Tragédia

Morte de Boechat: Investigação aponta falta de manutenção de helicóptero

Apresentador da Band morreu aos 66 anos em acidente aéreo, em fevereiro de 2019


Ricardo Boechat
Ricardo Boechat

A morte de Ricardo Boechat, em fevereiro de 2019, ocorreu pela falta de manutenção do helicóptero que o transportava quando caiu na rodovia Anhanguera, em São Paulo, segundo investigação da FAB (Força Aérea Brasileira). O relatório foi divulgado pelo jornalista Valteno de Oliveira, da Band, durante o Brasil Urgente desta quinta-feira (29).

A falha na revisão provocou a queda da aeronave, vitimando o jornalista de 66 anos. "O helicóptero era dos anos 70, mas era seguro. Obviamente, para voar com segurança precisa ser vistoriado, passar por reparos. Esse helicóptero estava voando sem fazer essas vistorias, fazendo com que houvesse um problema em uma peça chamada compressor. Ele joga o ar para uma câmara de combustão, que transforma em energia. O combustível queima e faz com que o helicóptero permaneça não só girando mas em equilíbrio", explicou o jornalista.

A equipe da Aeronáutica também descobriu que o reparo do helicóptero, que deveria ocorrer anualmente, demorava até três anos para ser realizada. Segundo a investigação, a última grande revisão pela qual passou a aeronave aconteceu em 1988.

"A troca de óleo deveria ocorrer de 12 em 12 meses, mas estava sendo trocada em 36, 38 meses. [A demora] afetou um dos rolamentos, que não estava sendo alimentado pelo óleo. Ele acabou se desgastando, quebrou, não conseguiu sustentar o compressor e, por isso, o helicóptero acabou caindo porque parou de funcionar. Houve uma pane no motor por esses equipamentos do compressor, o rolamento, a parte que joga o óleo estava entupida, a falta de revisão do óleo. Como é que pode que um equipamento como esse estivesse voando?", indagou Valteno de Oliveira, indignado.

Helicóptero de Ricardo Boechat tinha peça com defeito

O relatório ainda revela que a peça defeituosa da aeronave que caiu com Boechat foi trocada, porém reinstalada dois meses depois.

"Em 2017, a ANAC [Agência Nacional de Aviação Civil] proibiu esse helicóptero de voar exatamente por esse compressor estava com horas vencidas e não tinha sido feita a revisão. O dono do helicóptero, Ronaldo Quattrucci, providenciou a troca do compressor, foi trocado, mas 70 dias depois colocaram a mesma peça. Não se pode falar que foi ele, mas a mesma peça que estava com problemas foi colocada", complementou o jornalista da Band.

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