PF encontra documento que decretava estado de sítio no Brasil
Documento encontrado pela PF colocava o Brasil em estado de sítio
Publicado em 08/02/2024 às 17:38,
atualizado em 08/02/2024 às 17:39
A Polícia Federal realizou uma operação surpreendente hoje, encontrando um documento dentro da sede do Partido Liberal (PL) que defende a decretação de um estado de sítio e da garantia da lei e da ordem no país. O achado ocorreu na sala de Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente e líder do partido.
O papel, ainda não assinado, foi descoberto durante investigações sobre um suposto plano para dar um golpe de Estado no final de 2022, com o objetivo de evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente.
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Segundo fontes ouvidas pelo blog da jornalista Natuza Nery, trata-se de um discurso escrito que sustenta que a ruptura do Estado Democrático de Direito estaria "dentro das quatro linhas da Constituição". Essa expressão é frequentemente usada por Bolsonaro em seus atos e discursos públicos.
O documento, embora apócrifo, faz referência a Aristóteles e argumenta que a resistência a "leis injustas" é um "princípio do Iluminismo". A reportagem teve acesso exclusivo ao texto, que apresenta uma análise complexa sobre a situação política do Brasil.
Estado de Sítio
No parágrafo final, o autor do documento declara: "Afinal, diante de todo o exposto, e para assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas, com base em disposições expressas da Constituição Federal de 1988, declaro o estado de Sítio e, como ato contínuo, decreto operação de garantia da lei e da ordem."
Segundo a PF, há indícios de que este texto seria lido em rede nacional, como uma espécie de informação para a população a respeito do Golpe de Estado, caso ele se confirmasse.
Operação da PF
A operação da PF, ocorrida nesta quinta-feira (8) e que prendeu aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, e apreendeu o passaporte dele, apresentou uma série de detalhes a respeito de uma possível tentativa de golpe que teria ocorrido no Brasil, após as eleições de 2022.
Documentos comprovaram troca de mensagens entre bolsonaristas, que teriam financiado as manifestações golpistas em frente ao quartel. Outros dados mostram que havia interesse em prender autoridades, convocar novas eleições e até data para a prisão de Alexandre de Moraes, ministro do STF, foi dada.