Coluna do Sandro

Sem Globo, desfiles das escolas de samba do Rio teriam falido

Carnaval do Rio enfrenta uma crise e precisa se renovar


Alex Escobar e Fátima Bernardes
Divulgação

No final do ano passado, a Globo assegurou os direitos para transmitir os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro até 2026. A emissora e as agremiações possuem uma estreita relação há anos, que em muitas ocasiões é alvo de maledicência de políticos e até mesmo de lideranças do Carnaval. Tirando o excesso e as neuras da teoria da conspiração, o fato é que a Globo vem se tornando o pilar para que ainda exista a festa que exalta a cultura nacional e cartão postal do país.

Só o canal tem uma vitrine poderosa capaz de tornar qualquer desconhecido numa ilustre personalidade, disputada nas melhores festas da high society do dia para a noite. Historicamente, utiliza sua programação para alavancar as escolas e os desfiles de domingo e segunda de Carnaval.

No intuito de fomentar a vitrine para as escolas, são inseridos clipes de sambas-enredo ao longo da grade, matérias especiais nos telejornais e participação de componentes das agremiações em programas. Além disso, a Globo investe milhões no Globeleza para que o produto tenha qualidade, e posteriormente, uma fácil adesão do mercado publicitário.

Um bastidor interessante: Neste ano, quando a prefeitura da cidade do Rio jogou contra os desfiles das escolas de samba, tendo o viés religioso como pano de fundo e interesses ocultos de concorrência de TV por trás da decisão, a Globo precisou adiantar, de uma só vez, todas as cotas de patrocínio destinadas às agremiações, que normalmente sempre entrou nos cofres parcelado.

Saudosismo da Rede Manchete

Sem Globo, desfiles das escolas de samba do Rio teriam falido

Como dona dos direitos de transmissão do Carnaval e visando um produto cada vez mais moderno e interessante para sua audiência, a Globo vem tentando mudar regras dos desfiles. Mas a resistência entre dirigentes cabeças-brancas é muito forte. Ficam num saudosismo da Rede Manchete numa época em que a internet é uma realidade e a maior ameaça na liderança do canal líder.

A Globo não tem culpa que mesmo depois de anos, as escolas de samba ainda dependam financeiramente do seu dinheiro e de outros meios de arrecadação, não tão claros, para viabilizar os desfiles no sambódromo.

Hoje, o jovem trocou a avenida pelo Carnaval de rua. A nova geração acha os desfiles na TV chatos, longos e repetitivos. Para mudar este cenário e não deixar, definitivamente, o samba morrer, os dirigentes precisam compreender a necessidade de renovação. Essa deveria ser a meta para o próximos anos das escolas de samba. A principal vitrine da TV está ao lado deles, mas precisam utilizá-la de forma mais inteligente.

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