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Atuação da Semana: Andrea Beltrão encarna Hebe e pensa nos detalhes

Atriz construiu uma personagem inspirada na artista real e pensou em todos os detalhes


Andrea Beltrão como Hebe na série homônima do Globoplay
Andrea Beltrão se destacou como Hebe. Foto: Divulgação

Quando um artista se propõe a interpretar uma pessoa que existiu no mundo real, a tarefa ganha contornos mais difíceis porque a composição não parte do zero. Mas quando a criação se baseia em alguém que faz parte de todo o imaginário popular, a tarefa se transforma em hercúlea. Foi o caso de Andrea Beltrão ao interpretar Hebe na série homônima que está disponível no Globoplay.

A atriz tinha como principal função fazer de forma crível a privacidade de uma personagem que milhões de brasileiros admiraram por décadas e que ainda povoa o imaginário popular por conta de sua vida pública.

A tarefa era dura porque, em casos assim, o telespectador costuma procurar na personagem o que sua memória o atraia na pessoa em questão. E Andrea não caiu na armadilha de tentar ser uma caricatura da Hebe real. Ela criou uma personagem com traços da apresentadora, mas também com vida própria e este foi o grande destaque de sua composição.

Chama muito a atenção que a Hebe de Andrea Beltrão não foi a protagonista da história porque a série optou em utilizar o recurso do flashback para mostrar a construção da carreira da comunicadora mais bem sucedida da história de nossa televisão e, com isso, já famosa, ela virou uma espécie de narradora nostálgica de tudo que já havia vivido.

Atuação da Semana: Andrea Beltrão encarna Hebe e pensa nos detalhes

Não se trata, porém, de afirmar que o tempo presente da série não explorou o talento e histórias próprias de Hebe famosa, o fez, mas com muito menos dramaticidade, e justamente por conta disso é que Andrea Beltrão chamou tanto a atenção. Sem grandes cenas explosivas, ela buscou mostrar um lado da artista que pouca gente conhecia: o humano.

Se a história se preocupou em dar destaque para a vida familiar de Hebe, seja na adolescência ou na vida adulta, Beltrão percebeu que o roteiro lhe era favorável em permitir que a personagem fosse mais humana, mas com os trejeitos da estrela que povoa o imaginário do telespectador. 

Ninguém sabe ao certo como era Hebe fora do ar. Como ela tratava o filho, o marido e como era seu grau de gestos de amor e foi nisso que Andrea se fiou. Ela construiu uma personagem que não tinha os gestos excessivos que marcou Hebe na TV, embora os gestos estivessem presentes em cena, sua interpretação se deu no olhar, nos trejeitos.

Andrea Beltrão é inteligente e uma atriz experimentada. Ela sabe que Hebe foi uma personagem quase que unânime e era uma hipérbole em cena. Por isso, fazer a caricatura de alguém que já era uma caricatura ambulante não era o caminho acertado. Ela foi na contramão, apostou no minimalismo e brilhou. Por isso, ela é a atuação da semana.

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