Análise

75 anos da TV brasileira: entre a revolução tech e a crise de conteúdo

Televisão brasileira completa 75 anos e enfrenta sua maior transformação: da TV Tupi a era 3.0


Montagem com Beatriz Segall e Débora Bloch como Odete Roitman
Odete Roitman personagem de Beatriz Segall e Débora Bloch em Vale Tudo- Foto: Montagem/NaTelinha
Por Sandro Nascimento

Publicado em 18/09/2025 às 04:05,
atualizado em 18/09/2025 às 10:22

A televisão brasileira completa 75 anos nesta quinta-feira (18), em meio à sua terceira grande virada tecnológica. Desde a estreia da TV Tupi em 1950, muita coisa mudou: saímos da imagem em preto e branco para a colorida, da transmissão analógica para o digital, e agora entramos na era da TV 3.0, mais interativa, conectada e feita sob medida para cada espectador.

Essa nova fase representa um salto na forma como consumimos conteúdo. A TV 3.0 promete integração com a internet, imagem de altíssima qualidade e recursos que aproximam a experiência da lógica das plataformas digitais. É uma resposta direta ao comportamento do público atual.

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Mas enquanto a tecnologia avança, o conteúdo patina. A televisão vive uma crise criativa séria. Fórmulas repetidas, pouca renovação e dificuldade de dialogar com as novas gerações colocam em dúvida a capacidade do meio de se reinventar.

Um dos sinais mais claros disso é o desaparecimento da programação infantil na TV aberta. O espaço foi substituído por atrações voltadas só para adultos.

Hoje, as crianças crescem no YouTube e nos aplicativos de celular, longe do  hábito de assistir a programação da Globo, Record, SBT e Band. Isso vai ter consequências.

Em vez de se adaptar com inteligência, algumas emissoras apostam no caminho mais fácil. SBT e Record transformaram as manhãs em vitrines da violência, disputando décimos de audiência com sangue, tiroteio e sensacionalismo.

A TV brasileira precisa de novos gênios e mais ousadia

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Programação popular não precisa ser sinônimo de tragédia. Falta coragem para inovar no conteúdo, na linguagem e na forma de se conectar com quem está do outro lado da tela. Precisamos de novos gênios como Boni.

Diante de tudo isso, os 75 anos da televisão brasileira não são só uma data comemorativa. Precisar ser um ponto de virada.

A TV ainda é uma das principais fontes de entretenimento do país, mas precisa se reinventar com urgência. Até pelo ponto de visto econômico, a queda na receita publicitária, a fragmentação da audiência e a migração para o digital estão pressionando modelos atuais do negócio.

O futuro do meio depende da capacidade de unir tecnologia, criatividade e conteúdo que realmente converse com o público. Viva a TV aberta, mas que ela seja cada vez mais aberta ao novo.

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