Publicado em 31/10/2014 às 21:45:00
Sem tanta repercussão quanto o seu início, a novela "Geração Brasil" da Globo terminou hoje e deixou aquele ar geral de o-que-deu-errado. Os autores Izabel de Oliveira e Filipe Miguez vinham do sucesso de "Cheias de Charme" em 2012, que abordou temas atualíssimos como a tecnologia e a nova classe C.
Os mesmos assuntos de "Geração Brasil", tratados com a mesma pegada pop da trama anterior. Entretanto, enquanto a novela de 2012 soube amarrar todas as tramas que propôs contar equilibrando o novo com o tradicional, "Geração Brasil" tentou ir mais longe e patinou.
A trajetória de Jonas Marra (Murilo Benício), um Steve Jobs tropical que buscava o seu sucessor, não deu resultado nem no Ibope e nem nas redes sociais, terreno onde o trio de empreguetes de "Cheias de Charme" reinava absoluto. Ao longo dos capítulos, as análises apontaram mil direções para o problema: as referências excessivas à tecnologia, o sotaque americano das personagens Pamela Parker (Cláudia Abreu) e Megan (Isabelle Drummond), a esposa e a filha gringas de Jonas.
Os personagens excêntricos, que pareciam ter saltado das histórias em quadrinhos, eram carismáticos (como o guru interpretado por Lázaro Ramos e a sua mãe transexual, vivida por Luiz Miranda), mas ficaram soltos na história, que perdeu o fôlego já no primeiro mês.
Ariane Fabreti é a nova colunista do NaTelinha. Formada em Publicidade e em Letras, adora TV desde que se conhece por gente. Escreve sobre o assunto há seis anos. Vilã não morreu Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel Estreou na TV aos 7 Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web Em baixa Análise Opinião Coluna Especial Exclusivo Exclusivo Opinião Opinião Exclusivo Briga boa Opinião Opinião Coluna do Sandro Opinião Aos fatos Coluna do Sandro Opinião Opinião Exclusivo Opinião
A novela ousou por colocar várias linguagens dentro da trama, como o reality show no qual Jonas escolheu o seu pupilo, e o documentário sobre a geração Nem Nem (jovens que nem trabalham e nem estudam), recurso que não funciona se aquilo que pretende contar não se desenvolve. As situações não andavam, os personagens, idem. A herdeira problemática Megan, inspirada em Lindsay Lohan e Paris Hilton, passou grande parte da trama trocando mensagens de celular.
É inegável que a dupla de autores de "Geração Brasil" oxigenou o horário das 19h ao transportar os temas mais palpitantes da tecnologia e da cultura pop no formato quadradinho da telenovela. A questão é que, mesmo a velha relação telespectador-televisão agora sendo intermediada pela Internet, nenhum aplicativo substitui a história consistente e bem contada.