Opinião

Alfabetização emocional; o que seria?

Pais deveriam apoiar os filhos e não fazerem tudo o que querem


Alfabetização Emocional
Alfabetização emocional é importante - Foto: Reprodução/Internet

A evolução rápida da tecnologia e das mídias sociais pode resultar em mudanças nos comportamentos e nos perfis das pessoas ao longo do tempo. Atualmente, vemos pais mais engajados, ou seja, cada vez mais conectados e familiarizados com a tecnologia e a internet. Eles possuem smartphones, estão ativos nas mídias sociais e utilizam aplicativos de mensagens.

Vê-se, porém, que a conscientização dos riscos, associados ao uso da internet e das formas de proteger seus filhos, não estão crescendo assim de forma tão acelerada. Questão como controle parental e educação sobre privacidade e segurança na internet, precisam tomar conta do diálogo familiar.

Afinal, distante de quem já vive a realidade do mundo tecnológico, há enorme parcela da população que sequer tem acesso à internet e muito menos se dá conta do que ela é capaz. Mas essa parcela social estaria livre das consequências do uso ilimitado da internet? Penso que não.

A internet é uma realidade, mas o ideal seria que a tecnologia, no sentido latu, se traduzisse em conhecimento e abrisse a mente de pais e filhos para diálogos mais abertos sobre os malefícios e benefícios do uso da internet. Talvez assim as partes envolvidas procurassem entender as experiências e desafios enfrentados especialmente pelos jovens e se esforçassem para estabelecer uma comunicação eficaz em relação ao mundo online.

Afinal, não é levando o filho sete vezes por semana ao Mc Donald´s que ele vai passar a entender tudo de hamburger ou será um chef renomado. Existe uma ideia ilusória de que um bom usuário da internet estará preparado para o futuro tecnológico, quando na prática é o contrário.

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Os grandes conhecedores do conceito da mídia digital, executivos do Vale do Silício sequer permitem que seus filhos usem celular frequentemente ou mesmo aplicativos que os próprios CEO´s criaram, como, por exemplo, o Tik Tok. Brasileiros que somos, geniais e dominamos todas as técnicas e instrumentos tecnológicos, fazemos o contrário: presenteamos nossos filhos, nossas crianças, quase que atropelando sua juventude, com todo tipo de aparelho que os entretenham para parecermos pais legais e, quem sabe assim, desfrutar um tempo a mais da nossa intimidade.

Será que estamos no caminho certo? Não existe diferença entre ser um “pai legal” e ser um pai leal? Se os dois, lógico, perfeito. Mas geralmente o termo “pai legal” se traveste de uma falsa ideia de que estamos fazendo o melhor para os nossos filhos. E é aí que mora o perigo.

Nós pais somos leais a nós mesmos quando deixamos nossos filhos ficarem 4, 5 horas direto no celular ou no computador? Somos leais ao colégio que necessita que seu filho esteja disposto para aprender e os entregamos exaustos para os professores? Devemos mesmo ter orgulho disso? É isso que a criação que visa fazer uma criança se desenvolver plenamente espera de nós? Certamente que não.

Logo, nós estamos adquirindo uma dívida impagável, diria, insanável com as nossas próximas gerações. Os jovens de hoje estão com o QI menor, atormentados, obesos, distraídos, irritados, anestesiados e, o pior, violentos. Cada vez mais, jovens experimentam pressões relacionadas à imagem corporal, popularidade online e comparação social nas mídias sociais. Essas preocupações já estão afetando a autoestima e bem-estar emocional dessa juventude.

Outro aspecto a ser analisado é a questão do emprego. Avatares estão cada vez mais realizando as funções que o mercado de emprego exige. Então, por qual razão contratar alguém se um avatar pode imitar até mesmo a voz humana?Daí a questão: seremos todos e as próximas gerações dispensáveis para a tecnologia ou a sabedoria, a intuição e a criatividade humanas vão nos salvar desse grande impasse? É ver para crer.

Vou além, será que já não chegou o momento de falarmos não só de alfabetização escolar, mas de alfabetização emocional também? Penso que somente esse caminho pode combater as tecnologias cada vez mais humanizadas em detrimento de pessoas cada vez mais robotizadas.

Marcos Ferreira é advogado há 23 anos, pós-graduado em Direito Penal e MBA em Gestão Pública

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