Publicado em 15/02/2023 às 04:00:00,
atualizado em 15/02/2023 às 09:34:52
Se a Netflix global está apostando que o fim do compartilhamento de senhas pode fazê-la recuar em parte do número de assinantes, no Brasil a situação é diferente. A empresa não vê chance das assinaturas cederem quando o novo modelo começar a entrar em vigor no país. Ainda assim, a plataforma se precaveu preparando um plano para atender a demanda e abocanhar clientes que compensem as possíveis perdas.
Segundo apurou o NaTelinha, nos próximos meses o serviço de streaming começa a bloquear o compartilhamento de senhas no Brasil. Para os EUA, a empresa já explicou o critério que será adotado: cada assinante terá que cadastrar uma casa (um IP) como sua residência fixa. Além dele, o assinante terá direito a usar outro local por sete dias, para compensar as viagens. E só.
O plano deve ocorrer no Brasil e a expectativa da Netflix é que não haja grandes perdas de assinantes. Atualmente a plataforma conta com mais de 20 milhões de assinaturas, embora tenha tido um viés de recuo em 2022 por conta da crise financeira. Levantamento encomendado pela multinacional a que a reportagem teve acesso aponta que nem 5% dos clientes cogitam deixar de assinar por causa do novo critério.
Ainda assim, 5% representariam cerca de 1 milhão de brasileiros. Essas pessoas poderiam se afastar por se sentirem prejudicados, já que a família usa em até 5 residências e isso se tornaria impeditivo. Também há grupo de pessoas que teria de cancelar porque não consegue pagar, já que as faturas são divididas com amigos. Por causa disso, o novo plano de negócios da empresa deve abraçar essa parcela.
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O NaTelinha ouviu de representantes da Netflix no Brasil e confirmou que parte significativa dos assinantes utiliza a plataforma todas as semanas, ou seja, é considerado ínfimo o número de clientes que não acessa o catálogo. Diante disso, a cúpula do serviço de streaming entende que os clientes só se afastariam por conta da questão financeira, que será resolvida com planos mais baratos.
Se atualmente uma pessoa assina com direito a quatro telas simultâneas, paga R$ 55,00. Ele poderá diminuir para o plano mais barato, com publicidade, por cerca de R$ 18,00, ou seja, um terço do valor total. Como a pesquisa da plataforma indica que normalmente senhas compartilhadas são pagas por duas pessoas, no máximo, a ideia é essa.
Diante deste formato, há uma corrente que defende até que, com o fim do compartilhamento de senhas, poderá ocorrer aumento de assinantes, embora com valores menores. Esta não é a expectativa real da empresa, que acredita se manter na casa dos 20 milhões em 2023 e liderar com folga o ranking do streaming no Brasil.
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