Publicado em 24/03/2024 às 12:25:00,
atualizado em 24/03/2024 às 12:26:01
Quando a Globo bateu o martelo e decidiu que faria a nova versão de Renascer, o maior temor de todos que acompanham o universo da dramaturgia era de quem interpretaria a complexa Mariana. Agora, com a novela com pouco mais de 50 capítulos exibidos, ficou claro que Theresa Fonseca foi uma aposta acertada e que serviu para exorcizar o trauma da personagem.
Na primeira exibição da produção, no início dos anos 90, a ainda desconhecida Adriana Esteves não segurou o rojão e foi alvo de várias críticas - quase todas injustas, diga-se. Por isso a preocupação era válida, já que um massacre daquele nível nos dias de hoje teria outro patamar por conta das redes sociais.
+ Com plantão do caso Marielle, Globo expõe falta de estrutura da CNN Brasil
+ Música e dramaturgia: os cantores que atuaram nas novelas
Theresa Fonseca tinha pouca experiência, tal qual Adriana à época e por isso mesmo é que houve estranhamento, já que muita gente apostava que a personagem deveria ser entregue para alguma atriz consagrada. O trabalho da atriz nos capítulos recentes afastaram qualquer sombra de dúvida a respeito de sua capacidade para construir uma Mariana moderna, odiosa e sem respingar na própria carreira.
Não se trata de comparar os trabalhos entre as duas, mas o resultado em vídeo. Adriana Esteves foi muito mais ousada na sua construção e pagou um preço alto por isso. Sua trajetória profissional, por outro lado, mostra que o estilo visceral pode nem sempre funcionar, mas quando dá certo produz personagens icônicos como foi Carminha, em Avenida Brasil (2012).
VEJA TAMBÉM
Fonseca criou uma anti-heroína muito mais discreta. Mesmo em cenas fortes, tanto de sexo quanto dramaturgicamente exigente, ela opta por um naturalismo planejado, quase incolor. A Mariana rejeitada era desbocada, mas também porque estava sempre pronta para atacar alguém, seja pela expressão facial, pelo tom de voz raivoso ou mesmo pelo jeito de andar.
A Mariana atual não é um bicho arredio e pronto para o ataque. Ao contrário, é gelada e quase nunca demonstra pelo rosto o que está pensando de verdade. A personagem de 93 tinha muitos traços de Juma Marruá, de Pantanal (1990), a atual não poderia ser mais diferente.
O trabalho de Theresa Fonseca é digno de nota e, nos mais recentes capítulos, ela mostrou que segurou um rojão sem se preocupar com comparações, mas atenta em não prejudicar a própria carreira. A atriz hipnotiza com seu jeito dúbio e exorcizou para sempre a maldição de Mariana.
Vilã não morreu
Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel
Estreou na TV aos 7
Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web