Geisy Arruda se inspira em Neymar e Flordelis em podcast de contos eróticos
Podcast Proibidão tem histórias sobre sequestro e sexo em obras
Publicado em 28/09/2020 às 05:00
Do vestido rosa à vida de escritora, Geisy Arruda coleciona aparições na mídia e se tornou exemplo de como se manter popular após ter sido hostilizada na universidade onde cursou turismo, em 2009. Aos 31 anos, a musa decidiu ousar em outra plataforma, o podcast, porém usando a voz em sua especialidade: contos eróticos.
Autora de dois livros com temática sexual (O Prazer da Vingança e Desejo Proibido), Geisy começou na última semana a narrar transas no Podcast Proibidão. Ela recebeu histórias de alguns de seus 2,6 milhões de seguidores no Instagram e também se inspirou em famosos como o jogador Neymar e a pastora e deputada federal Flordelis, investigada pelo assassinato do marido.
Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, Geisy Arruda conta por que decidiu se aventurar em um podcast e como é ser uma mulher sexualmente livre em uma sociedade machista.
Confira a entrevista exclusiva com Geisy Arruda:
Geisy Arruda - Foto: Pedro Bayo
NaTelinha: Gostaria de saber como será o podcast. Você vai contar histórias dos seus livros ou apenas inéditas?
Geisy Arruda: São três contos por semana, três podcasts. Se eu for contar as do livro, em um mês acabo. São contos inéditos, inclusive o primeiro, Gozando na Quarentena, tem até o "A mãe tá on!", um meme do Neymar [que escreveu "O pai tá on" após um jogo da Champions League], quer dizer que a "mãe" está excitada e quer foder com você. Todos os contos serão atuais, é bom porque brinco com temas do cotidiano, como o isolamento social.
Quais as suas inspirações para criar as histórias? Todas foram baseadas em fatos que aconteceram com você ou fãs costumam enviar casos que rendem contos?
Tenho um conto que fala sobre sequestro e Síndrome de Estocolmo [estado psicológico em que a vítima se apaixona pelo agressor], em que eu me inspirei no filme 365 Dias (2020), justamente para que as pessoas que vão ouvir o podcast achem atual. A Flordelis deu uma entrevista que achei genial, em que antes de o marido morrer eles tinham transado no capô do carro, e eu fiquei com aquilo na minha cabeça, porque nos meus contos foram dentro do carro, nunca no capô, e no podcast eu fiz. Uma seguidora minha disse que tinha transado em uma obra, achei muito legal e fiz um conto sobre sexo com dois pedreiros, a menina passa com uma sainha curta e rosa rebolando na frente deles. Costumo pegar coisas do cotidiano que podem dar uma boa transa, como a Flordelis. Quero muito que meu podcast tenha temas atuais para que as pessoas se identifiquem. Nem todos os contos eróticos são histórias minhas, até porque eu teria que transar muito para escrever três contos por semana, mas a minha base de pesquisa é a internet.
Você precisou aprender alguma técnica de voz para fazer os gemidos e dar o tom sensual?
Se a gente pensar muito em técnica, perde uma coisa muito importante no sexo e na vida: a espontaneidade. Eu tento fazer o mais natural possível, como se eu estivesse realmente vivenciando aquilo. Começo contando com a voz normal, mas melosa e sensual, e os gemidos ficam para o final, que é o ápice da história.
O podcast é mais uma ferramenta para o seu público descobrir outra forma de prazer durante a quarentena? É possível atingir o orgasmo mesmo sem aquele contatinho por causa do distanciamento social?
Sim, não só durante a quarentena, mas sempre. As pessoas me cobravam muito para ter um podcast e eu estava focada só nos livros e nas fotos. Vai ser um tesão, porque vou aprender fazendo. Deu um frio na barriga, fiquei desesperada, saí da zona de conforto, por isso fiz.
E você, Geisy, descobriu novas formas de prazer durante a quarentena?
Depois que descobri meu massageador de clitóris, nunca mais sofri por causa de homem. E ele me ajuda muito, trabalho muito com ele (risos). Gosto de namorar, ter uma pessoa, sou extremamente sociável, mas se não rolar minha vida não para por isso. Tenho minha melhor companhia, que sou eu mesma. Agora não dá para sair, mas quando a vacina chegar a gente vai voltar à ativa. Também comecei a fazer terapia, isso tem me ajudado, tento sempre antes de dormir pensar em coisas boas, mesmo quando não estou em um bom dia.
Você é uma mulher muito bem resolvida sexualmente e deve receber muitas mensagens escrotas nas redes sociais. Inclusive você expõe os machos inconvenientes...
Recebo mensagens de mulheres também. Antes, eu explodia muito facilmente. Tenho um senso de justiça muito grande. Agora, eu respiro fundo, penso, canalizo minha energia. "Será que vale a pena responder?". Antes eu batia a boca mesmo, hoje procuro ser mais fria nesta questão.
A mulher independente sexualmente ainda choca? Por quê?
Toda mulher independente financeiramente e emocionalmente choca um pouco. A mulher foi criada para viver sempre atrás do homem, para ser submissa, dona de casa, boa esposa. Vivemos em um século em que as mulheres são independentes, livres, bem resolvidas. Há a questão religiosa também. Ouvi de uma seguidora que eu estava "achatando o empoderamento feminino". Respondi: "Você sabe o que significa o empoderamento feminino, o que significa uma mulher empoderada, para você virar para mim, que há dez anos luto pelo direito de vestir o que eu quero, de ser o que eu quero, de consumir o que eu quero, de transar com quem eu quero, de viver sozinha?". Sou uma mulher que nunca tive filhos, nunca fui casada, pago minhas contas. Nunca precisei de homem, e espero realmente não precisar, a não ser para me fazer gozar.
As pessoas confundem o feminismo, fazem dele uma coisa ruim, sendo que é muito legal, o direito igualitário entre os gêneros, o homem e a mulher. Não é querer ser melhor ou pior, só igualdade. Sororidade só se viu no Big Brother. Na verdade, as mulheres não são amigas, aliadas, são criadas e vivem como concorrentes umas das outras. Sempre faço questão de elogiar mulheres e fico muito feliz quando recebo elogios de mulheres, porque são verdadeiros e raros. Fico muito feliz.
Já te ofereceram dinheiro para transar? Por que os homens confundem mulher livre com prostituta?
Sim. todas as mulheres recebem, até as que não são famosas são assediadas o tempo todo. Os homens confundem porque são burros, não sabem distinguir ou não querem. Mas a maioria dos homens que me seguem me conhece e me respeita. É uma minoria muito pequena que "confunde", mas a grande maioria sabe exatamente quem eu sou. Deixo muito claro quem eu sou, não tenho nada a esconder.
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