Publicado em 30/12/2022 às 04:44:00
Não é de agora que o SBT vem ensaiando colocar no ar um reality show de confinamento entre o hiato do Big Brother Brasil e A Fazenda. Alguns formatos foram estudados, mas há a dificuldade em tirar isso do papel. Afinal de contas, investir no gênero não é barato, como o próprio Silvio Santos fez questão de dizer recentemente.
Relatamos aqui neste espaço, há quase um ano, o desejo do SBT em produzir um programa do tipo, algo que não é visto na tela do canal desde a segunda temporada de O Grande Perdedor, que foi exibido como Quem Perde, Ganha (2007). Entre 2010 e 2011, também houve o Solitários, programa que testava o limite dos participantes, mas em um confinamento individual.
O Homem do Baú apresentou alguns realities como o icônico Casa dos Artistas (2001-2002), Protagonistas de Novela (2004), O Grande Perdedor (2005) e Casamento à Moda Antiga (2006). Perdeu o gosto pelo formato ao passo que a audiência caía. O fator imprevisibilidade, segundo o diretor de A Fazenda, Rodrigo Carelli, pode ter sido algo que tenha pesado para que Silvio abandonasse esse filão de vez. Controlador, não era muito adepto às surpresas e a não conseguir fazer as coisas ao seu bel-prazer.
Tentando ser convencido a lançar um programa com pessoas confinadas, Silvio de bate-pronto não se interessou em apresentar qualquer que fosse a ideia, mas o tempo passou e com ele, o "boom" dos realities. O SBT perdeu o bonde em lançar alguma coisa que pegasse carona enquanto a programação da TV vinha recheada de reprises e o brasileiro estava preso em casa por conta da pandemia de Covid-19.
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Enquanto se decidia ou não por uma estreia assim, a emissora investia em estúdio e equipamentos. O ano de 2022 já vai chegando ao fim e Silvio Santos só fez apostar em enlatados dos quais ele é fã. Como de praxe, colocou seu gosto pessoal acima do próprio público e o resultado não poderia ser diferente: audiência caindo pelas tabelas.
Para 2023, existe a vontade interna de se lançar um novo reality show. Mas, como explicado no primeiro parágrafo: isso custa. Boas ideias foram apresentadas na mesa e tem gente louca para executar. Falta o sinal verde. Verde verde.
Ainda que o SBT se renda novamente ao formato, não terá o mesmo impacto que teria há um ou dois anos. A Record teve um ano tenebroso com Power Couple, Ilha e A Fazenda. A Globo também não tem boas recordações do No Limite. E ninguém sabe como o público vai reagir ao BBB 23. Será um bom termômetro.
No final das contas, o que poderia ser um tiro certo para alavancar o SBT em meio à pandemia, agora é tudo um grande ponto de interrogação.
Thiago Forato é jornalista, assina a coluna Enfoque NT desde 2011, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Forato também é autor do blog https://parlandodepalmeiras.com.br. Converse com ele pelo e-mail thiagoforato@natelinha.com.br ou no Twitter, @tforatto
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