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Baixa audiência do "CQC", definitivamente, não é culpa do programa

Antenado


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Fotos: Divulgação

Há algumas semanas, tenho acompanhado de perto o "CQC". Havia visto muitos elogios de amigos pelo Twitter e decidi dar uma chance para esta nova temporada.

Confesso, era fã do "CQC" há dois anos. Era, porque a qualidade da atração caiu consideravelmente desde 2013. Em 2014, houve seu auge de queda de conteúdo - e quem diria, Dani Calabresa não agregava em nada ao programa.

Em 2015, uma reformulação foi feita, entrou muita gente nova e Dan Stulbach virou o âncora da atração, no lugar de Marcelo Tas. As mudanças e o retorno de Rafael Cortez não me chamaram a atenção, e não me animei a ver. Porém, os elogios me chamaram a atenção e desde o início de maio, tenho acompanhado atentamente. Hoje, me culpo por não der dado uma chance no passado.

O conteúdo do "CQC" ficou essencialmente mais jornalístico, e dos bons. Com pitadas de humor, sarcasmo e ironia como sempre, mas as matérias de denúncias e quadros mais "punks" como o "CQC Haters" são os destaques desta nova fase.

Falando no "CQC Haters", o quadro é disparado a melhor ideia do programa nos últimos anos. O auge do quadro foi na última segunda (08), onde Juliano Dip - que é disparado o melhor repórter desta fase, dando uma abordagem totalmente nova ao "Proteste Já!" - encarou um homem que insultou um haitiano negro que veio trabalhar no Brasil.

Mesmo com o bom desempenho no conteúdo, a audiência não subiu - ao bem da verdade, se estabilizou nos 2,5 pontos, o que ainda é pouco -. Mas desta vez, a culpa não é do programa.

De fato, o conteúdo mudou pra melhor, Dan está mais seguro na apresentação e a criatividade voltou. O "CQC" fez algo que o "Pânico" não conseguiu: se reformulou sem mudar sua estrutura-base.

Enquanto o primeiro manteve o jornalismo como matéria-prima e ia pro lado do humor, o segundo saiu do humor e virou um programa de formatos ruins. Perdeu a essência e a renovação não tem sido a mais adequada.

Hoje, o "CQC" merece números melhores, pela sua qualidade. O programa voltou a ser, sem sombra de dúvidas, a melhor opção para as segundas à noite.


Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, além da coluna “Antenado”, assinada todos os sábados, é responsável pelo “Documento NT” e outras reportagens. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

 

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