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Decepção do ano, "X Factor Brasil" tem poucos pontos positivos

Antenado


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Fotos: Divulgação/Band

Formato existente desde 2004 e criado pelo multiprodutor Simon Cowell, o "X Factor" demorou inacreditáveis 12 anos para ganhar uma versão nacional. A Band se encarregou disso, e chegando na fase de shows ao vivo, nesta segunda-feira (24), é possível tomar conclusões sobre a atração.

Por mais que o formato seja ótimo, e de fato é, me parece que houve uma adaptação ruim para o público brasileiro. O primeiro grave erro, e o mais sentido, é a escolha dos jurados.

Rick Bonadio, conhecido produtor, não tem agregado muita coisa nas suas falas. Ele teve desempenhos bem melhores em outros realities como "Ídolos" e "Popstars". Confesso que fiquei um pouco decepcionado com suas escolhas e sua postura até aqui.

A maior decepção, na verdade, chama-se: todos os jurados. Ninguém se salva. Di Ferrero não tem capacidade alguma de julgar. Elogia demais, parece ter medo de pegar pesado quando necessário e "destruir sonhos".

Já Alinne Rosa é incoerente. Hora faz a linha fofa, hora decide imitar o que Clauda Leitte faz no "The Voice Brasil" e irrita muito: caras e bocas sem nexo algum. Se colocar imagens uma do lado da outra, parecem irmãs gêmeas fazendo as mesmas poses.

Por fim, Paulo Miklos, que na teoria era alguém que deveria ser mais justo musicalmente falando, também parece temer soltar algum tipo de crítica e passar a fama de "lobo mal". No "X Factor", ninguém quer ser o carrasco, só o bonzinho. Um júri tem que ser justo. Bom e mau ao mesmo tempo.

Fernanda Paes Leme tem carisma sobrando, mas ainda estava nitidamente crua para apresentar sozinha uma atração. Na edição ao vivo, errou algumas vezes basicamente e problemas de áudio pioraram seu desempenho. Não foi uma má escolha, mas não a deixaria sozinha no palco. Ainda não tem cacife. Mas tem potencial.

Sobre os candidatos, a grande maioria é bem abaixo da média. Aliás, assusta como vários deles chegaram tão longe. Cito aqui os exemplos de Heloá Holanda, grupo Ravena, Conrado e Christopher Clark. E o mais impressionante é que os três que citei não foram eliminados nesta segunda. Confesso que me impressionei negativamente.

O "X Factor Brasil" tem fotografia bonita, boa produção e até uma direção de imagem bem competente. Mas o seu conteúdo deixa muito, mas muito a desejar em relação a versão original. Merece a audiência abaixo da crítica que tem. É a decepção do ano, com alguma folga. Não acho que mereça uma segunda temporada, vide o que foi mostrado nesta primeira.


Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, é responsável por reportagens variadas e especiais. Ainda assina as colunas "Antenado", sobre TV aberta, e "Eu Paguei pra Ver", sobre TV por assinatura. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

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