Faustão internado: Novo transplante é arriscado, diz médico
Especialista explica quadro do apresentador, que deve passar transplante de rim 6 meses após receber novo coração
Publicado em 27/02/2024 às 12:06,
atualizado em 27/02/2024 às 12:13
Faustão foi internado na segunda-feira (26) no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, com problemas renais. O apresentador de 73 anos deve passar por um novo transplante, agora de rim, seis meses após o transplante de coração a que foi submetido, no ano passado. A família e a equipe do comunicador ainda não se pronunciou sobre o estado de saúde do veterano.
De acordo com o médico nefrologista Dr. Henrique Carrascossi, ouvido pelo NaTelinha, a nova cirurgia de Faustão é arriscada. Ele explica que a necessidade de um transplante de rim não quer dizer necessariamente que o transplante de coração não deu certo. “Não é uma relação direta”, pontua o profissional da Santa Casa de Araraquara.
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Ele diz que, apesar de não ser comum, é possível que uma pessoa viva bem com mais de um órgão transplantado. E alerta: “Como quaisquer procedimentos cirúrgicos, têm os riscos relacionados, e, no caso do transplante, temos os riscos de rejeição, que hoje em dia são menos comuns, mas temos os riscos de infecções relacionadas à carga de imunossupressão que o paciente recebe”.
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“No caso do Faustão, há riscos sim, pois ele já é transplantado cardíaco e, com a insuficiência renal, ele também apresenta um órgão vital com problemas, o que pode desencadear várias complicações. No caso de um transplante renal, ele com certeza será avaliado sobre as condições do seu corpo como um todo, para que o transplante possa ser feito e tenha sucesso no procedimento”, destaca.
Leia a íntegra da entrevista com especialista sobre o estado de Faustão:
NaTelinha: O que faz um paciente que fez transplante do coração ter que fazer outro de rim? Isso quer dizer que o de coração não deu certo?
Dr. Henrique Carrascossi: O transplante renal é indicado quando as pessoas têm aproximadamente 10% da função dos rins. Nem todos os transplantados de coração evoluem com doença renal crônica e necessitam também de um transplante renal. A necessidade de um transplante de rim não quer dizer que o transplante de coração não deu certo; não é uma relação direta.
NaTelinha: Mesmo fazendo diálise, o paciente pode chegar num quadro de insuficiência renal geral que necessite de transplante? Por que isso acontece? Pela idade?
Dr. Henrique Carrascossi: Todos os pacientes que fazem diálise têm, em média, abaixo de 10% de função dos rins e, se tiverem condições clínicas, devem ser candidatos a um transplante renal, para que possam parar de fazer diálise. A diálise deve ser um período de transição para um transplante. O que acontece é que muitos pacientes em diálise acabam não tendo condições clínicas para suportarem um procedimento de transplante renal e, aí, não podem parar de fazer diálise para se manterem vivos. Sabemos que os idosos são mais afetados por doença renal crônica e precisam estar atentos a isso, fazendo exames de rotina.
NaTelinha: Faustão já tem um transplante e agora precisará de outro. É comum uma pessoa viver com mais de um órgão transplantado?
Dr. Henrique Carrascossi: Não é comum, mas é possível. Geralmente, é feito um ajuste das medicações para não ter rejeição. Logicamente, essa situação é mais arriscada, pois terá que ser submetido a um procedimento cirúrgico e, por ser já imunossuprimido, tem um risco maior de complicações.
NaTelinha: Quais os riscos de um transplante de rim?
Dr. Henrique Carrascossi: Como quaisquer procedimentos cirúrgicos, têm os riscos relacionados, e, no caso do transplante, temos os riscos de rejeição, que hoje em dia são menos comuns, mas temos os riscos de infecções relacionadas à carga de imunossupressão que o paciente recebe. Por isso, se torna um procedimento delicado.
NaTelinha: Qual a importância do rim para o ser humano? E o que pode causar o problema da pessoa necessitar de um transplante?
Dr. Henrique Carrascossi: Os rins são essenciais em várias funções. Entre as principais, temos a filtragem do sangue, eliminando as toxinas do nosso metabolismo; o controle do volume de líquido no nosso corpo; controle da pressão arterial; ativação da vitamina D; produção de hormônios para produção de hemácias na medula óssea; e controle dos minerais e eletrólitos do nosso corpo. A doença renal crônica é a evolução com diminuição das funções dos rins, e as principais causas estão relacionadas ao diabetes e à hipertensão arteriais mal controlados.
NaTelinha: Há perigo nesse quadro do apresentador?
Dr. Henrique Carrascossi: No caso do Faustão, há riscos sim, pois ele já é transplantado cardíaco e, com a insuficiência renal, ele também apresenta um órgão vital com problemas, o que pode desencadear várias complicações. No caso de um transplante renal, ele com certeza será avaliado sobre as condições do seu corpo como um todo, para que o transplante possa ser feito e tenha sucesso no procedimento.
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