Publicado em 16/10/2015 às 09:47:53
Passados três programas, a análise que se faz da quarta temporada do "The Voice Brasil" é que o reality vai precisar ser olhado com mais carinho pela Globo nos próximos tempos, se a tendência vista nas audições às cegas continuar.
A incoerência e falta de certeza em decisões estão fazendo os jurados Lulu Santos, Claudia Leitte, Carlinhos Brown e o novato Michel Teló serem questionados pelo público, principalmente nas redes sociais. E de fato, os quatro estão ruins nesta temporada.
Todos estão inseguros quando vão aprovar algum cantor. Pior: no programa exibido nesta quinta-feira (16), foi visível que eles estão escolhendo calouros juntos, quando a própria graça do formato é que um jurado escolha um cantor apenas pela voz, através de seu gosto pessoal. Além disso, a falta de critério na decisão tem me chamado muita atenção. A maior delas ocorreu também no episódio de ontem.
A incoerência nas escolhas foi tão grande, que este colunista ficou deveras irritado no final do programa. Explico: dois candidatos sem a menor condição foram aprovados. O primeiro deles foi o cantor de sertanejo universitário Matheus Zuck, de 18 anos. Matheus performou Luan Santana e começou até bem tocando gaita, mas sua voz simplesmente não era boa, não saía, não fluiu na apresentação.
No entanto, Carlinhos Brown virou para ele, surpreendendo a todos nas redes sociais, inclusive a mim, no fim da apresentação.
Depois, na audição às cegas também para o público, a cantora Adna Souza foi aprovada pelos quatro em decisão conjunta (!!!). Neste caso, duas coisas me assustaram profundamente.
A primeira foi que todos viraram para a garota apenas por curiosidade de saber se aquela voz era de um homem ou de uma mulher (eu, pessoalmente, me surpreendi aí, porque achava que era um homem), o que não poderia acontecer. Se tinham curiosidade, esperassem a apresentação findar e matassem sua sede.
A segunda foi a aprovação da garota. Com todo o respeito, mas a voz dela é extremamente estranha e sem dicção alguma. Para uma programa do nível do "The Voice", a aprovação mostrou mais uma vez a falta de critério.
Critério este que foi mais posto em dúvida ainda nas duas últimas apresentações. A potiguar Fernanda Azevedo fez uma ótima interpretação de "Xote das Meninas", superior a apresentação dos dois últimos aprovados da noite, e não teve a cadeira virada. Até mesmo a plateia ficou sem entender. Eu menos ainda.
Depois, a baiana Larissa Mello (foto/abaixo) interpretou "Cabide", em outra boa performance. No final da música, eu fiquei pasmo que todos ainda não tinham virado a cadeira. Por sorte, Carlinhos Brown salvou os jurados do vexame que seria perder aquela voz.
Se a tendência de incoerência continuar, poderemos ter seriamente a pior temporada do "The Voice Brasil" desde sua chegada por aqui. Temos bons cantores, sim, mas a maioria aprovada até aqui deixa a desejar ao que foi apresentado nos outros três anos. Espero que não tenhamos uma competição nivelada por baixo por erros nas escolhas.
O critério precisa ser melhor definido e, caso não seja, cabe a Globo começar a pensar em outros jurados que tenham mais certeza em suas decisões.
Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, é responsável por reportagens variadas e especiais. Na coluna "Antenado", fala sobre TV por assinatura aos sábados e sobre TV aberta quando a necessidade pedir. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer
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