Opinião

Terra e Paixão: Nudez e sexo podem salvar audiência da novela?

Apelação a cenas eróticas se tornaram mais frequentes na trama da Globo


Cauã Reymond, Barbara Reis e Agatha Moreira em cenas de nudez e sexo na novela Terra e Paixão, exibida na Globo às 21h
Cauã Reymond tem feito cenas picantes com Barbara Reis e Agatha Moreira para Terra e Paixão - Foto: Reprodução/Globo

Terra e Paixão tem usado e abusado de cenas eróticas para impulsionar a repercussão e salvar sua audiência às 21h na Globo. A novela de Walcyr Carrasco tem apelado para sequências de semi-nudez e insinuação de sexo. Mas será que essa velha artimanha ainda é capaz de alcançar o resultado desejado?

A ideia parece coisa do passado, quando o erotismo era a aposta para o sucesso de vários programas de TV. De uns tempos para cá, é fácil o acesso a pornografia explícita na internet. E, por mais ousadas que sejam as novelas da Globo, obviamente elas passam longe de competir com conteúdo pornô.

No passado, a nudez foi apontada como um dos fatores responsáveis por grandes sucessos da teledramaturgia, como a primeira versão de Pantanal (1990), na Manchete. Contudo, o remake produzido pela Globo em 2022, no horário nobre, se mostrou mais pudico, com poucos takes explícitos nos banhos de rio.

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Só que essa tática nunca deixou de estar entre os ingredientes para receitas de sucesso. Do mesmo Walcyr Carrasco, Verdades Secretas (2015) teve sua boa aceitação ligada às polêmicas – e as tramas de conteúdo sexual, ainda com a abordagem da prostituição, despontavam na atenção da audiência.

Tanto que a história ganhou uma continuação em 2021. Essa segunda temporada, lançada primeiro no Globoplay, apresentou o erotismo como seu principal atrativo. Teve sexo selvagem e a três, beijo grego e uma variedade de fetiches, que contribuíram para o bom resultado de audiência, a despeito da dramaturgia fraquíssima.

Reviravoltas pouco coerentes também são aposta em Terra e Paixão

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Voltando a Terra e Paixão, é certo que, mesmo hoje, cenas mais picantes ajudam a impulsionar a repercussão da trama, especialmente nas redes sociais. É uma forma de manter a novela entre os assuntos mais comentados. Consequentemente, é possível que cresça o interesse na trama e, assim, o Ibope deslanche.

A atual novela das 21h tem média de 25,3 pontos na Grande São Paulo. Já é mais do que a média geral de Travessia (2022), que fechou com 24,2, mas ainda está distante de Pantanal, finalizada com 29,6. Em julho, a trama de Aline (Barbara Reis) oscilou entre 23 e 29.

Carrasco dificilmente perde a guerra por audiência, e em Terra e Paixão parece que não será diferente. Além das sequências picantes, o autor tem lançado mão de reviravoltas desde a morte de Daniel (Johnny Massaro) e de uma variedade de novos personagens que já começaram a entrar para movimentar a trama.

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Nessa batalha, o autor não se prende à coerência – o que fica evidente em passagens como o noivado repentino entre Caio (Cauã Reymond) e Graça (Agatha Moreira), por exemplo. O objetivo parece claro: na novela que fica no ar até janeiro, com mais de 200 capítulos, vale tudo para laçar o telespectador.

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