Globoplay vai resgatar novela problemática com Regina Duarte
Baixa audiência, processo do autor contra a Globo e mais: relembre Desejos de Mulher
Publicado em 27/02/2024 às 11:45,
atualizado em 27/02/2024 às 15:11
O Globoplay vai resgatar a novela Desejos de Mulher, exibida às 19h da Globo em 2002. Foi um dos trabalhos mais problemáticos na carreira de Regina Duarte na TV – a atriz deu vida à protagonista Andréa Vargas. A produção foi marcada por baixa audiência e problemas nos bastidores.
A informação foi divulgada nesta terça-feira (27) pelo colunista Zean Bravo, do Extra. Desejos de Mulher integra o Projeto Resgate, que traz de volta antigas novelas para o Globoplay. A estreia da trama no catálogo da plataforma de streaming da Globo será em 25 de março.
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Em 2020, José de Abreu acusou Regina Duarte de usar ponto eletrônico na novela “por preguiça de decorar” – os atores viraram desafetos declarados por opiniões políticas. Ele afirmou: “Ela prestava mais atenção a seu ouvido que aos colegas. Há cenas em que entortava a cabeça pensando que iria ouvir melhor”. Também afirmou que a ex-colega mudava o texto durante as gravações.
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Desejos de Mulher foi escrita por Euclydes Marinho, que recentemente processou a Globo exigindo direitos trabalhistas. Foi uma experiência traumática para o autor, que nunca mais fez novelas. Na época, ele tocou a trama com a ajuda de João Emanuel Carneiro, hoje consagrado como novelista.
A princípio, a história girava em torno da rivalidade entre duas irmãs, a bem-sucedida Andréa Vargas (Regina Duarte) e a dona de casa Júlia (Gloria Pires). A tentativa era repetir o sucesso vivido pelas atrizes em Vale Tudo (1988), quando foram mãe e filha antagonistas, Raquel e Maria de Fátima.
Não deu certo. Várias foram as mudanças na história para agradar a audiência. Tanto que a vilã Selma (Alessandra Negrini) ganhou mais destaque e roubou a cena. Mesmo com problemas, a atração conseguiu reverter pouco a pouco a crise no Ibope e acabou por elevar ligeiramente a audiência das sete da noite.
Teve média geral de 33 pontos na Grande São Paulo, cinco a mais que a antecessora, As Filhas da Mãe (2001), e que a sucessora, O Beijo do Vampiro (2002) – ambas fecharam com 28. Não escapou, porém, do título de “pior novela do ano” de 2002, segundo a imprensa, como o próprio autor revelou.
“Eu mexia na trama todo dia. A cada capítulo, a novela tinha uma cara. Ficou algo completamente louco. Os personagens não tinham pé nem cabeça, faziam uma coisa a cada dia. Eu tentei de tudo. Se me falassem que daria certo botar um elefante plantando bananeira, eu botaria. Foi uma maluquice, muito, muito estressante.”
Euclydes Marinho, em entrevista ao livro Autores: Histórias da Teledramaturgia
Marinho, que assinava sua segunda novela solo – a primeira havia sido Andando nas Nuvens (1999), três anos antes –, nunca mais voltou ao gênero. Seguiu para as minisséries, como Capitu (2008), O Brado Retumbante (2012) e Felizes para Sempre? (2015), entre outros projetos especiais na Globo. No ano passado, venceu processo contra a emissora na Justiça.
