Maratona no ar

Gottino recorda 1º lugar no Balanço Geral e revela surpresa com convite para o Cidade Alerta

Jornalista admite saudade dos amigos do Balanço Geral e também fala sobre sua passagem pela CNN Brasil, no auge da pandemia de Covid-19


Reinaldo Gottino no Balanço Geral, Cidade Alerta e CNN Brasil
Reinaldo Gottino fez história no Balanço Geral, teve rápida passagem pela CNN Brasil e agora comanda o Cidade Alerta - Foto: Montagem/NaTelinha
Por Thiago Forato

Publicado em 24/06/2025 às 00:20,
atualizado em 24/06/2025 às 11:08

Reinaldo Gottino estava de férias em janeiro quando recebeu uma ligação da Record para comandar o Cidade Alerta. Tudo aconteceu muito rápido, conforme o próprio narra. "Foi uma surpresa. [...] Eles explicaram das mudanças e eu topei esse convite, topei esse desafio", diz o jornalista que comanda uma verdadeira maratona televisiva. São três horas e meia diárias de programa.

A revelação foi feita em uma longa entrevista ao NaTelinha publicada no YouTube (vídeo ao fim da matéria) e que também aparece aqui em formato de texto. Reinaldo Gottino é o 16º convidado de uma série de 20 entrevistas com personalidades que fizeram ou fazem a história da TV neste mês que marca as duas décadas do site.

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Enquanto comandou o Balanço Geral, protagonizou diversas vitórias contra a Globo, obrigando a líder de audiência a extinguir até um programa histórico, como o Vídeo Show (1983-2019). "Não vou esconder de você que é bacana você ver a concorrência marcar eventos para depois das 15h30, para não bater de frente com o teu programa", admite.

Gottino também fala de sua passagem pela CNN Brasil. "Foi uma experiência incrível, não me arrependo", conta ele, que logo depois da festa de inauguração da emissora, enfrentou uma estafa não só pela pandemia, mas pelo volume de trabalho que se acentuou. "Eu virei um curinga", relembra.

Confira:

NaTelinha - Começo perguntando sobre o Cidade Alerta que você assumiu em janeiro. Como é que surgiu esse convite para comandar o Cidade Alerta?

O convite para apresentar o Cidade Alerta foi uma surpresa, foi algo bem diferente, porque eu estava de férias e eu recebi uma ligação da direção me convidando para apresentar o programa na volta das férias. E foi meio assim uma surpresa. E eu sou um cara que estou sempre pronto para novos desafios, se é importante para a empresa, se é importante para a instituição, se é importante para esse trabalho que a gente faz parte. A Record é a empresa que eu trabalho, é a minha casa, é a empresa que paga o meu salário, que eu sustento a minha família. Então, quando eu recebi esse convite, eu fiquei bastante honrado e encarei o desafio. Estamos nessa, estamos aí trabalhando bastante, cada dia é um desafio, cada dia é um novo programa, e a gente está muito satisfeito com esse começo.

Gottino recorda 1º lugar no Balanço Geral e revela surpresa com convite para o Cidade Alerta

NaTelinha - E como é que foi que chegou esse convite na realidade? Foi um convite 'barra' intimação ou realmente um convite? Quem pegou o telefone e disse: 'Temos um problema aqui, mas você é a nossa solução'?

Eu acho que foi mais essa segunda parte que você falou, né? O nosso vice-presidente de jornalismo, Antonio Guerreiro, é um cara muito educado, um cara muito tranquilo, um cara muito bacana, um cara que eu tenho um carinho muito especial, porque possibilitou a minha volta aqui para a Record depois de ter passado pela CNN. E ele me ligou e falou assim: 'Eu tenho um convite para você, gostaria de saber se você topa. Para a gente seria muito interessante que você comandasse o Cidade Alerta'. Eu falei: 'Vai ser bom para a emissora? Vai ser bom para vocês? Estou nessa. Como é que vai ser? O que aconteceu?'. Porque aí bate a curiosidade. Eles explicaram das mudanças e eu topei esse convite, topei esse desafio. Deixei uma mensagem para o Bacci na minha estreia, porque ele ficou bastante tempo à frente do programa, é um grande comunicador, um grande apresentador. E para mim é uma honra estar à frente desse programa que tem 30 anos de história na televisão.

NaTelinha - E agora você começa a sua. Mas você deixou um convívio no Balanço Geral de mais de uma década também. Como foi pra você ponderar, deixa aquele programa, de certa forma, ajudou a construir o sucesso dele? E afinal de contas, são seus amigos, mas a convivência invariavelmente não existe mais como era antes.

Cara, eu não vou mentir para você, eu morro de saudade deles. Eles vêm aqui, eles entram no camarim, eles fazem uma bagunça. Eles são da minha família. O Lombardi, a Fabíola, eu gosto muito deles. A gente se encontra, obviamente, bem menos, mas a gente continua se encontrando, a gente sai para jantar, a gente vai na casa um do outro. E quando eles estão aqui, se eles estão passando no corredor, eles batem na porta. Se eu estou no camarim, eles já entram. A gente toma um café. Eu amo essas pessoas. Eles não são apenas meus amigos. Eles são da minha família. Eu amo. Eu amo de caminhar junto. Pode me ligar a hora que estiver precisando que eu vou lá. Se furar um pneu 4 da manhã, ela pode me ligar que ela sabe que eu vou lá para socorrê-la. O Lombardi é a mesma coisa. Então, eu vivenciei com eles coisas incríveis. A gente cresceu junto dentro do programa. A gente vivenciou experiências incríveis. E eu tenho esse carinho por eles, pelo garçom que é o Marquinhos, pela Judite. Então, a gente tem uma relação muito bacana e essa relação continua.

Eu não escondo que eu tenho muita saudade por causa do convívio diário. O convívio diário, o Lombardi é um grande parceiro. Aí o pessoal fala: 'Lombardi não foi trabalhar com você'. Eu não posso, por exemplo, tirar o Lombardi do Balanço. Aí você acaba a desfalcando o outro programa, seria injusto com o próprio Passaia [Eleandro], que é o cara que assumiu o Balanço Geral, e o Lombardi faz parte do Balanço Geral, ele tem essa identificação com o público. Então, foi muito legal tudo o que aconteceu, e eu sinto muita saudade deles, muita falta deles, porque eu convivi com eles. Agora eu tenho novos amigos. O meu leque aqui, o meu guarda-chuva de amizade. Estou trabalhando com pessoas incríveis também e criando novos relacionamentos.

NaTelinha - Quando você recebeu o convite, até você aceitar de fato, você chegou a falar com eles? 'Recebi um convite, estou pensando, ou já vou para o Cidade Alerta. Infelizmente, a nossa convivência vai acabar por aqui'. Teve essa conversa antes ou você só avisou?

Foi tudo muito rápido, porque foi na noite de sexta-feira, né? E eu já estreei na segunda. Quando eu entro em contato com eles, eles já estão sabendo, porque o negócio foi muito rápido. Internet... O NaTelinha já tinha publicado. (risos) Então, assim, tudo muito rápido, tudo muito dinâmico. Mas antes de eu falar com eles, eu fui conversar obviamente com a minha família, fui conversar com os meus chefes diretos, então foi muito assim, foi tudo muito dinâmico, mas entrei em contato com eles, comuniquei eles da mudança, eles ficaram obviamente espantados na hora, porque eu já tinha feito até anúncio de que eu ia voltar para o Balanço na segunda-feira nas redes sociais, mas aí tudo mudou, e a televisão é assim, o jornalismo é assim, a nossa profissão é assim.

NaTelinha - Gotino, você assumiu o Balanço Geral em 2014, aí lá se vai mais de uma década. Quando você pegou o programa, o Balanço Geral, ele era de um tamanho. Quando você entregou o Balanço Geral, ele ficou de outro tamanho. Como é que foi? Eu imagino que quando você saiu do Cidade Alerta, é como o pai que vê o filho sair de casa de alguma maneira. Dói, mas em algum momento talvez isso vá acontecer. Foi mais ou menos isso? Como é que você avalia o tamanho que ficou o programa depois que ele passou pela sua mão? Claro que tem uma equipe muito afinada que construiu a história do Balanço Geral, mas você foi o fio condutor, de uma maneira ou de outra, desse sucesso do Balanço Geral São Paulo.

Eu acho que a avaliação que você fez foi perfeita. O programa tinha um tamanho. Quando a gente começou, ele tinha duas horas de duração. E aí tem uma coisa interessante que você vai me dar a oportunidade de falar. Quando o Balanço começa a fazer sucesso, de 2014, ele demora um pouquinho para engrenar, mas ele vai engrenando, vai engrenando, e aí ele passa a ter duas horas e 15, duas horas e meia, duas horas e 45, três, três e 15, três e meia, três e 40. Hoje o Balanço Geral tem três horas e 40.

Quando o Balanço começa a fazer sucesso, ele era dirigido por Cláudia Aied, Renata Cornet, tinha essas duas mulheres nos bastidores do programa, dirigindo o programa. O programa faz muito sucesso, a gente não sai, mas elas saem. Elas vão embora do programa. E elas vão para o Domingo Espetacular e ficam lá por muitos anos, fazem um grande sucesso lá. E por mudanças da televisão, porque é sempre importante dar essa oxigenada, dar essa mudada, elas voltaram para o Balanço agora. Elas voltaram a dirigir o Balanço. Já há alguns anos aí, já tem uns aninhos. E eu saio, agora eu saio para a Cidade Alerta. E o Balanço fica nas mãos de pessoas que conhecem, que têm o Balanço, o DNA do Balanço Geral, que entendem esse programa, que conhecem esse programa e vão poder ajudar o Passaia, já fizeram isso, já ajudaram, a deixar o Passaia mais tranquilo, porque o Passaia entrou num programa de três horas e 40 e o cara já chegou fazendo o maior sucesso. Então tem uma estrutura legal por trás, tem o Lombardi, tem a Fabíola, tem o Marquinhos, tem a Judite. O Passaia chegou e tem essas duas figuras importantes, tem o Edu Nerath, que é o editor-chefe também, mas é muito interessante isso, porque elas saíram e depois elas voltaram.

E quando elas voltam, é muito legal, porque as peças vão se encaixando. Eu saio, mas tem gente ali que tem o programa todinho na cabeça, o programa todo fechado, porque elas estão acompanhando esse programa desde 2014.

Gottino recorda 1º lugar no Balanço Geral e revela surpresa com convite para o Cidade Alerta

NaTelinha - Nesse meio tempo que você está falando, o programa começou a fazer muito sucesso. Quem não gostou disso foi a Globo, que teve muitos problemas por muitos e muitos anos. Muitos anos. A Globo acabou com o Video Show, por exemplo, que era um programa histórico. E vocês bateram o Vídeo Game também, que chegou a voltar no finalzinho de 2017. O Se Joga nem se fala... Foi atropelado pelo Balanço Geral. A Sessão da Tarde também, vários blockbusters. O Balanço Geral também vencia na audiência em São Paulo, chegou a ser o programa da Record que mais ficou tempo em primeiro lugar. Olhando para isso tudo, isso te envaidece de alguma forma, Gottino?

Um pouco. Não vou esconder de você que é bacana você ver a concorrência marcar eventos para depois das 15h30, para não bater de frente com o teu programa. Eu vou falar para você que se eu falar que não, 'para mim não muda nada'. Eu me lembro o primeiro dia que a gente alcançou a liderança. Um minuto a gente ficou o primeiro dia, lá em 2015. Foi um minuto que a gente ficou. Quando a gente ficou um minuto em primeiro lugar, eu falei: 'Pessoal, é a nossa hora. Vamos para cima, que mais minutos chegarão'. E todo mundo acreditou nisso.

Eu não vi ninguém falando assim: 'Você está louco, foi sorte'. Não, todo mundo falou: 'Vamos para cima'. No dia seguinte, a gente entrou rasgando com apetite, com vontade. Então, assim, a gente fica feliz, não tem como, porque quem ganha é o telespectador, porque é uma disputa, é uma concorrência, e você tem que apresentar o seu melhor programa, você tem que fazer o melhor, porque quem vai decidir é o telespectador, que tem o controle remoto na mão hoje e N opções. Ele tem a televisão como opção, ele tem o streaming, ele tem a internet, ele tem várias possibilidades. Então, quem ganha é o telespectador. Então, a gente cresceu junto com o programa, com o telespectador, com essa possibilidade de ficar em primeiro lugar, mexendo com a gente. Foi muito bacana, foi muito bacana.

NaTelinha - Eu tinha escrito um artigo aqui no NaTelinha há muitos anos que somente uma novela poderia deter o Balanço Geral, que seria uma novela. Demorou, mas aconteceu. O que tirou o Balanço Geral da liderança foi uma novela, começando com Chocolate com Pimenta e eles mantiveram o Edição Especial até hoje. Isso fez com que vocês dessem uma 'broxada' do tipo: 'Agora eles encontraram alguma coisa para neutralizar a gente'? Ou não? 'Eles só voltaram ao lugar que eles mesmos tinham, aquele lugar que pertence a Globo'? Teve algum balde de água fria? de certa forma, vocês estavam ali meio que E já escutei isso de gente dentro da Globo, vocês estavam como intrusos ali, incomodando eles o tempo inteiro.

Eles demoraram para conseguir encontrar, né? Demoraram. E eles precisam acertar a novela, porque quando erra a novela, o Balanço volta também a incomodar. Então, a gente teve lá no começo do ano aquele caso Vitória, que é jornalismo ao vivo, coberturas quentes, enchentes, chuva. O Balanço Geral com o Passaia incomodou bastante. Ficou ali, chegou a beliscar alguns minutos, chegou a empatar. Como eu disse, é interessante, o telespectador decide. E a outra emissora tem que fazer o melhor, porque senão a gente vai chegar. Seja no Balanço, no Passaia, seja no Cidade Alerta.

A gente está ali, a gente está pronto.

NaTelinha - Agora eu te peço uma inconfidência, Gottino. De todos esses programas que você derrotou ao longo desses anos todos da Globo, qual que deu gostinho mais especial? Teve algum que te deixou mais satisfeito ou o que importava era ficar em primeiro?

Eu acho que não importava ali quem é que estava no ar. Era você alcançar a liderança contra a outra emissora que é a emissora que fica em primeiro lugar. Eu acho que não tem, é um sabor especial, né? É um gostinho incrível você estar ali em primeiro lugar. Então acho que não tem adversário, não tem concorrente.

Todo dia a gente entra no ar tentando fazer o melhor. Quando você alcança esse primeiro lugar, aí é uma satisfação. Aí não importa quem está do outro lado.

NaTelinha - Dessa vez, se você deu um outro tamanho para o Balanço Geral, você pegou um programa já consolidado há muitos anos. Igual a gente estava falando aqui no meio da conversa, o Cidade Alerta já tem três décadas no ar. E recentemente, isso fez com que a Globo também olhasse diferente para o sucesso do programa, tanto que ela criou um boletim no fim da tarde, de olho um pouco no sucesso do Cidade Alerta. Começar assim, já ia começar com o pé direito também do Cidade Alerta, como é que você vê essa movimentação da Globo em tentar fazer, ainda em pílulas, mas que de repente pode ganhar um tempo maior em breve na tela?

Eu acho que todo mundo está se mexendo, né? Eu quando fui para a CNN, eu fazia um programa à tarde, com a Daniela Lima, o 360, a Globo se mexeu lá, a GloboNews se mexeu também. E criou lá um novo programa até, trazendo um apresentador da TV aberta para o cabo. Então, quer dizer, eu estou sempre ali, né? Onde eu entro no ar, o pessoal está ficando esperto. Que bom que eu estou aqui na Record, feliz da vida. E a gente vai movimentando, vai trabalhando da melhor maneira possível, tentando trazer o telespectador para dentro do nosso projeto, do nosso canal, do nosso produto. E a concorrência também trabalhando, porque você não tem só a Globo como concorrente, você tem o SBT batalhando, você tem uma Band que tem uma estrutura muito bacana também.

Então é legal você ver a concorrência se movimentando, trabalhando, buscando o melhor para sobressair nos números.

NaTelinha - A gente tem que falar da sua passagem na CNN também. Já faz cinco anos! Pisquei, mas já faz meia década que você passou pela CNN, você fez parte da estreia do canal aqui no Brasil. Como é que foi essa passagem pela CNN? Você já consolidado, fazendo um grande sucesso no Balanço Geral. Eu já vi outras entrevistas suas falando sobre isso, mas queria que você relembrasse esse recorte aqui para a nossa audiência também, como é que chegou o convite da CNN, o que te fez trocar de casa, trocar o certo pelo duvidoso, de uma certa forma? Apesar da CNN Brasil ter uma marca super forte mundialmente, mas você estava indo para um projeto novo no Brasil, trocando tudo aquilo que você já tinha conquistado na Record, sendo o rei praticamente ali do horário.

Legal a sua pergunta. Foi uma experiência incrível, não me arrependo. Foi demais para mim como profissional. Eu saí de algo que já estava tudo certo, já estava consolidado ali. Eu não gosto de usar esse termo, mas vou usar. Eu saí da zona de conforto e fui para um desafio. Eu fui chamado por amigos, pessoas que eu confiava, que acreditaram sempre no meu trabalho e eu sempre acreditei nesses profissionais. E eles me chamaram, falaram: 'A gente vai inaugurar um canal e a gente quer que você seja o primeiro a falar nesse canal. A gente quer que você seja o nosso âncora. Você vai ter dois programas e a gente vai montar a TV do zero'. Aí a direção me falou: 'A gente vai trazer gente de revista, gente de jornal, gente que não tem experiência em televisão e a gente precisa abraçar esse pessoal e trazer isso'.

E eu fui. E eu falei, cara, eu quero esse desafio. Fui. Foi uma experiência incrível. Fui para Nova Iorque, na CNN. Montamos o canal, fizemos os pilotos. Se eu falar para você, eu me lembro até hoje das experiências que nós tivemos, de você trocar ideia com grandes jornalistas e você tem a bagagem da televisão, e você trocar isso, você aprender e você poder ensinar alguma coisa, e você sentar ali, passar luz, passar câmera, passar a o cenário, o palco, fazer movimentação. 'Por aqui está certo, por aqui não. Aqui está legal, aqui vai vazar a Paulista. Não, segura um pouquinho. Vamos por aqui. Se a gente entrar por aqui, não'.

A gente fez tudo isso nos meses anteriores ao canal. E deu lá, 15 de março, a gente estreou, eu e a Monalisa Perrone, os primeiros a falarem no canal. Foi uma experiência incrível. E eu pude trocar experiências com Iuri Pitta, que hoje é o âncora da CNN, é um dos maiores jornalistas do Brasil. Ele é um cara que não tinha muita experiência em televisão, hoje ele dá aula de televisão, mas é um cara que tem uma bagagem do jornal, da revista, do texto, muitas fontes. Então, era muito interessante, porque você fazia um programa... Quem mais com quem eu trabalhei? Com a própria Daniela Lima, que era já de televisão, fazia o Roda Viva, mas não era do hard news. E a gente tem aquela coisa da notícia que chega, do breaking news, da notícia que chega em tempo real.

Então, a gente pôde trocar essas experiências. Daniela Lima, você está do lado dela e ela tem N fontes. E ela: 'Opa, é o fulano, vou ligar agora'. Ela já mandava mensagem, já recebia informação. A gente pegou uma pandemia. A gente pegou um momento muito triste, um momento muito complicado, um momento em que de manhã você era tido como bolsonarista, tarde como petista, e você levava pau o dia todo. E esse é o caminho certo. Se você leva pau dos dois lados, é que você está fazendo o seu trabalho. Entendeu? Porque o jornalismo é isso. O jornalismo é você trazer a notícia. Tem notícia que vai agradar um lado, tem notícia que vai desagradar o outro. Então, assim, foi pesado. Foi pesado. Mas foi uma experiência incrível.

Quando eu recebo o convite de volta, eu já estava meio cansado. Falei: 'Tomei porrada pra caramba'.

Gottino recorda 1º lugar no Balanço Geral e revela surpresa com convite para o Cidade Alerta

NaTelinha - Mas como que você recebeu o convite de volta, Gottino? Porque, assim, pensando... Por que a Record te chamaria de volta com tão pouco tempo de CNN Brasil? O que aconteceu que alguém falou pra alguém: 'Acho que se chamar o Gottino de volta, ele aceita'. Como é que foi costurado essa volta? Porque foi rápido, né? Foi oito meses.

As suas perguntas estão bem pontuais e interessantes. Quem me ligou, arriscou. E não imaginava. Eu lembro que eu tinha ido almoçar com a minha mãe. Eu pegava o metrô ali na Trianon, metrô na Paulista, e minha mãe mora perto de uma estação lá da Linha Verde. E eu fui almoçar na casa da minha mãe. E quando eu estou voltando, Eu falei: 'Tô cansado, cara'. Eu juro pra você, tá? Eu tô no metrô. E eu falei assim: 'Se a Record me ligasse, eu voltaria'.

Eu vou te contar uma coisa. Eu fui almoçar na minha mãe e pra você chegar lá, você desce num shopping. A estação é num shopping. Eu estou descendo a escada rolante, eu já estava cansado, pesado, estava com dois programas, muita gente faltando no trabalho por conta do Covid. Eu chegava lá às 5h e eu saía da emissora às 22h, cara. Oito meses, ralando. Eu fui almoçar e estou descendo no shopping. Eu estou descendo a escada, rolando, tem uma mulher subindo, ela pega no meu braço e fala assim: 'Você me traiu'. Ela falou para mim.

Aí eu olhei e falei: 'Como assim, senhora?', Tomei um susto. Ela falou assim: 'Você saiu do programa, você me abandonou, eu sinto a sua falta até hoje'. E eu, a escada, uma subiu, a outra desceu. Essa mulher entrou na minha cabeça, essa fala dela. E eu fui almoçar. Quando eu estou voltando, eu fiquei pensando nisso, falei: 'Já pensou se a Record me chama de volta?'. E aí, quando eu estou descendo do metrô, toca o telefone. É um diretor da Record.

NaTelinha - Ah, não é possível.

Te dou a minha palavra. Eu juro para você. Eu estou subindo a escada do metrô, toco o telefone e é esse diretor. Ele fala assim: 'É só uma consulta. Se tivesse a oportunidade de voltar, você voltava?'. Eu falei: 'Voltava'. Ele falou: 'Eu te ligo mais tarde. O resto é história. (risos)

NaTelinha - Conta o nome de quem foi arrojado nesse ponto de te ligar!

Eu não sei se eu posso falar. Eu não sei se eu estou autorizado a falar. Ele trabalha aqui até hoje. Ele me ligou e falou assim: 'Eu só vou te fazer uma pergunta. Se tiver a oportunidade de voltar, você volta? Você voltaria?'. Eu falei: 'Eu volto'. Ele falou: 'É só isso que eu preciso saber. daqui a pouco eu te ligo'.

E aí foi bacana demais, porque eu pude voltar para o programa, para a emissora, para a TV aberta. Uma coisa, Thiago, que eu acho que é importante falar, o que eu senti muita falta? Eu senti falta do carinho do grande público. As pessoas tinham um carinho, têm esse carinho. Hoje eu vejo isso também no Cidade Alerta, hoje a gente está em rede nacional, tudo. Eu fui para viajar para o Nordeste. Cara, as pessoas adoram o programa, gostam do jeito que a gente comunica, que a gente trabalha. Então, eu senti um pouco dessa falta e isso foi comovente para mim, foi bacana para mim. Me fez pensar em voltar.

NaTelinha - Você nem pensou, então, né?

Não, então, eu já estava com essa ideia. 

NaTelinha - Mas por que você acha que aconteceu o convite para você voltar tão logo? O que estava acontecendo? O que a emissora, de repente, percebeu para tentar investir em você novamente?

Ah, aí eu não sei. Eu penso que eu acabei imprimindo uma marca muito forte no programa ali, né? Eu criei uma identidade muito forte no programa. Mesmo já meses fora do programa, as pessoas ainda falam: 'Gottino, assisti no Balanço'. As mudanças acontecem, mas assim, foi um casamento bacana, Gottino e Balanço Geral da tarde.

Foi uma relação muito bacana, porque eu pude crescer junto com o programa, dominar o palco ali, se emocionar, se divertir, dar risada, trazer artistas, fazer matérias, então foi um casamento legal, foi uma relação bacana, todo mundo percebeu isso, extrapolou o programa, e é real, foi real, essa relação foi real, não era ligava a câmera e eu me transformava, não, eu me identifiquei com o programa.

NaTelinha - E a CNN, ela recebeu a sua notícia de volta para Record com certa incredulidade, como é que foi dar essa notícia para eles?

Foi, foi, foi. Foi complicado, foi difícil. Mas aí eu expliquei e não teve jeito. E aí, conversei com eles, obviamente.

NaTelinha - Tentaram segurar?

Perguntaram para mim. Eu falei, não, olha: 'Eu estou afim, estou afim'. Entenderam ali. Foi tranquilo, foi tranquilo, foi tranquilo.

NaTelinha - Há cinco anos, a gente estava na pandemia. Você fez a festa de lançamento da CNN Brasil, vou dizer que poucas horas depois a OMS, enfim, aconteceu tudo aquilo que aconteceu no mundo inteiro. Como é que foi para você viver esse capítulo de história?

Cara, foi um caos para todos nós. Foi um caos que a gente vai esquecendo e as coisas boas vão ganhando espaço nas nossas vidas e as coisas ruins a gente vai deixando. Mas assim, foi muito pesado, foi muito cansativo, foi muito triste porque pessoas se foram. Era tudo muito novo, tudo muito difícil. A gente não sabia para onde ir. Uma coisa que me marcou muito, olha que interessante, eu estava com essa carga horária dupla, trabalhando bastante. E aí a CNN criou um protocolo lá. Se você tivesse tido contato com alguém com Covid, você tinha que informar e você era afastado. Eu chego para trabalhar um dia e eu tive contato com uma pessoa. Eu cheguei e comuniquei. O pessoal da CNN falou: 'Olha, a gente criou um laboratório aqui dentro, a gente vai inaugurar ele agora. Você vai ser o primeiro, inclusive. Mas aqui no andar de baixo. A gente fez uma parceria com o hospital'. Eu falei: 'Legal, então vamos lá'. Aí eu fui, fiz o teste e já tinha tido.

NaTelinha - Você já tinha tido Covid?

Eu já tinha tido Covid, mas fiquei assintomático. Era bem no começo, como você destacou, eu já tinha tido. Aí, o que aconteceu? Eu virei um curinga na emissora. Porque eu estava meio que imune. Nesse começo tinha essa questão, já tinha aparecido ali o exame, era um exame de sangue que fazia. Eu já tinha tido. Cara, eu passei a trabalhar todo dia, em dois períodos. O sábado eu entrava no ar às 7h, eu ia até às 14h, direto, ao vivo. Ao vivo.

NaTelinha - Não tinha voz, hein?

Então, mas era porque tinha pouca gente. Eu trabalhei com o Phelipe Siani, a gente sentava um ao lado do outro ali na redação. Ele ficou fora um tempo, a Mari [Palma] também. Então, todos os apresentadores, chegaram a maioria, na verdade, ficou fora um tempo. E eu já tinha, quando eu fiz o exame, eu não sabia que eu tinha tido, não sabia de nada. Quando eu tive contato com alguém, fui lá avisar, falei: 'Olha, eu tive contato'. Eu achando que eu ia pegar sete dias de licença, que nada, amigão. Comecei a trabalhar e fazia o teste, e estava tudo certo, não peguei mais, e fui embora. Foi puxado. Foi puxado, foi puxado.

NaTelinha - Entrou na somatória para que você ficasse com uma estafa tão grande e ter querido voltar para a Record? Isso pesou?

Eu acho que sim. Eu acho que teve esse episódio da pandemia, teve o ambiente político, estava realmente muito, muito, muito, muito pesado. Porque o tipo de apresentação que a CNN tem, ele é um formato americano, ele é um formato muito seguro, onde tem sempre muita gente na tela, tem no mínimo três na tela sempre. E isso é seguro para a emissora, porque sempre tem gente ali falando. E eu estava acostumado a fazer um programa onde eu era o apresentador, o âncora ali e tal, eu transitava no palco. Na CNN não, é caixinha, amigão, você fica na tua caixinha. Você faz a primeira pergunta, o do teu lado faz a segunda, a outra pessoa faz a terceira, se tem uma quarta pessoa, faz a quarta pessoa, depois volta pra você, você faz mais uma.

Então, eu me senti meio preso ali no formato também. Então, são várias coisas que somaram, que fizeram a gente falar: 'Putz, cara, eu acho que eu vou voltar. Eu acho que eu vou voltar'. Aí o telefone tocou, deu essa coincidência da vida, graças a Deus, e 'vambora'.

NaTelinha - Mas além do Cidade Alerta que você apresenta atualmente do Balanço Geral, no ano passado você também esteve no Patrulha das Fronteiras, que é diferente, né? É um modelo diferente. Eu gosto muito disso, que a Record, a Band também faz isso muito bem, que é embalar um produto já pronto e dar uma roupagem para você exibir na televisão aberta. Como é que foi para você a experiência de ter apresentado um formato fechado, embalar um produto já pronto, de certa forma? Quais foram os cuidados que a Record teve nessa montagem?

Foi um produto muito legal e diferente, porque eu ficava em casa assistindo e eu falava: 'Nossa, cara, como fica diferente'. Porque você faz a narração, você faz ali uma interpretação, e isso que você falou é real. A gente deu uma brasileirada no produto, trazendo entrevistas com, por exemplo, Polícia Federal, pessoal do aeroporto, Receita Federal, Correios, que é o pessoal que trabalha nessa linha de frente de investigar se o produto tem droga, se não tem, se é arma, se não é. Então, assim, trabalhei com o Bruno, que é diretor do Hoje em Dia, que ele que cuidava desse produto.

Foi uma experiência muito bacana, totalmente diferente do jornalismo. É totalmente diferente a gravação, o timing, é totalmente diferente a edição. Então, é mais um aprendizado, mais uma experiência que a gente leva e eu estou aqui aguardando para saber se vai ter a próxima temporada que eu quero entrar em campo.

Gottino recorda 1º lugar no Balanço Geral e revela surpresa com convite para o Cidade Alerta

NaTelinha - E você já era telespectador desse programa antes ou não?

Eu era quando o César Filho fazia o Aeroporto. Aí o Aeroporto eles tiveram várias temporadas, aí o César saiu, terminou a temporada, aí eles voltaram não com esse programa, voltaram com outro produto, que é o Patrulha, que é meio parecido, mas eles atuam numa outra área da Europa, trabalhando não só com aeroporto, mas com portos, com correios também. Então era um pouquinho diferente, mas o formato até que, de certa forma, parecido.

NaTelinha - Em 2017, Gottino, eu tinha te perguntado se você tinha a intenção de ir para o entretenimento. Não sei se você lembra dessa pergunta que eu te fiz. Você me respondeu que em 2017 que não. E que você ficaria 10 anos no Balanço Geral. E ficou mais de 10 anos no Balanço Geral. Agora eu vou te refazer essa pergunta. Isso mudou em você de alguma maneira? Ir para o entretenimento, apesar de você estar muito bem no Cidade Alerta hoje, há pouco tempo, mas muito bem já. Você vê isso de maneira diferente? Te apetece um pouco mais a ideia de fazer uma migração para o entretenimento? Ou definitivamente não é agora? Ou nem é a sua praia?

Cara, eu vou continuar com a mesma resposta. Você pode pegar a resposta lá de oito anos atrás e colocar aí. Eu gosto de fazer jornalismo, gosto de fazer hard news, eu gosto de fazer trabalhar todo dia, de ir atrás da notícia. Antes da gente começar essa conversa, eu estava pesquisando aqui o que ia ter de assunto interessante. Eu gosto disso. Eu acho que entretenimento, eu acho que esses programas de auditório, eu acho muito bacana, gosto. Eu fui no programa do Tom Cavalcante, no Acerte ou Caia!, eu achei muito legal. Eu achei apaixonante a condução dele, o jeito que ele conduz. Não é para mim. Não serve para mim. Eu admiro, mas eu gosto de notícia, informação. 'Estamos aqui, helicóptero no ar, olha o que aconteceu. A gente acaba de chegar, vamos descobrir junto o que aconteceu'.

E eu vou contando isso para o telespectador. É disso que eu gosto. É sobre isso. Eu não vou falar para você: 'Um dia, quem sabe, eu gostaria'. Pode ser que aconteça? Pode ser. Mas eu gosto do segunda a sexta.

NaTelinha - Você está todo dia no ar e você está com um produto que está, eu acho que tem muitos deles no horário. Tem o Cidade Alerta, tem o Datena também, a Band faz o seu. São muitos programas, de certa forma, parecidos, são programas jornalísticos, ao vivo e tudo mais. Muito se fala: 'Será que esse gênero está saturando?'. Essa é a televisão que a gente imaginava muitos anos atrás, quando a gente falava de futuro, a gente falava: 'No futuro vai ser jornalismo, vai ser televisão ao vivo e esporte'. É o que já está acontecendo. O futuro já começou?

Eu acho que o jornalismo sempre vai ter espaço. E a gente mora num país que eu até uso uma frase, eu ouvi uma vez, não me recordo quem é o autor da frase, mas assim: 'De tédio o brasileiro não morre'. É impressionante como tem assunto, como tem notícia. E amanhã, novas histórias. É de dar inveja para jornalista da Dinamarca, da Noruega, da Suécia. Porque lá não acontece o que acontece aqui.

Aqui a gente tem um turbilhão de notícias, de histórias. E eu acho que vai sobressair quem contar melhor essa história, quem contar melhor na televisão, quem conseguir explicar melhor para o telespectador, o telespectador se identificar, essa pessoa vai sobressair.

NaTelinha - E você, concorrendo com programas tão parecidos com o seu, como é que você consegue acompanhar a concorrência? O que eles estão fazendo? Isso mexe com você agora no Cidade Alerta? Você fica de olho no que eles estão fazendo? E, principalmente, o Ibope minuto a minuto te contamina de alguma forma?

Olha, audiência, quem trabalha na TV aberta, fica de olho sempre. Não tem como. Mas a gente vai mais com o trabalho já, com as histórias já preparadas. Hoje a Record é referência. Eu posso falar para você que a estrutura jornalística da Record hoje, se não é a melhor, é uma das melhores do Brasil. Eu estou impressionado trabalhando agora com o programa nacional, com a estrutura que o Cidade Alerta tem. Porque eu fico caçando histórias, caçando notícias, e aí eu descubro uma notícia em tal cidade, no interior de tal estado. Quando eu vou falar aqui com a minha direção, a minha direção já entra em contato com a rede, já entra em contato com a praça e tem a história. Porque a Record chega lá. Se não tem, eles têm como mandar fazer. Isso é muito legal. Isso é muito bacana. Então você tem essa estrutura hoje.

Eles mandam a equipe. 17h e o cara está entrando ao vivo comigo. É muito legal isso. Então, hoje, a Record, querendo ou não, nesse aspecto, ela sai na frente e o pessoal depois descobre a história. Aquele caso Vitória que teve lá atrás, a primeira emissora e o primeiro programa a dar o assunto foi a Record, a trazer a primeira reportagem do desaparecimento da menina numa quarta-feira à noite. A gente, na quinta, já trouxe a história.

NaTelinha - E, Gottino, fazendo esse tipo de programa, como é que você chega ao final dele? São várias horas no ar. Eu não falo nem dos temas serem pesados também, às vezes, um pouco como o caso do Vitória que teve no começo do ano. Mas é porque são muitas horas, né? São muitas horas falando, muitas horas você sendo o âncora ali, é muita preocupação que você tem na cabeça, é audiência, é matéria que tem que chamar, é assunto, é gente falando no seu ouvido. É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Como é que você sai ao final de uma maratona diária?

Eu falo que se eu pudesse queimar caloria, eu ia estar fininho, fininho, mas não estou. Eu saio esgotado mentalmente. Mentalmente eu saio esgotado. Saio bem cansado, porque é o que você falou. Você é um cara que entende televisão. A gente está pensando no assunto que está no ar, mas você já está de olho na próxima história. Você está de olho no que está acontecendo nos monitores, o helicóptero. 'O helicóptero chegou na enchente. Tem uma van ali, tem uma van. Gente, corta essa reportagem. Volta aqui, volta aqui. Vamos colocar a van agora. Dá uma olhada. A gente tem uma van escolar no meio da enchente'. Tem tudo isso acontecendo. Tem um monte de gente falando no seu ouvido. 'Fala, vamos cortar a reportagem agora porque aconteceu tal coisa. O avião do presidente teve que arremeter num aeroporto lá em Sorocaba'. Isso aconteceu ao longo desse ano. Então, na hora, já corta e você já tem que formular o seu pensamento sobre o novo assunto. E ninguém quer saber se você está por dentro ou não. Você tem que contar a história. Então, eu saio realmente bem cansado mentalmente.

Eu falo que se eu pudesse trocar isso por uma queima de caloria, aí eu ia estar fininho, porque eu não estou, não.

NaTelinha - E você volta para casa, no trajeto para sua casa de volta, você pega um pouco dessa energia também? Às vezes são muitos casos densos. Não sei se isso acaba respingando em você de alguma maneira. Ou você não se permite isso?

Com a experiência, você vai conseguindo se separar. Mas eu vou falar para você, não tem como não sentir. Tem alguns casos que mexem com você e você fica. Mas eu estou vivendo uma experiência muito interessante, Thiago, que é assim, eu estou levando meu filho para a faculdade e estou voltando para o trabalho com meu filho no carro da faculdade.

A gente acertou a agenda, eu deixo ele na faculdade e venho para a TV. Ele faz a faculdade, depois ele vai para a academia, aí eu pego ele na academia, a gente volta para casa, 30, 40 minutos no carro, e aí a gente vai trocando ideia. Vamos falando de Palmeiras, vamos falando de escola, de faculdade, de curso, e eu conto um pouquinho do meu dia para ele. Isso tem sido uma terapia para mim também, você poder ter essa relação com o seu filho.

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