Como Assim, Bial: "BBB Crazy" tem a sua rainha louca

Divulgação/TV Globo
Por Redação NT

Publicado em 27/03/2013 às 18:48:43

Detratores amargos como a ex-participante Anamara acusam Fernanda de ser atriz, falsa e ter jogado o tempo inteiro. Concordo. Jogou para as câmeras, tal como fez Alemão, Jean Wyllys, Dhomini e outros vencedores de edições passadas do "BBB". 

Fernanda é uma atriz nata, sem saber que interpreta personagens não na intenção de convencer o público de uma mentira, mas de uma verdade: o mundo mágico e louco da princesa. 

A loucura, segundo a psicologia, é uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos anormais da sociedade. A loucura não é uma doença mental, é o fim de uma doença mental. E quem acredita que Fernanda é uma louca, melhor categorizá-la como completamente INSANA. 

Há muitas edições não se via um personagem tão novo e diferente: Fernanda é diferente de tudo que já se viu em mais de 200 participantes que passaram pelo programa. E é o frescor que precisava vencer após anos de temporadas insossas, tornando o "BBB 13" uma das melhores edições de todos os tempos, por ‘n’ motivos, mas o principal: ser surpreendente, por mais que as torcidas quisessem estragar o jogo. 

Não havia favorito. Não havia previsão do que pudesse acontecer e nesse meio apareceu a personagem, inventada ou não, da advogada Fernanda. Apaixonada e apaixonante, a mineira delirava sobre o amor e divagava sobre tudo, com uma eloquência e uma persuasão que não se vê há tanto tempo. Bial em seu discurso final disse que Fernanda tinha um conhecimento – intuitivo -  de televisão. Não sei se por aprendizado da faculdade de direito ou se pela sua necessidade de criar universos e mundos para explicar os seus desejos e suas vicissitudes. Porém, foi muito útil em sua vitória. 

Aliás, a atual edição foi marcada pela fala, personagens que falavam mais do que deveriam, uns para aparecer, outros para retirar as máculas do coração, não importava. De Aline a Yuri, de A a Z, todos pecaram por falar, por ser demais ou por não ser, mas falar como se fosse. O mal de todos foi interpretar os tipos frequentes do programa, indo ao lugar-comum sempre. 

Eliéser, um dos favoritos, fez o papel do ingênuo, mas não colou. Já tivemos vencedores assim. Kamilla da explosiva que se jogava no jogo, tentou romance, tentou aparecer de todos os jeitos e defender os seus, mas jamais seria uma miss como Grazi Massafera. Por motivos óbvios de freadas na calcinha. 

Anamara, outra favorita, é a participante mais irritante do programa e voltou exatamente igual, sendo reflexo de si mesma há três anos antes. Sendo que ser chata era o seu rótulo antes e permaneceu igual. Não evolui nem na personalidade, nem aprendendo a jogar. Cansou rápido. Aline, um perfil de vencedora de "A Fazenda", mas não pertencia ao público da Globo, infelizmente. Yuri jogou fora, em menos de um ano, o jogador divertido e vestiu-se de jogador insuportável. E ainda amigo de Anamara. 

Nasser, Andressa e Ivan um remake de Max, Francine e Flávio. E nem cacife para ser a nova Priscila, a Marien teve. Natália voltou apagada, sem o melhor personagem do "BBB 8", a divertida Nati. 

Quanto a Fani, voltou melhor, mas sempre soube que não ganharia. Fani é uma pessoa legal, uma jogadora razoavelmente OK (sempre se esquivava de grandes decisões), mas tinha uma personalidade importante. O seu problema é: faltava um Alemão. Fani não nasceu para ser protagonista, no máximo antagonista, mas sempre coadjuvante. 

Eis que nesse meio surgiu Fernanda. Uma versão melhorada de Ana Carolina Madeira? Nada a ver, a garota não era mimada e insuportável. Uma jogadora calculista como diversas outras? Não, ela era apaixonada demais para ser racional o tempo todo. Fernanda era o novo. E o novo sempre ganha. Ou deveria ganhar. 

De qualquer forma, Fernanda pode usar Oswaldo Montenegro como defesa: “E que minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade também”.


Até o "BBB 14".


Gustavo Resende (@Tweetfilia) é jornalista, roteirista e redator do site Como Assim, Bial?! 

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