Publicado em 23/03/2024 às 09:00:00,
atualizado em 11/04/2024 às 14:09:37
Lançado no último dia 11, dentre uma série de novidades do SBT para chamar a atenção do público, o Chega Mais carece de alguns ajustes a fim de se tornar um projeto com a cara de uma emissora popular como é o canal de Silvio Santos.
O popular é diferente do popularesco, apesar de próximos. O SBT é uma rede popular. Dentre as referências nesse sentido estão Programa Silvio Santos, Programa do Ratinho, A Praça é Nossa, Domingo Legal e Fofocalizando. É fundamental entender o nicho que consome o canal diariamente.
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Para isso, não deve haver vergonha em assumir tal comportamento. É o DNA do SBT e ele precisa ser respeitado. Dez edições depois, o Chega Mais joga contra todas essas nuances sbtistas. E aqui não se faz qualquer crítica ao desempenho dos seus apresentadores, pelo contrário. Eles são o ponto alto do programa. Há química transbordando entre Regina Volpato, Michelle Barros e Paulo Mathias. Falta, porém, conteúdo popular.
A direção e a produção do Chega Mais precisam fazer as seguintes perguntas diariamente: Quem queremos impactar? Com quem queremos nos comunicar? Somos relevantes e eficientes a ponto de o telespectador voltar no dia seguinte? A culinária da atração, por exemplo, é um caso emblemático. Antes de colocar no ar qualquer receita cujo preparo requer várias técnicas e etapas, é preciso se questionar se aqueles ingredientes são de fácil acesso para a dona de casa que está do outro lado da tela. É necessário, diante da alta dos alimentos, trabalhar a cozinha de reaproveitamento e dar dicas valiosas para o dia a dia. Ana Maria Braga faz isso com louvor há mais de 30 anos na televisão brasileira.
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O Chega Mais também precisa focar em assuntos quentes como regra, seja no jornalismo, seja na prestação de serviço, base de qualquer emissora aberta, ou até mesmo na cobertura de pautas de entretenimento. É recomendável assistir o Mais Você, o A Tarde é Sua e o próprio Fofocalizando para entender essa questão. O quão interessante é ver algumas pessoas à mesa conversando enquanto comem? O quanto eficaz é passar horas em uma mesma pauta? E falar de plantinhas?
Internamente, as qualidades e os defeitos do Chega Mais já foram detectados por alguns personagens importantes. Algumas coisas tão desnecessárias, porém, não precisariam ter ido ao ar. A fase de gestação do projeto serve para cortar os excessos e ajustar as deficiências. Ou pelo menos deveria.
Nos bastidores, há o ruído de que é questão de tempo para o programa ter a sua duração ajustada. Não por desencantamento por parte da direção do canal, pelo contrário. A cúpula entende que o projeto é necessário e que vende bem. Mas há a compreensão de que 4 horas são um tremendo exagero. O ideal, sustentam, é algo entre 2h e 2h30. Quem sabe um jornal no horário do almoço?
Além disso, há uma cobrança para uma diversificação nas pautas e quadros, com o intuito de o Chega Mais deixar esse ar de GNT e Mulheres, da TV Gazeta, para ganhar contornos que lembrem o Hoje em Dia na melhor fase, com Britto Jr, Ana Hickmann e Edu Guedes. É o caminho ideal, sem dúvidas.
No quesito audiência, a atração ainda patina - oscilou entre 2,0 e 2,5 pontos nesta semana -, mas está tudo dentro do esperado para esse início. O SBT não contava com índices na casa dos 4 ou 5 pontos. Há o perfeito entendimento que Globo e Record estão estabelecidas no horário. A briga é com a Band.
De resto, é importante deixar claro que não há qualquer torcida contra. O Chega Mais é um projeto grandioso, emprega muitos profissionais talentosos e esforçados em um momento tão difícil para o mercado. Mas a execução precisa ser revista. E a direção do SBT concorda com isso.
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