na Socorro, me lembro de como foi incrível viver essa experiência de trabalho na TV. Sou uma atriz de teatro e, claro, gostaria de experimentar novos papéis na televisão. Não cheguei a procurar por isso, mas é uma faceta da profissão interessante. É que as situações da vida me levaram mais para o palco do que para a tela", avaliou Monica Siedler, em entrevista a Patricia Kogut.
Em Laços de Família, Socorro é testemunha de boa parte dos abusos cometidos por Pedro (José Mayer) contra Íris e também contra a amante dele, Cíntia (Helena Ranaldi). Nesta semana, a Globo cortou a surra dada pelo peão na primeira. A personagem passa ao largo da polêmica: tímida e fazendo a linha bicho do mato, ela acaba apaixonada por um funcionário do haras, o atrapalhado Severino (Cláudio Gabriel).
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Filha de brasileiros, mas nascida na Escócia, Monica Siedler viu sua popularidade nas redes sociais crescer desde que a personagem começou a ganhar destaque na trama novamente no ar, 20 anos após a exibição original. Para ela, cenas de machismo e relacionamentos abusivos na trama escrita por Manoel Carlos, que têm chamado atenção durante a reprise, têm função pedagógica.
"Enxergo esse valor na possibilidade de a gente discutir. É legal olhar para algo que aconteceu há 20 anos e perceber que as coisas se transformaram. As pessoas estão olhando para o passado, para a história, de modo diferente. Acho importante esse comportamento. Ainda mais porque neste período de isolamento a gente viu o feminicídio crescer", opinou a intérprete de Socorro.
Ela prosseguiu: "O que acontece é que agora está mais evidente e a gente olha com mais sangue nos olhos. Mas naquela época já gerava desconforto. Não digo que devemos olhar para o passado julgando-o, e sim para aprender. Hoje em dia, muita coisa não iria ao ar, com certeza. Assim como no humor muitas piadas já não são mais feitas. Acho maravilhoso. Temos que aprender".
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