Publicado em 26/09/2013 às 09:53:31
Estreou na noite desta quarta-feira (25) a “nova superprodução da Record”, como vem sendo chamada pela emissora, “Pecado Mortal”.
A novela é, antes de tudo, um tapa na cara de quem, algum dia, desconfiou que a Record poderia voltar a produzir uma história que se aproximasse do “padrão Globo de qualidade”. E sim, “Pecado Mortal” é carne de primeira.
De qualidade bem distante daquela carne que classifiquei, neste mesmo espaço, quando “Balacobaco” estreou. O folhetim de Gisele Joras começou bem, leve, mas logo caiu no “popularesco” e cada vez mais apostou em clichês, fazendo seu texto perder a qualidade e o telespectador se afastar. “Balacobaco” enganou, ou mais do que isso, se enganou. Na busca da “classe C”, perdeu-se e deixou escorregar das suas mãos o DNA da Record.
E que tal de DNA é esse? A história não é somente uma sucessão de fatos isolados, mas um poderoso material à disposição de quem precisa. Numa rápida retrospectiva, é fácil se dar conta que os maiores sucessos da Record, na área de dramaturgia, apostaram no drama, em crimes e muito suspense para prender seu público. Foram eles “Poder Paralelo”, “Chamas da Vida”, “Vidas Opostas” e “Caminhos do Coração”, para citar alguns.
“Pecado Mortal” pareceu, nesse primeiro capítulo, justamente o resgate do ingrediente que havia em todas as novelas mais vistas da casa. Carlos Lombardi cumpriu as expectativas na parte que lhe cabia: “Pecado” tem um texto de qualidade jamais vista na TV Record, sem clichês, além de possuir uma história original, rechaçando qualquer tipo de cartilha clássica.
Mas quem faz uma cena não é somente o autor, apesar deste ter grande parte de responsabilidade. Os melhores momentos de “Pecado Mortal” foram protagonizados pelos mais experientes atores que a trama dispõe: Jussara Freire e Betty Lago deram um show em frente às câmeras, assim como Juliana Didone e Maytê Piragibe, que mostraram para que estavam ali.
Poucas vezes na história da Record um primeiro capítulo foi feito com tanta perfeição. A emissora pode dizer, enfim, que tem a novela mais próxima possível do “padrão Globo”, o que tanto quis. E mais do que isso, o maior orgulho da Record tem que ser o reconhecimento de que seu DNA foi resgatado. Finalmente.
Comente o texto no final da página. E converse com o colunista: brenocunha@natelinha.com.br / Twitter @cunhabreno
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