Publicado em 28/10/2016 às 11:31:45
Nada demais era esperado na TV brasileira em 28 de outubro de 2001. A imprensa não destacava muita coisa além da já famigerada e quente briga entre Fausto Silvia e Gugu Liberato. O que a gente não imaginava era que falaríamos daquele dia 15 anos depois de forma histórica.
Do nada, Silvio Santos lançou a "Casa dos Artistas", com chamadas apenas no domingo na programação, começando a atração na noite do mesmo dia - primeiro pré-gravado e depois ao vivo. O animador só perguntou se seu público já havia olhado pelo "buraco da fechadura", e ele olhou por sete semanas.
Todos aqui sabem a audiência e toda a epopeia da "Casa" até com detalhes. O que vamos discutir aqui é o seu impacto na televisão até hoje. Porque, sim, elementos claros usados no reality show de forma pioneira seguem até hoje.
Claramente o primeiro deles, é a edição tensa e cortes mais secos para momentos polêmicos, segurando a audiência até onde der. O segundo é, e sem dúvida o mais usado, o artifício de criar pequenas intrigas com joguinhos - "Jogo da Verdade", por exemplo.
Isso não existia em reality show, e a "Casa" usou com louvor, sendo copiada anos depois até mesmo pelo "BBB", programa no qual o SBT claramente se inspirou - e segundo a Justiça decidiu, anos depois, copiou.
Mas o principal impacto da "Casa dos Artistas" foi, sem dúvida, mostrar para os canais brasileiros que reality show dava audiência e tinha a capacidade de movimentar massas tanto quanto as novelas faziam até então.
"Casa dos Artistas" virou uma mania maluca. Só se falava disso nas ruas, e a audiência não desligava do SBT que chegou a ganhar de "O Clone", um grande sucesso da Globo, por minutos, mesmo numa época de racionamento de energia. Isso sem falar que o "Fantástico" sucumbiu aos seus programas ao vivo, com diferenças histórias, e certamente nunca repetidas na história no Ibope.
Muitos irão dizer que "o 'No Limite' já tinha estreado antes". De fato, mas não virou exatamente uma mania como a "Casa". Não influenciou toda a TV até os dias atuais. Não é tão lembrado até hoje - e lógico por ser de fora da Globo aumenta ainda mais o feito.
Complete 15, 20, 30 anos de sua estreia, a "Casa dos Artistas" é impactante, forte e emocionante. E surpreendente. O legado, certamente, é eterno.
Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, é responsável por reportagens variadas e especiais. Ainda assina as colunas "Antenado", sobre TV aberta, e "Eu Paguei pra Ver", sobre TV por assinatura. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer
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