Eu e minha síndrome de Peter Pan

Você já ouviu falar na síndrome do Peter Pan? Pessoas que se negam a crescer, virar adultos ou simplesmente viverem em um mundo imaginário, aonde tudo é uma grande festa? Já me intitularam assim e, sinceramente, confesso que não me incomoda em nada. Ultimamente ando numa fase meio adolescente, essas em que mergulhamos na fantasia, ou simplesmente quando nossos problemas são menos práticos e mais complexos, digamos assim.

Sempre gostei de ler revistas como Capricho ou Atrevida, por obter uma linguagem leve e descontraída. E o mesmo acontece com os programas direcionados para esse tipo de público alvo, aonde o segredo para o sucesso é muito simples: relacionamentos amorosos, conflitos internos e competições.

Há 12 anos uma produção surgiu para inovar o mercado televisivo no Brasil. A Rede Globo colocava no ar Malhação, uma espécie de novelinha adolescente bem no estilo de séries norte-americanas, como Barrados no Baile. No início, assim como seu nome sugere, o núcleo da história se desenvolvia dentro de uma academia de ginástica, cenário perfeito para o desenrolar de amizades, romances e muita aventura. Depois, um colégio passou a ser o ponto de desenrolar da história.

No elenco, a novelinha já contou com atores consagrados da nossa telinha, como a saudosa Nair Bello, Danton Mello, John Herbert e Silvia Pfeifer. Lançou nomes que iriam se tornar constantes no mercado de dramaturgia: Carolina Dieckman, Cláudio Heinrinch, Henri Castelli, Priscila Fantin, Thiago Lacerda e Cauã Reymond. E ainda trouxe de volta para a TV outros talentos, esquecidos com o tempo: Tássia Camargo, Lucélia Santos e a dupla Juba e Lula (Kadu Moliterno e André Di Biase). 

Nesses anos todos, Malhação seguiu com seu público fiel (entre eles eu) que, mesmo com tantas mudanças em cima de elenco, cenários e autores, cresceu junto com a novela já que, a cada temporada, a produção inovava o núcleo de elencos, dando um novo gás à história.

Mantendo-se entre os programas preferidos da garotada, este ano a novelinha sofreu uma queda na audiência, provocando a antecipação do fim de sua temporada, o que geralmente acontece no inicio de cada ano. A notícia deixou público e elenco surpresos, principalmente com a possível troca da maioria dos atores, além do suposto fim do Giga Byte, Múltipla Escolha e da república, points de encontros da garotada.

Em notas publicadas na imprensa, são inúmeros os rumores para mudanças tão radicais. Entre elas, o descontentamento com os atores novatos que, segundo o diretor de núcleo Ricardo Waddington, estariam mais preocupados em faturar com campanhas publicitárias e eventos, do que atuar. A baixa audiência também seria um fator importante, já que a média deste ano ficou em torno de 24,7 no ibope. E mais, a vontade de transformar a novelinha numa espécie de High School Musical, com a finalidade de focar em musicais e resgatar o sucesso de 2004, comandado pela Vagabanda. Fatos que só poderão ser confirmados com o inicio da nova temporada, marcada para o dia 15/10. Vamos aguardar!