Morre Gal Costa, aos 77 anos
Um dos maiores nomes da MPB, cantora morreu nesta quarta-feira (9)
Publicado em 09/11/2022 às 11:17,
atualizado em 09/11/2022 às 12:44
Gal Costa morreu na manhã desta quarta-feira (9), aos 77 anos. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da cantora. A causa da morte ainda não foi divulgada.
A cantora estaria entre as atrações do festival Primavera Sound, que foi realizado em São Paulo (SP) no último fim de semana. Sua participação foi cancelada de última hora porque ela precisada se recuperar da retirada, em setembro, de um nódulo na fossa nasal direita, de acordo com a equipe.
O comunicado emitido pela equipe da artista dizia que ela ficaria afastada dos palcos até o final de novembro, por recomendações médicas. A última apresentação de Gal foi no festival Coala, também São Paulo, em setembro.
Gal já tinha datas confirmadas de shows da turnê As Várias Pontas de uma Estrela marcadas para dezembro e janeiro. Na apresentação, ela revisitaria grandes sucessos da MPB, como Açaí, Nada Mais (Lately) e Sorte.
Ela deixa o filho Gabriel, de 17 anos, e um imenso legado para a música brasileira, com interpretações marcantes para canções como Baby, Barato Total, Meu Nome é Gal, Meu Bem Meu Mal, entre tantas outras.
Relembre a trajetória de Gal Costa
Nascida em 26 de setembro de 1945, em Salvador (BA), Maria da Graça Costa Penna Burgos se tornaria, anos depois, um dos maiores nomes da música popular brasileira. Foi trabalhando em uma loja de discos que conheceu a bossa nova de João Gilberto (1931-2019).
A estreia na cena nacional foi em 1960. Com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia, Gal Costa integraria, ainda adolescente, o grupo Doces Bárbaros. Os artistas despontaram com letras contestadores e melodias revolucionárias para a arte brasileira em meio à ditadura militar.
Participou do álbum Tropicália ou Panis et Circensis, precursor do movimento tropicalista em 1970. No ano seguinte, lançou seu show Fa-Tal, que deu origem a um dos discos mais cultuados da música brasileira.
A capa do disco Índia (1973), que exibia um close na virilha da artista, usando uma tanga vermelha – enquanto a contracapa mostrava seus seios –, causou polêmica e foi alvo da censura federal. Vários de seus álbuns venderam mais de 1 milhão de cópias, como Gal Tropical (1979) e Aquarela do Brasil (1980).
A partir dos anos 1980, já consagrada como uma das maiores cantoras do Brasil, firmou parcerias com outros grandes nomes. Entre os grandes sucessos está Um Dia de Domingo, com Tim Maia.
Também está entre as artistas que mais emplacaram músicas em trilhas de novela. Entre as mais lembradas estão Modinha para Gabriela, tema de Gabriela (1975), e Brasil, marco na abertura de Vale Tudo (1988). Relembre:
Reinventou-se no álbum Recanto (2011), em que flertou com a música eletrônica e o funk carioca. Depois, gravaria com Marília Mendonça (1995-2021) a canção Cuidado de Longe, que integrou o álbum A Pele do Futuro (2018).
O último disco, Nenhuma Dor, lançado em 2021, reuniu duetos com vozes masculinas, como Criolo, Silva e Zeca Veloso.
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