Record decepciona com corte de Alta Estação

Na semana passada todos foram surpreendidos com nota enviada pela assessoria da TV Record comunicando sobre o cancelamento do folhetim “Alta Estação”, trama jovem que foi um dos projetos mais almejados pela emissora nos últimos tempos, e, apesar disso, teve o final decretado bem antes das quatro temporadas planejadas.

A novela entrou no ar em outubro de 2006 com autoria de Margareth Boury, marcando assim a estréia da terceira faixa de telenovelas. Mudanças incontáveis de horário fizeram parte de sua trajetória e isso colaborou para a queda de audiência quando a mesma foi colocada para brigar com o lançamento do desenho “Chaves” e o sensacionalista “Brasil Urgente”. Ainda assim, “Alta” conseguiu a vice-liderança em boa parte de sua exibição. Contudo, não foi o suficiente para a Record mantê-la no ar.

Precipitada, a emissora dos bispos optou por cancelar a produção, entretanto, teve ao menos a delicadeza de comunicar equipe e autores sobre a medida tomada, proporcionando, dessa forma, que os autores pudessem adaptar a história para a redução de capítulos e assim fechar esse ciclo com dignidade. Não foi o que a mesma emissora fez com “Metamorphoses” e nem o SBT que ultimamente anda desrespeitando frequentemente os telespectadores dos folhetins.

O corte em “Alta Estação” é lamentável por vários motivos. Primeiro por colocar um ponto final na terceira faixa de novelas, projeto audacioso da Record que dificilmente terá continuidade. Segundo pelo fato de que, como “Malhação”, a trama traria ao mercado novos talentos e, consequentemente, abasteceria as demais produções da teledramaturgia do canal, afinal de contas, todas as emissoras hoje estão sofrendo com a falta de atores: com quatro delas investindo no segmento, um ator anda saindo de um papel e embarcando em outro.

Outro fator de grande importância que deve ser considerado é que, sem “Alta Estação”, a Record abre caminho para a exibição da novela “Zorro”, produção estrangeira, ou seja, menos espaço para os talentos de nosso país.

Além de tudo o que foi citado, a novela de Margareth Boury nunca foi um produto ruim, teve grandes méritos, especialmente no quesito bom humor. O problema de audiência, nesse caso em específico, foi por culpa da própria Record. Uma pena.

Autora fala sobre o assunto em entrevista exclusiva ao NaTelinha. Clique aqui e confira!!

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