Renata Lo Prete por trás das câmeras: ícone do Mensalão, amiga de Bonner e chefe de Sadi
Jornalista que está no Jornal da Globo desde 2017 já passou por diversos veículos
Publicado em 06/01/2023 às 04:49
Titular do Jornal da Globo, Renata Lo Prete é muito mais do que mostra ser no jornalístico noturno. Âncora desde 2017, a jornalista teve uma carreira expressiva em outro veículos de comunicação até chegar no grupo Globo. Ela recebeu um prêmio por ser a primeira profissional a noticiar o esquema de Mensalão, foi amiga de William Bonner quando eles estudavam na faculdade e convidou Andreia Sadi para trabalhar na coluna Poder da Folha de S. Paulo após ver a colega brilhar na editoria.
O jornalismo está presente na vida de Renata desde a infância. Nascida em 22 de agosto de 1963 em São Paulo, a comunicadora era acostumada a ver seu pai, Salvador, sempre chegar em casa do trabalho com um jornal na mão. Os títulos preferidos do assistente social entre o Jornal da Tarde e o semanário O Pasquim. Assim, ele e os filhos sempre debatiam entre si.
Por conta dessa rotina, Renata afirmou que não pensou muito quando decidiu migrar para a faculdade de Jornalismo na Escola de Comunicação da Universidade de São Paulo. "Quando eu olho em retrospecto sei que estava amarrada em tudo que havia sido a minha vida até ali", contou ela, em entrevista ao Memória Globo.
Amiga de faculdade de William Bonner
Foi na USP em que Renata conheceu William Bonner, que na época estudava Publicidade e Propaganda. Recentemente, em seu discurso como ganhador do Melhores do Ano, o jornalista fez questão de rasgar elogios para a colega por conta de sua cobertura eleitoral.
"Ela é protagonista daquele momento importantíssimo da democracia e do jornalismo brasileiro", disse. Os dois trabalharam juntos na Central das Eleições quando aconteciam a apuração dos votos do primeiro e segundo turno.
Renata ganhou prêmio de Jornalismo por expor escândalo
Quando ainda estava na faculdade, em 1985, Renata tornou-se revisora do jornal Estado de S. Paulo. Três meses depois, ela foi para o Jornal do Tarde e realizou o sonho de trabalhar no título que diariamente era lido por seu pai.
Já no ano seguinte, a jornalista recebeu o convite de trabalhar na Ilustrada, caderno de cultura da Folha de S. Paulo. Lá, ela ficou durante 26 anos e desempenhou diversos cargos, como: correspondente, ombusman e autora da coluna Painel, que cobre os bastidores da política brasileira.
Em 2005, Renata publicou um dos seus maiores furos da carreira. Ela entrevistou o então presidente do PTB, Roberto Jefferson, que denunciava o esquema de compra de votos no Congresso Nacional, o Mensalão.
“A entrevista mudou completamente o caráter do que estava acontecendo, do que se pensava que era aquele escândalo. Provocou todo um reordenamento de forças no governo”, falou ela.
Foi como editoria do Painel que Renata também se aproximou de outra pessoa que se tornaria sua colega na Globo, Andreia Sadi. "Fiquei um tempo na reportagem e, depois, a Renata Lo Prete, me chamou para trabalhar com ela. Eu a admirava muito desde a faculdade por causa do furo do Roberto Jefferson que ela deu na cobertura do Mensalão. Eu estava trabalhando com meus mestres", comentou a apresentadora do Estúdio, também em depoimento ao Memória Globo.
Migração à televisão e sucesso na Globo
A partir de 2010, Renata Lo Prete passou a fazer vídeos para a Folha de S. Paulo e recebeu um convite para trabalhar na Globonews. Ela chegou no canal fechado em 2012 para participar da reformulação do Jornal da Dez, em que ocasionalmente exercia o cargo de apresentadora.
A comunicadora, então, chegou oficialmente ao posto em 2017. No entanto, ela não ficou muito tempo no cargo. Após uma dança das cadeiras da Globo, em que William Waack foi demitido da emissora, Renata recebeu o convite para estar a frente do Jornal da Globo.
Atrelado ao trabalho na emissora aberta, Renata também tocava o podcast O Assunto. Ela saiu do programa de áudio em novembro do ano passado para se dedicar somente ao trabalho como âncora do Jornal da Globo. "O jornalismo e o jornalista precisam se reinventar o tempo todo. Por isso digo que foi um privilégio ter participado da concepção e apresentado um produto pioneiro, que nasceu da inquietação de empresas distintas do Grupo Globo e ajudou a fazer dele referência também em podcasts. Saio com sentimento de missão cumprida” disse ela, na época do anúncio da saída.