Publicado em 15/08/2020 às 10:17:00
O SBT comemora na próxima quarta-feira (19) mais um ano de história. São 39 anos, e a emissora caminha para as Bodas de Esmeralda em 2021, campanha que pode ser um grande chamariz se bem executada, aliado a bons programas e uma grade de programação mais diversificada e com investimentos.
Guardada as devidas proporções, o SBT apresenta a pior grade de programação da sua história. Digo isso porque no início, é claro, era inviável ter 24 horas de programação e bastante comum o mesmo filme ser várias vezes repetido até no mesmo dia, por exemplo.
Apesar de ter ficado o primeiro semestre na frente da Record no PNT (Painel Nacional da Televisão), os produtos do SBT passam longe do pluralismo e da diversificação, coisa que até seus concorrentes, com menos investimentos, vêm tentando fazer.
Para começar o dia, seis horas e meia de Primeiro Impacto. Os apresentadores até dão conta do recado, e a evolução de Dudu Camargo é notória no vídeo, mas não existe estrutura para ficar tanto tempo no ar.
A produção pena para preencher tanto tempo e até tentam encontrar soluções criativas, mas é inevitável que se torne um produto extremamente arrastado e cansativo.
O Bom Dia & Cia pode até continuar sendo uma referência - já que é praticamente o único na TV aberta -, pode até agradar com alguns de seus desenhos, mas já teve épocas com apresentadoras mais icônicas e com traquejo. Além disso, também se arrasta até o meio da tarde.
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Já se foi grande parte do dia quando o Triturando entra no ar. É o terceiro programa do SBT e começa depois das 15h.
O Triturando completou quatro anos recentemente apesar de ter mudado de formato algumas vezes. Querendo ou não, sobrevive aos trancos e barrancos, mas como produto de televisão, também deixa a desejar, com inserção de pautas nonsense e debates piores ainda. Mas, manda quem pode.
O Casos de Família aparece logo depois e consegue algo ligeiramente difícil: estar na grade da emissora há mais de uma década e meia. O programa, que começou com Regina Volpato, estreou em 2004. Pode até ter qualidade questionável, mas cumpre seu papel.
Logo depois, duas novelas mexicanas, entre 17h30 e 19h45, quando começa o SBT Brasil. Atualmente em cartaz, O Que a Vida Me Roubou e Quando Me Apaixono. Muitos podem até torcer o nariz para as produções da Televisa, mas também é fato que elas conquistaram seus públicos e basta o SBT escolher uma certeira para alavancar seus finais de tarde.
O SBT Brasil completa 15 anos neste sábado (15) e sobreviveu na grade de programação. Enquanto muitos apostavam que ele seria rifado com a saída de Ana Paula Padrão, continua firme e forte, mas também com ressalvas. Sem liberdade editorial, obedece aos mandos e desmandos de Silvio Santos, que até chegou a cancelar uma edição de sábado há algumas semanas para colocar o Triturando.
O período noturno, que havia começado uma virada em 2012 com a estreia de Carrossel, se perdeu com as reprises em loopings infinitos. Agora com o Roda a Roda antes, o SBT insiste com dois horários de novelas infantis, desgastando até a última gota dos seus recentes sucessos.
Antes da linha de shows, o Programa do Ratinho, que caiu no marasmo há tempos e engoliu a linha de shows, empurrando programas interessantes como o Conexão Repórter madrugada adentro.
O Conexão Repórter é um dos bons poucos programas que integram a programação do canal, mas infelizmente, ficou escondido às segundas.
Às terças e sextas, os filmes que já abriram um enorme buraco de audiência na Globo, se resumem a velharias picotadas para que o The Noite com Danilo Gentili não entre no ar tão tarde. Às quintas, a tradicional A Praça é Nossa é definitivamente um clássico e cumpre seu papel.
O The Noite, aliás, é um dos produtos que ajudam a dar um frescor maior na programação do SBT. Um grande acerto.
Aos sábados, o canal aposta em Maisa, que ainda não mostrou a que veio. A curiosidade do início passou, e presa em roteiro, não se destaca. O Programa Raul Gil já teve seu apogeu no SBT, mas com a mesmice de décadas, ficou estagnado.
No prime-time, os realities que a emissora coloca no ar sim, são dignos de atenção, como o Esquadrão da Moda, Bake Off, Fábrica de Casamentos, etc. É um respiro.
O melhor dia do SBT sempre foi o domingo. O mais competitivo deles, ao menos.
O Domingo Legal, que já sofreu redução, encontrou seu tom com games e é um dos melhores programas dominicais que temos. Eliana tenta encontrar novidades (apesar de tentar apelo para o emocional, que não lhe cai bem), e Silvio Santos, como comunicador, dispensa comentários. Sempre será o melhor.
Trocando em miúdos, a grade de programação do SBT é realmente pouco diversificada, e durante a semana, sofrível. Programas longos e arrastados dominam o dia.
E não, a culpa não é da pandemia do novo coronavírus. Tudo isso já estava desenhado há muito, muito tempo.
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