Desinteresse por Estrela da Casa prova que o público não gosta de reality show, só do BBB

A Globo apostou alto na mistura de confinamento e música para fisgar o público com Estrela da Casa, reality show no ar desde 13 de agosto. Passados os 10 primeiros episódios e uma média modesta de 12 pontos na Grande SP, o programa comandado por Ana Clara Lima tem repercussão bem aquém do esperado e chegou até a perder para o futebol no SBT na última terça-feira (20).

Colocar no ar um programa desse tamanho não é tarefa fácil. Ainda que tenha a metade de episódios do Big Brother Brasil - terminará em 1º de outubro, com 50 -, o reality contou com um investimento notável, como um formato assim exige. Reúne elementos que muitos pensaram que seria um "tiro certo", mas vem naufragando como diversos outros do gênero.

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Fica explícito que o brasileiro não é tão entusiasta assim de reality show. O grande negócio é mesmo o BBB e tudo aquilo que ele construiu ao longo desses últimos 22 anos no ar. Ainda que o programa viesse em viés de queda e tenha conseguido retomar parte do interesse do público na última temporada, o formato holandês se transformou na exceção.

Nem mesmo A Fazenda que já bombou no passado tem a mesma aceitação de outrora. Depois do "boom" da pandemia de Covid-19, o programa voltou ao caminho que já percorria até 2019, o de desinteresse da audiência, batendo consecutivos recordes negativos.

Estrela da Casa não empolgou o público

Não dá pra tapar o sol com a peneira. O Estrela da Casa vem conseguindo um desempenho inferior ao da última temporada do The Voice Brasil. É bem verdade que o atual é diário, mas ninguém esperava números na TV e internet tão baixos. Reverter o jogo parece uma tarefa impossível.

A culpa não é da Globo. Ela tentou. Acreditou que juntar características tão vitoriosas não teria como dar errado. O reality é bem acabado e Ana Clara tem seus predicados, mas a baixa aceitação só denota que o Big Brother é o Big Brother.

Guardada as devidas proporções, o Estrela da Casa é A Grande Conquista da Globo. A Record também tenta emplacar seus formatos, mas até seu carro-chefe não é mais capaz alcançar mais números tão expressivos de interesse por parte do público.

Outro exemplo foi a própria líder de audiência ter resgatado uma antiga fórmula: o No Limite. Foram três temporadas entre 2021 e 2024 com a explosão do gênero diante da crise sanitária que assolava o mundo. O que se viu foi uma audiência descrescente.

No Brasil, só dá BBB.

Thiago Forato é jornalista, assina a coluna Enfoque NT desde 2011, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele pelo e-mail thiagoforato@natelinha.com.br ou no Twitter, @tforatto