Gabriela Prioli diz que entretenimento é estratégia para trazer mais gente para o debate
A apresentadora estreia a terceira temporada do À Prioli neste sábado (3)
Publicado em 03/09/2022 às 08:31
A terceira temporada do À Prioli, programa de entrevistas comandado por Gabriela Prioli na CNN Brasil, estreia na noite deste sábado (3). Integrando a faixa de programação Soft do canal de notícias, a apresentadora afirma que a intenção é tratar assuntos sérios e políticos com leveza. "Como estratégia, penso eu, o entretenimento atinge mais gente que o debate. Quem assiste o debate já está convencido de que a política é fundamental. Quem assiste o entretenimento talvez não. É essa pessoa que a gente precisa trazer para o debate, e a gente alcança mais gente", destacou, durante coletiva de imprensa realizada no dia 23 de agosto, na qual o NaTelinha esteve presente.
"O mundo do entretenimento não é um mundo novo pra mim. O À Prioli é tudo o que a minha vida sempre foi e penso eu que é a vida da maioria das pessoas também, que não se interessam só por política. Quando a gente diz que a política é um assunto que precisa ser o único assunto na vida de alguém, muita gente abandona porque muita gente não vai passar a vida toda discutindo assuntos sérios e profundos. A pessoa quer viver a vida dela com leveza e discutir política como um assunto também", completou.
Nessa nova leva de 10 episódios, a atração discute temas como racismo, assédio, abuso sexual contra crianças e adolescentes, etarismo, limite para o humor e democracia, e a titular do programa confessa que o maior desafio é ter a sensibilidade de saber quem está na frente dela. "Você começa com perguntas um pouco mais tranquilas pra pessoa se soltar. Mas se a pessoa já chega dando um show, você deixa ela dar um show. E a gente explora muito esse começo porque talvez no final ela tenha um pouco menos de energia. Essa sensibilidade que permite que a gente tenha um mix entre a emoção e os momentos mais divertidos."
"Gosto que o programa tenha risada, mas que a gente passe por momentos mais profundos. É muito bom que as pessoas possam assistir essa vulnerabilidade."
Entre os convidados da terceira temporada, estão Angélica, Maitê Proença, Walter Casagrande e Cleo. A comunicadora, que termina cada entrevista com uma fala de encerramento improvisada, diz que constrói esse discurso durante o bate-papo e que ele tem uma função: "é quase que uma afirmação para quem me disponibilizou aquele tempo de que 'eu estive aqui durante todo esse tempo ouvindo atentamente o que você tá me dizendo'."
Gabriela Prioli não usa roteiros em entrevistas
Ainda no bate-papo com jornalistas, Gabriela Prioli contou que não usa roteiros nas gravações do À Prioli. "Na primeira temporada eu ainda tinha um tablet como recurso, mas a partir da segunda eu fiz as entrevistas sem teleprompter e sem nenhum tablet nem anotação, só a partir do que eu estudei mesmo. Tenho alguns temas na minha cabeça, perguntas que eu acho que seria interessante fazer, mas eu não sigo algo pré-estabelecido. Dependo do que o convidado me entrega pra eu poder formular o restante da minha entrevista", acrescentou, dizendo que faz um processo de imersão na história do artista antes de encontrá-lo e presta muita atenção no que ele diz.
De sua trajetória de quase 10 anos no Direito, a loira diz que traz a obsessão pela "precisão dos dados" e a sensibilidade necessária para interagir com diferentes tipos de pessoas. Ela destaca que sempre teve vontade de falar para mais gente e se aprofundar em alguns assuntos, o que conseguiu com a atual vertente. "No Direito eu sentia que a gente falava para os nossos, com um vocabulário muito próprio, e a gente perdia esse alcance. Então, meio sem saber como eu ia fazer, decidi que eu ia tentar uma trajetória na comunicação."
"Desde o começo eu queria que fosse exatamente como ela tem se desenhado até agora. A minha porta de entrada acho que foi por um caminho óbvio, mas depois eu consegui desenvolver essa fala, que parte de um lugar mais tranquilo, mas que mostra que, nesse lugar mais tranquilo, a gente pode ter conteúdo de muita qualidade e que pode ter um impacto muito significativo na vida das pessoas que consomem esse conteúdo."
Confira os convidados da 3ª temporada do À Prioli e o que a apresentadora adiantou de cada um:
Marta: “A entrevista foi muito emocionante. Choramos juntas, mas também rimos à beça. Marta é muito divertida e falou bastante sobre mulheres no esporte e sobre a sexualização das atletas”.
Casagrande: “Foi sensacional! Casagrande é intenso! Ele se emocionou muito e apresentou falas muito fortes!”
Laerte: “Um programa denso, profundo, que abordou questões sobre identificação de gênero e sexualidade, mas não só. No final, ela até vestiu uma roupa minha... de plumas cor de rosa!”
Thaynara OG: “Um papo leve, com curiosidades da vida da influenciadora, e muito da cultura do Maranhão”.
Dani Calabresa: “A Dani é uma delícia de convidada. Super divertida, como esperado, mas com densidade naquilo que precisa. Falamos sobre machismo e assédio e eu fiquei emocionada com a confiança que ela teve em mim”.
Baco Exu do Blues. “Baco é um poeta e tem muito a dizer: conversa profunda sobre arte, preconceito, violência e superação”.
Angélica: “Falou muito sobre posicionamento. E como amadurecer pra se se posicionar num espaço que, no passado, não existia pra ela. Maternidade, casamento e sexualidade também foram assuntos”.
Maitê Proença: “Ela não tem medo do cancelamento e não hesita em dizer que muito do que vemos como posicionamento é só performance sem conteúdo. Ela falou também do romance com Adriana Calcanhotto e da briga com Regina Duarte”.
Cleo: “Relembrou a onda de boatos que enfrentou na adolescência e a super sexualização que sofreu, além do boicote de colegas de profissão. E descarregou a raiva de algumas pessoas, rsss”.
Thiago Abravanel: “Um misto de diversão e de seriedade, pois ele brincou muito, mas também falou do peso de ser neto de Silvio Santos, e de lidar com a expectativa de estar sempre pra cima, de bom humor”.