Virgílio morre em Mulheres de Areia, mas público queria final feliz
Em 1993, parte da audiência torceu por redenção do político corrupto e abusador ao lado de Tônia (Andréa Beltrão)
Publicado em 07/03/2024 às 12:35
Virgílio (Raul Cortez) morre em Mulheres de Areia no capítulo exibido nesta quinta-feira (7) na reprise da Globo. Quando a novela foi exibida pela primeira vez, em 1993, parte do público queria que o vilão, um político corrupto e abusador, tivesse um final feliz ao lado de Tônia (Andréa Beltrão), o que causou espanto nos bastidores.
Reportagem da jornalista Helena Tavares para o Jornal do Brasil, publicada em agosto de 1993, antecipava que Virgílio morreria nos últimos capítulos da trama. O texto aponta que o personagem caiu nas graças do público, algo identificado por Solange Castro Neves, colaboradora da autora Ivani Ribeiro (1922-1995):
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"Recebemos inúmeras cartas pedindo para que a Tônia aprenda a gostar dele e que ambos acabem juntos."
Solange Castro Neves, em agosto de 1993, para o Jornal do Brasil
Na história, Virgílio assedia Tônia desde os primeiros capítulos. Após várias sequências de abuso sexual, o político consegue levá-la para cama em troca de dinheiro: em meados da trama, ele oferece a quantia necessária para pagar o resgate do irmão caçula da moça, que fora sequestrado.
Nem toda a perversidade foi suficiente para que o público reprovasse o personagem. O ator Raul Cortez (1932-2006) também opinou sobre o apelo do vilão com parte dos telespectadores – na ocasião, o veterano definiu este como um de seus melhores papéis em novelas:
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“Acho que é devido à linha cômica que acabei dando a ele. É o tipo da pessoa que vive acuada, sem nunca saber de que lado vão lhe apunhalar. Ataca em todas as frentes e só pensa em alcançar o poder, mas acaba sempre se dando mal. É tão infantil que chega a ser ridículo.”
Raul Cortez, em agosto de 1993, para o Jornal do Brasil
Como Virgílio morre em Mulheres de Areia?
Virgílio morre em uma sequência que começa a ser exibida nesta terça-feira (7). Ele terá um ataque cardíaco ao ser perseguido pelo espantalho, figura que o assombra há tempos. Só depois da morte do vilão, será revelado que Tônia é quem usava a fantasia.
Tônia se vinga do assédio do prefeito, que a perseguiu durante toda a novela, e da morte de Reginho (Fabrício Bittar), contaminado pelo mar da cidade. “Eu jurei. Jurei em cima do caixão do meu irmão que o Doutor Virgílio ia pagar!”, crava após o ocorrido.
A reprise de Mulheres de Areia chega ao fim em 15 de março. A substituta na faixa Edição Especial será Cheias de Charme, de volta na segunda-feira (11). A trama conta a história das Empreguetes, banda formada por Penha (Taís Araujo), Rosário (Leandra Leal) e Cida (Isabelle Drummond).
Assista à abertura de Mulheres de Areia:
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