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"Link Record News" serve para mostrar que emissora ainda resiste

Novo telejornal se baseia em reprises, mas é alento após fase sem novidades


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Divulgação

No ar desde 2007, a Record News teve uma estreia repleta de moral, com direito a presença dos chefes de todos os poderes da República em sua inauguração. O grupo que bancava a transformação da Rede Mulher na primeira emissora de notícias da televisão aberta vivia o seu auge na busca pela liderança do mercado.

Toda essa expectativa foi inicialmente correspondida. Pouco depois, em 2008, quando os casos Isabella e Eloá comoveram o Brasil, o canal não foi exceção dentre a unanimidade da mídia na época e aproveitou as coberturas para conseguir significativos picos, algumas vezes até superando a emissora “mãe”.

Depois, de significativo somente a contratação de Heródoto Barbeiro em 2011, para o lançamento do “JR News”, que começou empolgando com um repleto time de colunistas e inovações como até a participação de um humorista, que pouco a pouco foram sendo cortadas.

Desde então, a opção do canal tem sido reprisar as notícias indefinidamente, sem uma grade mais forte estabelecida. Passou a existir quase que por inércia, salvo raras ocasiões, como a boa cobertura do Pan de Toronto.

Para quebrar esse estado praticamente vegetativo, estreou na última segunda-feira (10), o “Link Record News”, novo telejornal que conta com duas edições diárias, às 11h e 15h.

Ancorado por Clébio Cavagnolle e Lidiane Shayuri, o novo espaço não foge muito do conteúdo do “Hora News”, que se baseia majoritariamente em reprises do “Fala Brasil” e do “Jornal da Record”.

O grande diferencial é o aprofundamento dessas matérias em discussões no estúdio, usando a interatividade para aproximar o público e aprofundar de fato um debate, não somente tentar colher elogios na segunda tela.

A participação direta e instantânea dos telespectadores via internet fica facilitada pelo canal não impor um aplicativo ou site próprio para esse canal de comunicação. O grande acerto é em ir atrás do público nas redes em que ele já é nativo.

Com essa conversa tendendo a ficar cada vez mais natural e aberta com o passar das edições, o “Link” não deve proporcionar maiores revoluções, mas é um respiro de empenho para mostrar que a Record News ainda vive e demarcar o seu espaço de um jornalismo popular sem apelação.

Em tempos de crise, um investimento quase nulo mas bem embalado já é suficiente para empolgar. E quem sabe não motive um efeito dominó para que a emissora volte a aproveitar todo o seu potencial?
 

No NaTelinha, o colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

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