Zezé Motta relembra racismo que ultrapassou ficção: "Coisas horríveis"
Atriz fez par romântico com o ator Marcos Paulo e sofreu ataques na época
Publicado em 17/11/2022 às 10:21
Zezé Motta esteve no Encontro na manhã desta quinta-feira (17) para relembrar parte de sua carreira na Globo e falou sobre os episódios de racismo que sofreu na novela Corpo a Corpo (1984-1985). "Umas coisas horríveis", disse ela ao relembrar algumas frases que ouviu na ocasião.
Patrícia Poeta deu a deixa ao recordar que na trama, ela sofreu ataques racistas que ultrapassaram o limite da ficção. Na história, a atriz fazia par romântico com Marcos Paulo (1951-2011). "Foi uma loucura, uma surpresa super desagradável, pro autor, pro Marquinhos", lamentou.
"O Marcos Paulo chegava em casa e tinha recados na secretária eletrônica dele. Tinha recados, desaforados, revoltados e agressivos. 'Ah, não acredito nesse casal, você beijando aquela mulher horrorosa'".
Zezé Motta
"Teve um homem que foi horrível, fiquei chocada: 'Se a Globo me obrigasse a beijar essa negra feia, lavaria minha boca quando chegasse em casa'. Umas coisas horríveis", revelou. "Mas tinha gente que torcia", amenizou.
O racismo sofrido por Zezé Motta
Em 2015, ela mesma já havia feito um desabafo sobre os episódios de racismo que sofreu ao longo da vida e utilizou Corpo a Corpo para exemplificar. "Fazia uma jovem de classe média que tinha um romance com o personagem do saudoso Marcos Paulo. O relacionamento não foi bem recebido por parte do público. Teve gente que me dizia: ‘Eu mudo de canal quando você aparece ao lado do Marcos Paulo'".
Zezé contou que parte do público nem mesmo acreditava na parceria dos atores na ficção: "Outras pessoas falavam que não acreditavam na veracidade do casal. Na vida real eu tive um namorado branco, e a família dele aceitava. Mas foi só a gente decidir de se casar para começar uma confusão. A mãe dele foi parar no hospital e não teve casamento".
A trajetória de Zezé Motta
Zezé Motta esteve na Globo de 1968 até 2002 praticamente de forma ininterrupta. Depois, foi respirar outros ares como em Metamorphoses (2004) e Floribella (2005). Após isso, voltou À Globo para Sinhá Moça (2006) e e foi novamente para a Record fazer Luz do Sol (2007) e Rebelde (2011).
Nos últimos anos, foi trabalhar também em Portugal na novela Ouro Verde exibida pela Band recentemente, na Netflix e na própria Globo como em Salve-se Quem Puder (2020-2021).