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Priscilla Alcantara fala sobre transição do gospel para o pop: "Estava me sentindo sem propósito"

Cantora lança EP Tem Dias com quatro músicas, fala da nova fase e não descarta voltar a apresentar programa na TV

Priscilla Alcantara marca sua entrada no pop com lançamento do EP Tem Dias - Rodolfo Magalhães/Divulgação
Por Marcela Ribeiro

Publicado em 20/08/2021 às 05:05:00,
atualizado em 24/08/2021 às 09:22:59

Priscilla Alcantara, 25 anos, acaba de lançar o EP Tem Dias, que marca sua transição do gospel para o pop com quatro faixas: Tem Dias, Correntes, lançada em 2020, e as inéditas: Boyzinho e Eu Não Sou Pra Você, com participação do Lucas Silveira. A cantora bateu um papo com o NaTelinha e explicou que a decisão de mudar não foi fácil, foi bem pensada, conversada com o público, trabalhada na terapia e, após a definição ela está feliz com o resultado e cheia de planos para 2022.

"Antes da pandemia, nos meus últimos shows, não estava me sentindo bem comigo e com a minha arte. Estava me sentindo sem propósito, sem realização. Acontece esse sentimento quando a gente chega no final de um ciclo e está sentindo o cheiro de um novo ciclo, só que a gente não sabe como abraçar ele. A gente não teve ainda a coragem de encerrar o ciclo, se despedir daquelas coisas que foram muito boas e abraçar aquilo que é novo”, conta.

A cantora estava neste dilema antes de decidir mudar e fala que estava desconfortável com o trabalho anterior. "Estava me sentindo que estava no piloto automático e não com a motivação de ter objetivo e propósito. Parece que eu estava ali só naquela de cumprir agenda e sou uma pessoa de propósito, preciso me sentir viva com as coisas que faço... Não estava bem com a minha arte e a pandemia entrou e foi um momento de muita reflexão para mim porque com a correria, a gente nunca vê que a gente tem possibilidades, só enxerga aquilo que a gente está fazendo", falou ela.

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A pandemia, de certa forma, ajudou Priscilla a refletir sobre o rumo que daria a sua carreira e também a compor. Tem Dias, foi escrita neste período, em parceria com Lucas Silveira e Karen Jonz.

"A pandemia foi quando parei e pensei 'caramba, me tirou a única coisa que tinha de ofício, que eu sabia fazer'. Na verdade, tirou e essa retirada do meu ofício me permitiu enxergar tudo aquilo que eu podia fazer. Foi ali que eu falei, 'parece que agora tenho opções', lembrei que tinha família, que eu podia ter um cachorro, que eu não precisava me matar de trabalhar como estava fazendo nos últimos 15 anos, lembrei que tinha outros sonhos, outros projetos, que não precisava ficar na mesmice profissional e foi aí que decidi oficializar essa transição".

Priscilla diz que agora está muito feliz pois sente que está vivendo um momento que precisava passar. "Sou muito de aproveitar os momentos da minha vida. Tudo que vivi no gospel foi lindo e maravilhoso. Tenho orgulho do álbum que lancei que teve uma indicação ao Grammy e que causou tanto impacto neste mercado e na vida individual das pessoas. Só tenho coisas bonitas para celebrar deste momento, só que agora não posso estar apegada ao que vivi, então estou feliz pelas coisas que estou vivendo hoje. Muito realizada de ter tido a coragem de fazer o que fiz", comemora.

A artista disse que a autoconfiança foi fundamental para essa transição pois ouviu muita gente dizer que não daria certo. "Renovei a minha paixão pela música, pela arte e tem sido uma fase tão boa quanto o início".

 

Correntes e Tem Dias são as duas músicas mais reflexivas, que é uma característica que o público sabe que é da cantora, por isso quis manter para ter um ponto de conexão. "Só para sinalizar que o gênero musical que canto não vai alterar em nada quem eu sou. O álbum vai mais direto ao ponto. As músicas românticas estão ali, da sofrência e rupturas que a gente enfrenta. Ele mostra a Priscilla disposta a cantar sobre outras temáticas", explica.

Quando o assunto é paixão e sofrência, a cantora diz que não entende muito do assunto, mas se inspirou nas histórias de amigas para compô-las. "Minha vida amorosa é bem parada, mas a gente usa as histórias dos outros, os términos das amigas, as comemorações dela, a gente mescla um pouco, porque se depender só da minha história não vai ter muito volume não", brinca.

Priscilla Alcantara pensa em gravar com Glória Groove

Com o lançamento do álbum, que conta com três colaborações, ainda não divulgadas, muitos vocais e excelência musical, como ela define e o pontapé iniciado de vez no pop, Priscilla está cheia de planos para 2022 e fala em projetos de shows e colaborações futuras. "A Glória Groove, a gente se conhece desde criança, temos uma relação muito legal e seria legar transformar numa música para galera ouvir, quem sabe no futuro", diz.

"Só quero voltar a fazer shows, é tudo o que mais quero. Estou ansiosa para saber como esse álbum vai performar ao vivo. É um sentimento que estou guardando dentro de mim. Assim que a gente estiver num cenário seguro, meu próximo passo é trazer essa nova fase para o ao vivo, com uma turnê. Não vou dar um espaço muito grande para esse álbum e um próximo", fala.

Volta à TV

Priscilla continua com pensamento de que um reality show, como Big Brother Brasil, é uma superexposição e acredita que não toparia participar, mas voltar a apresentar um programa na TV, já que ela começou criança no Bom Dia & Cia (2005), é uma possibilidade ela volta a manifestar interesse.

"Senti que esses últimos anos precisavam ser focados na música, agora que estou me reposicionando, poderia voltar à televisão, quem sabe algum projeto que tivesse os dois mundos, TV e música, seria o melhor dos cenários. É um momento de me abrir para outras possibilidades, quem sabe voltar à televisão", diz.

Confira a entrevista em vídeo:

 



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