Novos caminhos

Após 34 anos, Marcos Uchoa deixa a Globo: "Já fiz de tudo"

Despedida do repórter será na próxima segunda-feira (22), no programa Bem, Amigos, do Sport TV


Marcos Uchoa posando para foto com uniforme da Rede Globo
Marcos Uchoa decidiu seguir novos caminhos - Reprodução/Globo

Após 38 anos de jornalismo, 34 destes na Globo, Marcos Uchoa decidiu mudar de vida. O repórter está saindo da emissora carioca para seguir novos caminhos. "Garanto que não vou mudar para o interior! Quero fazer alguma coisa, ter uma ideia, uma ONG e certamente pôr no papel o livro, que tanto me cobraram, e que eu sempre quis escrever. Vai ser sobre as coisas que vivi, as coisas que penso", disse ele ao site esportivo da Globo.

A despedida de Uchoa será na próxima segunda-feira (22), no programa Bem, Amigos, do Sport TV, ao lado de Galvão Bueno. Perguntado sobre os motivos que o fizeram deixar a profissão, o jornalista nega que tenha sido planejado. "Não foi algo pensado. Mas eu realmente já fiz de tudo no jornalismo. Ao Catar, já fui oito vezes. Então, cobrir a próxima copa seria, digamos assim, 'mais do mesmo'. E houve uma conjunção de trabalhos recentes, super produtivos e importantes, que me deram a certeza de serem uma mensagem para que eu fechasse o ciclo", explicou, citando a cobertura da pandemia da Covid-19 e uma entrevista que fez com o ex-jogador Zico.

"Queria uma novidade. Ajudar mais efetivamente as pessoas", pontuou. Sem falsa modéstia, o repórter diz ter consciência de que foi um mestre para várias gerações de profissionais da área. "Sei que tive um peso grande na formação de muita gente, até por inspiração. Dei e dou palestras em faculdade. Afinal, são mais de 35 anos de televisão. Teve gente que nasceu me vendo", disse. 

"Como fiz reportagens de tantas coisas diferentes, atingi muita gente. Muitos gostos. Uma das poucas profissões em que você melhora com o tempo é o jornalismo. Eu termino a minha carreira como jornalista muito melhor. Agradecido e lisonjeado", continuou.

Marcos Uchoa nunca quis deixar de contar histórias

Uchoa ainda relembrou como reagiu quando foi chamado para ser chefe do escritório da Globo em Londres. "Eu aceitei, mas avisei que não deixaria de ser repórter. E deu muito certo, porque continuei viajando mundo afora atrás dos fatos e histórias", contou.

Agora livre para revelar seu time do coração, o veterano assumiu ser flamenguista, mas negou que seja um torcedor tradicional. "Eu sempre prezei muito pela felicidade geral. Em 1995, eu estava atrás da trave onde saiu o famoso gol de barriga do Renato no Fla-Flu. E, quando vi, eu estava satisfeito com o gol. Foi um final feliz, o Fluminense precisava mais daquele título, o Renato Gaúcho se reinventando como líder de elenco", disse ele.

"Meus melhores amigos eram Vasco. Cansei de ir ao clássico com eles. E na hora do gol rubro-negro eu ficava quietinho", revelou, acrescentando que iria ao Maracanã com as camisas do Zico, da Marta e do Júnior, se tivesse que escolher.

Para terminar, Marcos Uchoa falou sobre a profissão. "O mau jornalismo faz mal para a sociedade. O cidadão precisa se dar conta que jornalismo é artigo de primeira necessidade. E a Covid deixou isso muito claro", finalizou.

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