Coluna do Sandro

Como Ana Maria Braga ensinou a fazer TV através de uma chicória e um viral


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Reprodução / TV Globo

Iniciar a formatação de um novo programa na TV aberta é sempre um grande desafio até para os mais experientes diretores da área.

Nada do que foi decidido sobre seu conteúdo no interior da sala de reuniões é certeza de que vai permanecer no ar, tudo depende da imprevisível aceitação do telespectador.

Remando neste mar de incertezas, o primeiro caminho em busca do sucesso é descobrir exatamente para qual público a nova atração pretende dialogar. Masculino, feminino, jovens ou dona de casa, e em se tratando de TV aberta, acima de qualquer definição inicial, precisa ser popular.

Na edição da última sexta-feira (01) do "Mais Você", Ana Maria Braga ensinou como mantém durante tanto tempo seu programa na Globo com um destaque na audiência, na área comercial e com repercussão. Tudo com apenas uma chicória e um viral.

O público matutino de Ana Maria, em sua grande parte, é formado por donas de casa. Respeitando seu perfil e ao mesmo tempo buscando sempre um frescor na tentativa de agregar um novo público, a apresentadora repercutiu uma reportagem que viralizou na web, entre a audiência mais jovem, nesta semana. A pauta era a aposentada carioca Joana, a mulher que não encontrou "sua chicória" nos hortifrutis, durante a paralisação dos caminhoneiros.

Nesta edição do "Mais Você", Ana Maria Braga demonstrou o motivo da sua consolidada carreira na Globo e ensinou para os mais atentos como fazer TV aberta.

Foi divertido, curioso, chamou a atenção da parcela mais jovem do telespectador e seu público fiel, a dona de casa, continuava se identificando com o que estava sendo exibido.

Uma aula de como produzir um conteúdo para televisão apostando na simplicidade, atendendo a demanda do perfil do seu telespectador, não segmentando na TV aberta, porque ele atingia um novo público. Um primor.

Não bastando isso, o programa que tinha se pautado pela repercussão da internet, conseguiu retornar com o tema à rede. Ana Maria Braga interagiu com sua audiência, questionando sobre as opções de tipos de chicória no país.

Ainda nesta mesma edição, o "Mais Você" trouxe outra história de um viral na internet. Uma senhora que tinha ignorado seu repórter durante uma reportagem numa feira em São Paulo. Outro momento conversão de plataformas, com êxito.

E a história da “dona chicória"? Bem, como tudo na TV precisa ter seu final feliz, ela ganhou um cesta lotada da verdura, que vai afastá-la por uma semana dos hortifrutis.

Infelizmente, hoje o grande problema entre as equipes de TV aberta é teimar na produção de conteúdo segmentado.

Um exemplo disso é o novato "Superpoderosas", da Band, criado para discutir o empoderamento feminino. Na última quinta-feira(31), a produção utilizou 1/4 do do seu tempo para discutir "a melhor luz para uma selfie" e "truques para arrasar nas redes sociais".

A audiência do "Superpoderosas" traduz se a formatação dos temas percorre o caminho certo. Varia entre 0,1 e 0,4 ponto na Grande São Paulo. O programa não é ruim, só está sendo produzido para a plataforma errada.

A TV não é internet, TV fechada é segmentada, TV aberta é a massa. São três regrinhas básicas que tem muita gente envolvida no meio que ainda insiste em esquecer.

Em compensação, Ana Maria Braga está aí, ensinando como fazer um programa feminino, líder de audiência, usando, abusando e surfando na linguagem correta do seu target na TV aberta.

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