Jojo Todynho desce o sarrafo em político que quer distribuir Ozempic de graça
Eduardo Paes fez promessa polêmica de distribuir o medicamento e especialista explica se isso é viável
Publicado em 03/10/2024 às 17:51
Recentemente, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, fez uma declaração polêmica ao afirmar que distribuiria Ozempic "para todo mundo" como parte de uma proposta para combater a obesidade. A cantora Jojo Todynho, conhecida por suas declarações abertas sobre questões de peso e saúde, criticou duramente essa declaração, afirmando que a obesidade é uma doença que precisa de tratamento adequado e acompanhamento médico, e não de uma distribuição em massa de medicações.
Para entender o que é o medicamento, como ele atua, e se é possível essa distribuição que mais parece uma promessa eleitoreira, conversei com o Dr. Neto Borghi, nutrólogo, especialista em emagrecimento, desempenho físico e distúrbios hormonais, do Instituto SoulMais.
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"Ozempic, que tem como princípio ativo o semaglutida, é uma medicação aprovada para o tratamento de diabetes tipo 2, mas também tem sido amplamente utilizada para controle de peso em pacientes com obesidade. Embora seja uma droga com resultados impressionantes na redução de peso, ela precisa ser prescrita com critérios rigorosos e acompanhamento médico intermitente. Como qualquer medicamento, Ozempic tem indicações e contraindicações, podendo causar efeitos adversos em pessoas sem o acompanhamento médico adequado. Distribuir uma medicação como essa em grande escala, sem critério ou orientação, pode levar a consequências indesejadas, como uso indevido, efeitos colaterais sérios e até agravamento de condições de saúde."
Ozempic já é distribuído na Europa
Em alguns países da Europa, como Alemanha, Dinamarca e Noruega, medicações como o Ozempic são distribuídas gratuitamente para pacientes com indicação médica, especialmente aqueles diagnosticados com diabetes ou obesidade. No entanto, ao contrário do Brasil, esses países mantêm uma rígida regulamentação sobre a venda e uso desses medicamentos. Eles só são vendidos com receita médica e há fiscalização rigorosa para garantir que apenas pessoas com real necessidade clínica possam acessá-los.
"No Brasil, o cenário é diferente. Há uma facilidade muito maior para adquirir o Ozempic sem receita, o que agrava o risco de automedicação e uso inadequado. Portanto, a declaração de Paes levanta preocupações sobre a falta de um planejamento adequado e criterioso para o uso de medicamentos como o Ozempic. A avaliação médica e o acompanhamento é fundamental para garantir que o tratamento seja seguro e eficaz, evitando o uso indevido e o desenvolvimento de possíveis complicações de saúde", conclui o médico.
Então amiguinhos, o que podemos concluir é que: nem o prefeito está totalmente errado, nem Jojo. O que é preciso é uma grande responsabilidade pública-médica e, principalmente, governamental para que todo cidadão que esteja com problemas de obesidade grave tenha acesso ao tratamento médico e medicamentoso. Mas para isso é preciso, antes de tudo, organização e muita responsabilidade.