Publicado em 13/08/2025 às 05:27:00,
atualizado em 13/08/2025 às 11:37:09
O SBT decidiu trazer de volta o clássico Aqui Agora no mês de seu aniversário, apostando na força do jornalístico para disputar audiência no início da noite com o Cidade Alerta, da Record, e o Brasil Urgente, da Band. Na segunda semana de exibição, avalio que a ideia de resgatar o programa foi acertada. No entanto, infelizmente, a versão de 2025 tem sido mal executada.
Parece que a direção não revisitou nenhum material da icônica edição dos anos 90, o que compromete a essência e o impacto que o Aqui Agora costumava ter e que se tornou um marco do telejornalismo brasileiro.
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Primeiro, a escalada do programa, sempre um dos elementos mais marcantes, perdeu força nesta nova versão por três motivos principais.
A retirada da trilha clássica de fundo comprometeu o ritmo e a intensidade da abertura. Além disso, as chamadas estão mal escritas, sem criatividade, e o locutor parece tentar imitar Luiz Lopes Corrêa (1929–1999), como se fosse um cosplay mal ensaiado.
Aliás, o GC das escaladas do Aqui Agora costumava ser tão impactante quanto as premiadas capas do jornal Extra, do Rio, ou do Notícias Populares, de São Paulo.
Na apresentação, o SBT acertou ao escolher Dani Brandi e Marco Pagetti. No entanto, errou ao colocá-los para comentar notícias, algo que foge completamente do formato original do Aqui Agora, que sempre priorizou a agilidade e o impacto direto das reportagens.
A inclusão de Geraldo Luís também foi uma decisão acertada, mas desperdiçada ao confiná-lo dentro de um estúdio. Sua maior qualidade como comunicador sempre foi a habilidade de contar histórias populares com emoção e proximidade, algo que simplesmente não funciona entre quatro paredes e luzes frias.
Outra opção equivocada é quando a direção do programa coloca os três apresentadores para interagir; o SBT parece mirar a descontração do Balanço Geral, mas erra feio ao tentar encaixar isso no formato do Aqui Agora.
O resultado é uma edição bagaceira, totalmente desconectada da proposta original do jornalístico. Um exemplo disso foi a cena de Geraldo Luís usando calcinha, pode até ter viralizado e arrancado risadas, mas foge completamente do espírito do Aqui Agora. Se a intenção é seguir por esse caminho, melhor criar outro produto.
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Aliás, a atual direção do programa é a mesma que também não conseguiu emplacar o extinto Tá na Hora. A escolha é, no mínimo, curiosa: se não funcionou antes, o que leva a crer que agora será diferente?
O Aqui Agora original era muito mais versátil e surpreendente. Trazia notícias internacionais, prestação de serviço, matérias no melhor estilo “isso é incrível” e até colunistas aleatórios que davam um toque inesperado.
Lembro de pautas memoráveis, como o repórter que voou a bordo de um jato brasileiro ou a reportagem que revelou o que existia sob os bueiros de São Paulo. O Aqui Agora tinha criatividade.
O SBT acertou ao apostar no retorno do Aqui Agora, mas falhou na execução. A nova versão não convence, lembra a Globo tentando recriar Vale Tudo, onde a original continua sendo insuperável.
Aqui Agora 2025 é uma boa sacada do SBT, mas, até aqui, desperdiçada. Ainda dá tempo para salvar.
Assista ao trecho do início (escalada) do Aqui Agora das duas versões e compare:
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