Publicado em 19/02/2021 às 07:03:00
Ratinho polemizou na última terça-feira (16) ao defender intervenção militar e afirmar que é preciso “limpar” os mendigos das ruas. Mas os comentários e atitudes pesadas do apresentador não chegam a surpreender, já que ele se envolveu em várias confusões ao longo da carreira. Além de ser acusado de realizar “baixarias” na TV, também bateu boca com diversas celebridades.
Em 2010, por exemplo, o comunicador entrou em atrito com Glória Perez após entrevistar Guilherme de Pádua. No ano seguinte, criticou o Amor & Sexo e acabou sendo ironizado por Fernanda Lima. O caso mais recente acabou sendo a acusação de violência contra uma assistente de palco.
Em 1998, Ratinho estava fazendo muito sucesso no SBT com reportagens inusitadas, mas acabou sendo denunciado pela Folha de S. Paulo. O jornal revelou que uma empresa em Mauá contratava atores e “fabricava” histórias fictícias para serem levadas ao ar como se fossem verdadeiras.
Na ocasião, o comunicador confirmou a informação e se mostrou muito irritado. “Se a Folha fosse um jornal de país de primeiro mundo, eu estava f... Que farsa? Nesses casos eu não tenho culpa nenhuma. Eu apresentei 1.500 casos e tem meia dúzia de bobagens. A Folha, tudo bem, a gente contornou, mas agora vem a Globo!”, declarou.
“Só que é o seguinte: eu já peguei a Escola Base e já mandei levantar o caso das bicicletas do Alceni Guerra. Domingo, a Globo meteu uma matéria falsa, dos alemães pelados no Pará. É mentira, vou meter no ar também. Não vou ficar quieto! Eu vou sair do ar, o Silvio Santos já está me ameaçando!”, acrescentou.
Apesar da sua preocupação em continuar no ar, Ratinho seguiu enfrentando a Globo e alcançou altos índices, inclusive conquistando a primeira colocação. Mas aquela tinha sido a primeira polêmica de muitas outras que ele enfrentou.
Em 2003, a Comissão de Direitos Humanos fez uma reunião do Conselho de Acompanhamento da Mídia para dar um parecer sobre programas de TV aberta considerados, na época, de má qualidade. O conselho tinha criado a campanha "Quem financia a baixaria é contra a cidadania".
O Governo disponibilizou um número de telefone para que os telespectadores denunciassem as atrações que apostavam em “baixarias”. O Programa do Ratinho ficou nas primeiras colocações, junto com Eu Vi na TV e Programa do Sérgio Mallandro, exibidas na RedeTV!.
Os deputados envolvidos na campanha tinham como intenção conscientizar as pessoas a não comprarem produtos vendidos nessas produções. Desta forma, fariam com que os anunciantes não procurassem essas atrações e, automaticamente, fizessem elas saírem do ar por falta de faturamento. Em relação ao Ratinho, não deu certo.
Em abril de 2010, Ratinho anunciou uma entrevista com Guilherme de Pádua, assassino de Daniella Perez, filha da autora Glória Perez. A escritora de O Clone (2001-2002) e A Força do Querer (2017) não gostou nem um pouco e usou as redes sociais para detonar o apresentador.
“Lastimável a atitude do Ratinho de levar o psicopata [Guilherme] ao seu programa. Peço a vocês que deem 'RT' [reprodução a outros endereços no twitter] nesses vídeos”, escreveu a novelista, que postou vídeos no Youtube que mostravam a condenação de Guilherme.
Ratinho rebateu: “Essa matéria é pra saber perante a opinião pública se estes crimes hediondos já foram esquecidos ou ainda estão vivos na memória popular. Tenho três filhos e três netas. A história triste, o crime bárbaro, nada apaga a dor da perda de um filho. Na verdade, tento colaborar para que estes casos não fiquem esquecidos e a nova geração tome conhecimento do que aconteceu anos atrás”.
Artistas ficaram ao lado de Glória, inclusive a apresentadora Hebe Camargo. “Eu bem que tentei não deixar aquela entrevista acontecer, mas não deu. Mas, saiba que aqui, no meu programa, isso nunca vai acontecer”, comentou a apresentadora na época. Tempos depois, Ratinho revelou que se arrependeu dado espaço ao condenado.
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Em 2011, Fernanda Lima estava fazendo sucesso no comando do Amor & Sexo, mas as pautas do programa não agradaram Ratinho. O apresentador detonou o conteúdo da atração, chamando-o de “baixaria”.
“Eu assisti aquele programa da Globo, Amor e Sexo, e vocês saem na rua medindo o tamanho do bilau do cara. Ô, Rede Globo, você vem falar que essa TV é uma emissora de família? E a minha neta assistindo isso? Não vem falar de baixaria, não. Vai para o quinto dos infernos”, disparou.
Durante uma coletiva de imprensa, no Shopping Tijuca, no Rio de Janeiro, ela ironizou o apresentador. “É uma honra o Ratinho falar do meu programa. Não me ofende. Gostando ou não, as pessoas estão vendo”, disparou. “É bom para saber o que as pessoas acham”, acrescentou.
Em 2016, Milene Pavorô participava do Programa do Ratinho. Ela se escondeu em uma caixa e o apresentador não a viu, dando um chute no objetivo. A humorista fingiu que estava chorando e deixou o palco, o que levou muitas pessoas a acreditarem que se tratava de uma agressão. O caso acabou parando na delegacia e ela precisou prestar esclarecimentos.
“Quem fez essa denúncia levou pro lado da maldade, não assiste o programa do Ratinho. Eu faço a personagem da caipirona, bobona, chorona. Simplesmente, eu fingir que tava triste e chorando, porque esse é meu personagem. Aí falaram que fui agredida, mas não teve nada disso”, contou a humorista. “Processaram [o SBT]. Mas caso encerrado, graças a Deus”, finalizou.
Na época em que tudo aconteceu, Ratinho foi muito criticado nas redes sociais. Muitas pessoas acreditaram que a situação havia sido real, mas todos os envolvidos explicaram que ele não tinha visto Milene na caixa e pediu desculpas nos bastidores.
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