5 vezes que Zezé Motta expôs o racismo que sofreu
Atriz já expôs inúmeros casos ao longo da vida
Publicado em 10/05/2024 às 06:54
Zezé Motta é a homenageada do especial Tributo na Globo. O episódio vai ao ar na noite desta sexta-feira (10), contando a trajetória de vida e carreira da atriz de 79 anos de idade. Ao longo dessas sete décadas e meia, a artista lutou contra o racismo e não raramente expôs os casos em que sofreu na pele.
A intenção do Tributo é homenagear em vida quem ajudou a contar a história da televisão brasileira. Com seis episódios disponíveis no Globoplay, a Globo vem transmitindo semanalmente o especial.
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Relembre cinco vezes que a atriz que encantou o país nas novelas Beto Rockfeller (1968), Kananga do Japão (1989), Xica da Silva (1996), Sinhá Moça (2006) e dentre outras, expôs o racismo:
"Mudavam de canal", lamentou Zezé Motta
A artista fez um longo desabafo na internet com os ataques racistas que vinha sofrendo em 2015. E recordou quando fez par romântico com Marcos Paulo (1951-2012), época que lidava com o ódio dos telespectadores.
Na novela Corpo a Corpo (1984), interpretava uma jovem de clásse média que tinha um romance com o personagem de Marcos Paulo. A relação não foi bem recebida pelo público. "Teve gente que me dizia: ‘Eu mudo de canal quando você aparece ao lado do Marcos Paulo'", relembrou.
Zezé Motta e Elke Maravilha
A homenageada do Tributo também já expôs uma festa que esteve com Elke Maravilha (1945-2016). Em um embiante de classe média alta, relatou que não havia outros negros além dela.
"Começaram a perguntar por que eu estava ali, quem me levou? Um clima horrível", lamentou.
Zezé Motta e Caetano Veloso
Ao lado de Caetano Veloso, também já vivenciou o racismo. Na praia, Zezé Motta já contou um rapaz que passou gritando: "Pra quem será que ela deu pra fazer sucesso?".
Caetano não se intimidou e enfrentou o cara. "Deu um passa-fora nele, que saiu com o rabo entre as pernas."
Papel higiênico preto foi detonado por Zezé Motta
Em 2017, ela criticou uma marca de papel higiênicos que lançou o produto na cor preta. A campanha foi detonada.
"Não posso achar interessante uma campanha de papel higiênico preto (tá, tudo bem, sem nenhum problema, pois preto é uma cor, até aí, nenhuma ‘criatividade’ como essa me choca mais), ser vendida como ‘Black Is Beautiful’. Respeito, por favor", pediu.
Ela recordou o auge do Black Is Beautiful entre os anos 70 e 80 nos Estados Unidos. Ela classificou o movimento extraordinário e viu que a marca se apropriou disso para vender seu novo produto.
Zezé Motta e porteiro
No especial Falas da Vida, em outubro de 2021, Zezé Motta surpreendeu ao relatar um episódio de racismo que sofreu por parte de um porteiro.
“Teve uma vez em que fui visitar o André Valle (ator, 1945-2008) e o porteiro me apontou a porta dos fundos. Já fui fotografada para um outdoor que foi recusado porque os clientes de classe média não iriam comprar um produto anunciado por uma negra”, denunciou Zezé Motta
O racismo também se manifestou em relacionamentos amorosos da famosa. “Morei três anos com um rapaz e a família dele não me aceitava. Isso interferiu muito na nossa relação quando ele quis casar e ter filhos comigo”, contou. Ela acrescentou: “Tive namorados de todas as cores. Eu vivi com um rapaz branco por cinco anos”.
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