Publicado em 11/12/2019 às 05:53:22
Ainda está causando o maior rebu nas redes sociais a interferência de Silvio Santos nas regras de seu programa no último domingo (8).
Acusado de racismo, Silvio deixou de dar o prêmio máximo a uma cantora negra e deu um "faz-me rir" a mais à outra. Branca. Será mesmo que o dono do SBT é racista?
Não é novidade pra ninguém que de uns anos pra cá, tem ficado difícil defender Silvio Santos. Suas frases por vezes sem noção alguma e senso de humor anacrônico desencadearam, em algumas ocasiões, um grande rebuliço nas redes sociais. Não foi a primeira vez.
Mas, uma coisa é fato: Silvio tem paixão por mudar as regras. Já fez isso inúmeras vezes no seu dominical em variados quadros, com diferentes pessoas. Talvez não tenha chamado a atenção porque não prejudicou nenhuma pessoa negra. O caso só ganhou relevância por conta disso.
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Quem é telespectador assíduo do Programa Silvio Santos sabe perfeitamente que seu apresentador goza do poder de ser o dono de tudo e muda o que quer, quando quer, inclusive os prêmios e premiados.
Fica impossível listar porque ele faz isso costumeiramente, sem alarde. Com as piadas de sempre. "Não gostei, é muito ruim", ou então distribui notas de dinheiro a mais a quem julga merecer. E fim.
Neste caso em específico, não acredito que tenha havido racismo. O gosto pessoal e a improvisação de Silvio Santos, que mandou as cantoras soltarem a famigerada Caneta Azul, foi determinante.
Nunca é demais lembrar, mas nas próprias redes, um fato resgatado foi a primeira edição da Casa dos Artistas, em 2001.
Alexandre Frota desistiu da competição, mas foi convencido por Silvio Santos a voltar. E voltou. Pelas regras, não poderia.
Na segunda temporada, em 2002, fazia questão de dizer o seguinte: "Aqui a única regra é não ter regras". Um claro deboche de Silvio, que aliás, foi esse um dos motivos que fez a audiência da Casa dos Artistas despencar e ter durado tão pouco tempo.
Ainda na Casa 2, Silvio instituiu uma regra mirabolante. Depois do participante ser indicado por todos para deixar o confinamento, mesmo assim ele poderia ficar através da votação do público. Duas semanas consecutivas com todos lá dentro foram o suficiente para perceber o erro de Silvio. A regra caiu por terra.
No Show do Milhão, em 2002, milhares de pessoas compravam a revista do SBT para participar do game de perguntas e respostas.
De uma hora pra outra, Silvio anunciou que as cartas não valiam mais em virtude de uma parceria fechada com a Nestlé. Os interessados deveriam enviar rótulos de produtos da marca.
Uma coisa é fato: sim, Silvio tem errado e muito nos seus comentários. Mas desta vez, se há alguma culpa, é pela mudança excessiva de regras e não de racismo.
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Thiago Forato é jornalista e escreve diariamente para o NaTelinha. Assina a coluna Enfoque NT desde 2011. Converse com ele pelo e-mail thiagoforato@natelinha.com.br ou no Twitter, @tforatto
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