Globo aposta em "morde e assopra" para demitir diretores do alto comando
Emissora oferece "consultoria de transição de carreira" ao dispensar executivos cujos contratos envolvem rescisões milionárias
Publicado em 08/02/2023 às 04:00
A Globo vem apostando em um sistema de “morde e assopra” para demitir diretores de alto comando da emissora. Já há algum tempo, a empresa oferece aos profissionais prestes a serem dispensados uma “consultoria de transição de carreira”. A oferta nada mais é do que um suporte de aproximadamente três meses para que os executivos possam seguir longe da emissora sem grandes percalços.
O NaTelinha apurou que é esse o caso de Eduardo Becker, responsável desde 2021 pela direção de Produtos Publicitários em Canais da Globo. O cargo ficará sob o comando de Claudio Paim. De acordo com o comunicado da Globo, "Becker fará um movimento planejado de transição até o início de maio". Assim, a parceria de 23 anos do profissional com a emissora chegará ao fim.
Internamente, a preocupação da emissora é garantir que a dispensa ocorra sem sobressaltos, oferecendo, por exemplo, orientações financeiras, como viver de renda passiva, sem precisar mexer no orçamento, entre outras dicas. O serviço oferecido pela Globo também traz um suporte psicológico e ajuda na decisão sobre o que vai fazer adiante. A Globo contratou uma empresa de consultoria para esse trabalho.
O canal oferece esse tipo de assistência a diretores demitidos já há algum tempo, mas a tática ganhou mais relevância recentemente, com mudanças internas que visam reduzir os custos. O objetivo principal é evitar maiores problemas com os executivos em cargos de comando, cujas rescisões de contrato costumam incluir valores milionários, na casa dos oito dígitos.
A demissão de importantes nomes de sua direção não é um fato isolado na Globo. Nos últimos anos, a emissora vem abrindo mão de vários profissionais para cortar grandes salários e enxugar os gastos, o que já chegou a nomes conhecidos do grande público, incluindo atores, apresentadores ou jornalistas. Na dramaturgia, o foco tem sido firmar contratos por obras certas com os artistas, e não criar vínculos de longo prazo.
