Além de Carla Zambelli: 5 políticos bolsonaristas que já foram presos

A prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL) reacendeu o debate em torno da atuação de políticos bolsonaristas no Brasil e no exterior. ela, que possuía mandato ativo na Câmara dos Deputados, foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de ter contratado um hacker para invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023.

Após a condenação, fugiu do país utilizando sua cidadania italiana e acabou sendo localizada pela Interpol em um apartamento em Roma, onde foi presa pela polícia italiana. A parlamentar aguarda o desenrolar do processo de extradição para o Brasil, onde deve cumprir a pena em regime fechado.

A defesa afirmou que ela teria se entregado voluntariamente às autoridades italianas, porém informações da Polícia Federal reforçam que a detenção ocorreu após denúncia e localização do seu paradeiro. 

Contudo, Zambelli não é um caso isolado. A prisão de políticos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vem se tornando cada vez mais recorrente no cenário político brasileiro, indicando um movimento de cobrança institucional por responsabilidade criminal, mesmo entre apoiadores mais próximos do ex-chefe do Executivo.

5 bolsonaristas que, como Carla Zambelli, já foram presos

Daniel Silveira

O ex-deputado federal Daniel Silveira foi um dos alvos mais emblemáticos da repressão judicial à retórica antidemocrática. Em fevereiro de 2021, ele foi preso em flagrante por ordem do STF após publicar vídeos com ameaças e incitação à violência contra ministros da Corte.

O parlamentar chegou a ser condenado a oito anos e nove meses de prisão, mas recebeu perdão presidencial de Jair Bolsonaro. Apesar do perdão, Silveira voltou à prisão em 2023, já sem mandato, devido a reiterados descumprimentos de decisões judiciais, como o uso de tornozeleira eletrônica e participação indevida em eventos políticos. Silveira não está mais preso, mas segue inelegível e responde a outros processos. 

Roberto Jefferson

Ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson foi um dos apoiadores mais aguerridos de Jair Bolsonaro. Em agosto de 2021, ele foi preso preventivamente no âmbito do inquérito das milícias digitais, acusado de ataques ao STF e de promover atos antidemocráticos.

A prisão de Jefferson foi marcada por episódios de confronto direto: quando a Polícia Federal foi cumprir mandado em sua casa, ele reagiu a tiros e granadas, agravando sua situação judicial. Ele já foi solto por decisão da Justiça, mas cumpre medidas restritivas e enfrenta outros processos. 

Anderson Torres

Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres foi preso em janeiro de 2023, logo após os atos golpistas de 8 de janeiro. Acusado de omissão e de facilitar a invasão e destruição das sedes dos Três Poderes em Brasília, o político teve seu nome envolvido também em investigações sobre esquema de fraude eleitoral e ataques a urnas eletrônicas.

Torres permanece preso, aguardando desdobramentos judiciais e colaborando com investigações federais sobre o possível conluio para tentativa de golpe e ataque às instituições democráticas.

Mauro Cid

O tenente-coronel Mauro Cid foi ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro e era responsável por parte da logística e comunicação do gabinete presidencial. Ele foi preso em maio de 2023 após investigações revelarem sua participação em esquemas de falsificação e venda ilegal de certificados de vacina contra a COVID-19, além de suposta tentativa de atrapalhar investigações sobre o entorno de Bolsonaro.

Mauro Cid passou meses preso, mas foi liberado mediante delação premiada. Os desdobramentos de sua colaboração levaram a novas fases de operações federais sobre fraudes em documentos oficiais.

Silvinei Vasques

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, foi preso preventivamente em agosto de 2023 por suposta interferência no processo eleitoral de 2022. Investigações apontam que Vasques teria comandado operações que dificultaram o acesso de eleitores do Nordeste às urnas no dia da votação, em uma tentativa de beneficiar o então candidato Jair Bolsonaro.

Atualmente, Vasques está em liberdade provisória, mas ainda responde pelos supostos crimes eleitorais. O episódio gerou forte repercussão sobre a pressão de agentes públicos ligados ao bolsonarismo sobre as estruturas do Estado durante as eleições.