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Eduardo Ribeiro revela bastidores do convite da Record para assumir o JR: "Surpreso"

Novo âncora do Jornal da Record fala dos desafios, rotina e reencontro com Mariana Godoy na bancada


Eduardo Ribeiro usando terno na bancada do Jornal da Record
Eduardo Ribeiro é novo âncora do Jornal da Record - Foto: Divulgação/Record

Eduardo Ribeiro assumiu no último mês a ancoragem do Jornal da Record, após 27 anos de carreira. Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, o jornalista revelou ter ficado surpreso com o convite e contou que, já no dia seguinte, enviou uma mensagem a Sérgio Aguiar, quem substitui na bancada. Eduardo ainda falou sobre os desafios da nova função, as mudanças na rotina e a retomada de dupla com Mariana Godoy.

“Eu estava pra voltar de férias, dia 03 de junho, quando nosso vice-presidente de Jornalismo, Antonio Guerreiro, me pediu pra voltar já cobrindo as férias do Sergio Aguiar, no JR. Foram duas semanas, ao lado da querida Chris Lemos. No meu último dia, cobrindo as férias, Guerreiro telefonou, fazendo o convite pra eu assumir o JR de vez”, contou o âncora do telejornal mais assistido fora da Globo.

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E completou: “Fiquei surpreso, é claro. Mas aceitei no mesmo segundo. Escrevi ao Sérgio na manhã seguinte e ele me respondeu num áudio muito carinhoso. Tenho enorme admiração pela carreira que ele construiu”.  

Ao NaTelinha, Eduardo Ribeiro definiu a ancoragem jornalística como a construção de uma ponte entre a informação bruta e a curiosidade do telespectador, que muitas vezes já chega à bancada bem informado.  

Para ele, o papel do apresentador é avançar no conteúdo, tornar os temas mais claros e acessíveis — sempre que possível, com leveza e bom humor. Ele também cita Carlos Nascimento, Ricardo Boechat, José Wille, Celso Freitas, Ana Paula Padrão e Roberto Cabrini com seus inspiradores na ancoragem de um telejornal.

“Você precisa ser um ‘repórter na bancada’. Ancorar também é fazer companhia, contextualizando os assuntos, enriquecendo e instigando. Tento fazer isso com humildade, amor e respeito a todo o time que estou representando quando as luzes da redação se acendem.”

Eduardo Ribeiro

Confira a entrevista completa com Eduardo Ribeiro

Você mencionou que estar na bancada do Jornal da Record é a coroação de uma carreira de 17 anos na emissora. O que esse momento representa pessoalmente para você?

Eduardo Ribeiro - Antes, preciso dizer que adoro acompanhar as notícias do mercado de TV por vocês, aqui no Na Telinha. Obrigado pela pergunta. Olha, esse momento meu, de vida e de carreira, tem sido uma benção enorme. É orgulho, alegria e responsabilidade que não cabem no peito. Imagina o que é, pra esse cara de 45 anos de idade, olhar pra trás e perceber que cada pauta, entrevista e cobertura dessa jornada - acabo de completar 27 anos de carreira - , me trouxe até a segunda maior bancada do Brasil.  Alguém que já foi repórter de um dos mais tradicionais telejornais do país agora assume esse mesmo jornal, como âncora. Minha primeira reportagem na Record foi pro JR. Uma série sobre a Tanzânia, no leste da África. Eu tinha 27 anos de idade e acabara de chegar à emissora pra inaugurar a Record News.

Depois que deixei o canal, em 2012, entrei pro núcleo de reportagens especiais do JR. Foram sete anos conciliando as grandes reportagens e a bancada, sempre substituindo nosso querido Celso Freitas na apresentação. Por sete anos, apresentei o JR todos os sábados e também nas férias do Celsão.

Pessoalmente, também, é um momento lindo: venho de quase três anos de Fala Brasil, nas manhãs da Record. Aprendi a dormir mais cedo e passei a amar, de verdade, essa rotina de madrugar pra acordar as pessoas com as notícias. E em casa, estávamos todos acostumados. Eu pude participar muito mais do crescimento da minha segunda filha, Maria Luiza, como não consegui da primeira vez que fui pai, da Beatriz, hoje com 15 anos.

Agora preciso de paciência pra acalmar esse relógio biológico que ainda me faz bocejar, sem querer, sempre que começa a anoitecer. Não vai ser difícil.   

Como foi o convite da Record para ancorar o JR?

Eduardo Ribeiro - Eu estava pra voltar de férias, dia 03 de junho, quando nosso vice-presidente de Jornalismo, Antonio Guerreiro, me pediu pra voltar já cobrindo as férias do Sergio Aguiar, no JR. Foram duas semanas, ao lado da querida Chris Lemos. No meu último dia, cobrindo as férias, Guerreiro telefonou, fazendo o convite pra eu assumir o JR de vez.

Fiquei surpreso, é claro. Mas aceitei no mesmo segundo. Escrevi ao Sérgio na manhã seguinte e ele me respondeu num áudio muito carinhoso. Tenho enorme admiração pela carreira que ele construiu e sei que logo vai voltar a nos fazer companhia na telinha

Eduardo Ribeiro revela bastidores do convite da Record para assumir o JR: \"Surpreso\"

Quais profissionais são seus inspiradores na ancoragem de um telejornal?

Eduardo Ribeiro - Desde meu mestre, José Wille, lá na rádio CBN de Curitiba, até o genial amigo Ricardo Boechat, que substituía no Jornal da Band, foram muitas referências próximas e diárias. Fui âncora de rádio e levo um pouco disso até hoje para os telejornais que apresento. Você precisa ser um "repórter na bancada", como me disse uma vez a Ana Paula Padrão. Apresentamos algumas vezes o JR juntos, lá em 2012. Ela também foi e é inspiração. 

Mas Carlos Nascimento, Celso Freitas e Roberto Cabrini são espelhos permanentes pra esse curitibano aqui que completa, ano que vem, 20 anos vivendo em São Paulo.    

Como está sendo retomar a parceria com Mariana Godoy no Jornal da Record?

Eduardo Ribeiro - Olha, é uma surpresa boa, viu? Ainda mais por saber que teremos a Chris Lemos com a gente também. Todos no mesmo estúdio. Mariana e eu já tínhamos quase três anos de entrosamento diário no Fala Brasil. E a Chris é parceira querida de Record há quase duas décadas. Dividimos muitas coberturas especiais juntos. É um time dos sonhos, pra mim.

Como foi o processo de transição do Fala Brasil para o principal telejornal da Record? Houve algum preparo específico ou mudança na rotina? 

Eduardo Ribeiro - Tenho dormido menos do que dormia fazendo o Fala, acredita? Então, não teve transição. É começar e seguir em frente. Mas jornalista já se acostuma com a loucura de mudanças de horário.

Tô apanhando um pouco pra baixar a bola e conseguir dormir assim que chego em casa, umas 22h. Pra também não passar das 7h30 da manhã na cama.Mas pra quem acordava 4h30, tá tudo bem, né? rs Mudamos a Malu de horário na escola pra eu curtir ela em casa, durante as nossas manhãs. E bora pra próxima!

Você pediu paciência ao público para continuar aprendendo ao lado deles. Quais são os principais desafios que você enxerga nessa nova missão?                                                                                                       

Eduardo Ribeiro - Aprender é sempre bom demais. Quero fazer por merecer pra que essa parceria seja longeva. E é quando você chega numa posição como essa, no maior jornal da casa, que precisa acender um alerta, na mente e no coração. Você nunca vai saber tudo, nem ser melhor que ninguém. Humildade pra aprender com a equipe e com o público é o primeiro passo pra construir uma jornada rica e próspera. Eu quero fazer isso. 

O jornalismo vive um momento de transformação com as redes sociais e a velocidade da informação. Como você enxerga o papel do âncora nesse novo cenário?                                                                   

Eduardo Ribeiro - Ancorar um jornal, pra mim, é construir uma ponte inteligente entre a produção bruta de cada notícia e a curiosidade do telespectador por aquilo que vai ser entregue. Sabendo que, muitas vezes, ele já entende bastante sobre o assunto, porque passou o dia sendo bombardeado no celular por manchetes e versões.

Então, nosso compromisso precisa ser o de, no fim do dia, avançar, descomplicar, esclarecer. E sempre que possível, com bom humor. Adoro rir na bancada, quando a notícia permite. Ancorar também é fazer companhia, contextualizando os assuntos, enriquecendo e instigando. Tento fazer isso com humildade, amor e respeito a todo o time que estou representando quando as luzes da redação se acendem.

Ao longo da sua trajetória, você cobriu eventos marcantes. Como essas experiências moldaram sua visão sobre o jornalismo e sua responsabilidade como comunicador?                                                 

Eduardo Ribeiro - Reportar, ao vivo, nunca é fácil. Quando existem, então, centenas de famílias revoltadas e em luto, ali, pertinho de você, como foi na Boate Kiss, por exemplo, em 2013, chega a ser assustador. Eu praticamente ancorei o JR de lá.

Olhava pro lado e via o William Bonner, apresentando o JN. Do outro lado, a Ana Paula Padrão. Cada cobertura difícil constrói um pedaço do profissional que você se torna. 

Foi assim também no desastre da serra Fluminense, com incontável número de mortos, em 2011. Em grandes julgamentos como os do goleiro Bruno ou do casal Nardoni. O impeachment da Dilma em 2016, foi desafiador. A morte de Fidel Castro, no mesmo ano, foi uma loucura de logística. Brumadinho, as coberturas eleitorais, os debates... é tanta coisa que a Record já me permitiu fazer, que só posso dizer muito obrigado e contem comigo! 

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