Histórias da TV

Fantástico 50 anos: 1ª correspondente foi demitida após barraco com chefão da Globo: "Gritaria"

Cidinha Campos contou que um erro na edição de uma reportagem deixou ela nervosa


Montagem com Cidinha Campos
Cidinha Campos estava na estreia do Fantástico - Foto: Montagem/NaTelinha

O Fantástico completa 50 anos neste final de semana e a radialista e jornalista Cidinha Campos foi a primeira correspondente da revista eletrônica da Globo. Ela estava na estreia da atração criada por Boni, porém, ficou apenas um ano na emissora porque foi demitida após um barraco com Armando Nogueira (1927 -2010), na época, diretor de jornalismo do canal. Ao NaTelinha, Cidinha se mostrou arrependida e afirmou que fez uma “bobagem”. 

“Eu tinha voltado de Vilcabamba, no Equador, onde fui fazer uma aldeia onde tinha as pessoas mais idosas do mundo. E foi um sofrimento para chegar lá. Eu estava tão cansada que na hora de fazer a cabeça (abertura) da matéria cometi um erro de concordância horroroso. Não foi esse, mas tipo: ‘nois vai, nois volta’. Eu me toquei e gravei de novo”, relembrou Cidinha Campos, numa entrevista concedida ao NaTelinha, em 2015, ano que a Globo completou 50 anos.

“Quando chego no domingo para assistir o Fantástico estava o ‘nois vai, nois volta’. O cara da edição não deu o trabalho de pegar o que eu falava certo. Eu fui para reunião de segunda-feira com o cão nos couros. Nem dormi”, explicou a radialista que comanda um programa na Rádio Tupi no Rio de Janeiro.

Na conversa com o jornalista Sandro Nascimento, do NaTelinha, Cidinha explicou que quando chegou na Globo, Armando Nogueira elogiou a reportagem e ela retrucou: “Como maravilha de matéria? Eu falei ‘nois vai, nois volta’. Eu sofrendo naquele inferno, eu fiz uma viagem de 15 horas de carro para chegar lá e o editor no ar-condicionado não viu o erro?”.

A briga de Cidinha Campos no Fantástico com Armando Nogueira

Em seguida, a primeira correspondente internacional da Globo contou que o diretor não deu importância a situação. “Eu quis matar o Armando Nogueira. Comecei a gritar porque não sou flor que cheire mesmo. O pau cantou quando eu vejo, não sei se foi o Boni ou o Walter Clark (1936 -1997), aquela gritaria e abre a porta e vai embora. No dia seguinte eu estava demitida. Quase batendo no diretor de jornalismo”.

"Até hoje eu me arrependo disso. O Armando Nogueira era uma doce figura. Era uma coisa tão importante para mim e tão sem importância para ele. Eu queria ser ouvida. Ele começou a brincar com a situação. Eu que bato pesado desde que nasci, não consegui me controlar. Mas eu reconheço que foi uma bobagem que eu fiz”.

Cidinha Campos

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Em 1953, Cidinha Campos começou na TV como apresentadora infantil do Programa Pullman Junior (1953 - 1969) na Record. Foi repórter da Hebe (1929 -2012), atuou no humorístico Família Trapo (1967- 1971) e foi convida para ser a primeira correspondente internacional da Globo por suas reportagens no Dia D, também na Record.

Cidinha foi casada com o novelista Manoel Carlos com quem teve uma filha, Maria Carolina. Em 1973, casou com Ricardo Straus, com quem mantém relacionamento hoje e tem um filho fruto da relação, Ricardo Campos Straus. Aos 80 anos, a ex-deputada do Rio de Janeiro comanda o programa Cidinha Livre na Rádio Tupi do Rio de segunda a sexta-feira.

Assista a entrevista exclusiva de Cidinha Campos ao NaTelinha:

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