Publicado em 07/12/2011 às 11:20:20
A televisão brasileira teve um marco importante nestes últimos dias. O anúncio da saída de Fátima Bernardes do "Jornal Nacional", a saída propriamente dita e a chegada de Patrícia Poeta foram fatos que pegaram todos de surpresa. A forma como a Globo tratou esta transição também merece destaque e pode representar mudanças nas ideologias da emissora.
Nem mesmo o delírio mais ousado do jornalista mais polêmico do meio dos bastidores de TV podia imaginar que Fátima Bernardes estaria pedindo para deixar o "Jornal Nacional" e que já tivesse solicitado isso à Globo há quatro anos e que somente agora obteve aprovação dar sequência ao seu plano.
O momento agora é do "Jornal Nacional". Por mais que existam telespectadores que não assistam ou que não gostem da linha editorial do noticiário - como eu -, não é possível desprezar uma mudança deste porte naquele que é o meio de informação de milhões de brasileiros e há tanto tempo. Muitos ainda não compreenderam o que levou Fátima Bernardes a deixar, por livre e espontânea vontade, o posto que quase 100% dos jornalistas e estudantes de jornalismo do Brasil almejam um dia ocupar.
Mas Fátima saiu. Ela está migrando para a problemática faixa das manhãs da Globo. Este momento necessita de atenção: Bernardes teve toda uma homenagem como nunca se havia visto na TV brasileira. E aí que a primeira tarefa da Globo entrava no ar. A emissora quer transformar Fátima, que é jornalista, em uma apresentadora e toda a estrutura foi dada a ela neste momento de despedida do "Jornal Nacional". A rede sempre evitou dar tratamento de estrelas aos jornalistas e sempre distinguiu muito bem a posição de quem pertencia ao artístico e de quem pertencia ao jornalismo. Só que isso ficou de lado com toda a pompa que a saída de Fátima foi tratada.
É parte de um plano? Plano de quê? Fátima Bernardes vai assumir um programa solo que muito pouco foi divulgado até então. Mas já se fala em transformá-la em uma Oprah Winfrey brasileira. E faz sentido, ainda mais da forma badalada que esta transição repentina foi marcada.
Já sobre Patrícia Poeta, acredito que tenha sido a melhor escolha. É uma jornalista preparada e com apelo. Entretanto é impossível não lembrar que Ana Paula Padrão, que se desligou da Globo em 2005 para atender a uma proposta tentadora - e que mais tarde veio a se mostrar não tão interessante assim - do SBT e que hoje está na Record. Ana Paula seria a sucessora natural de Fátima e reúne até mais qualidades que Patrícia embora, a priori, não pareça ter um apelo popular tão bom quanto a global.
Outros nomes foram cogitados pela internet. Ana Paula Araújo, do "RJTV", foi um deles. Ela é uma ótima jornalista mas ainda não está pronta. Mostrou trabalho na cobertura da tomada do Complexo do Alemão, há um ano, quando o "RJTV" foi ao ar durante horas e horas. Mas seria até injustiça trazê-la sendo que há jornalistas mais preparados e com mais tempo de casa para exercer a função de apresentador do "Jornal Nacional".
Por fim, hora de falar do "JN". Infelizmente, a mudança de apresentadores não acarretará em mudanças mais profundas. Hoje o "Jornal Nacional" tem uma grande infra-estrutura e conta com suas tradições. Só que não é um informativo moderno e atrativo. Seu cenário, o qual em essência é o mesmo há quase 15 anos, apenas confirma isso.
A Globo preferiu fazer desta forma. Jornais na Europa, Estados Unidos e até mesmo Argentina contam com cenários mais modernos e maior dinamismo. Aqui no Brasil mesmo, o "Jornal da Band", mesmo com as suas limitações, consegue manter sua credibilidade com um formato dinâmico, com três apresentadores e com um tom mais informal sem deixar de ser sério. A Record também avançou neste quesito, com um "Jornal da Record" mais popular, com séries especiais a cada semana, o que acabou lhe conferindo uma marca própria.
Mesmo com Patrícia Poeta, particularmente não me sinto atraído em assistir ao "Jornal Nacional". Não é a apresentação que vai influenciar nisso. A própria Globo sabe fazer jornais muito mais atrativos e interessantes, como o "Jornal da Globo" e "Bom Dia Brasil", e a concorrência, embora com nível inferior, também se destaca com o "Jornal da Band" e "Jornal da Record".
Mas de toda forma, boa sorte à Patrícia Poeta e à Fátima Bernardes nesta nova etapa.
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