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O fôlego que "A Fazenda" ainda pode dar à Record

Enfoque NT


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Reprodução

Embora o auge de formatos de reality-show de confinamento já tenha passado há muito tempo, é evidente que ainda há algum fôlego para eles.

A Fazenda”, por exemplo, estreou no último domingo (14) com dois dígitos e no episódio de ontem, se manteve próximo a isso. Claro que está muito distante do desempenho da primeira edição, por exemplo, mas dar quase 10 pontos no horário nobre bastante concorrido, com uma fórmula utilizada à exaustão, principalmente pela Globo que faz uso do seu “Big Brother” há 12 anos, não é tão fácil.

Falando em “Big Brother”, a cada temporada que passa, o reality atinge novos recordes negativos e a tendência é que isso se repita no próximo ano, sobretudo com a péssima audiência da novela das nove.

Cada emissora tem seus padrões, e “A Fazenda” vem sendo há algum tempo o respiro que a Record precisa na hora certa. Diariamente, o reality substituiu a reprise de “José do Egito”, que marcava entre 8 e 10 pontos no horário. Logo, “A Fazenda” e o “BBB” não estão caindo na mesma proporção no quesito audiência.

Enquanto o “Big Brother” quebra recordes de faturamento, já que somente nesta temporada a Globo comercializou seis cotas de patrocínio, com cada uma que rende a emissora uma bagatela de quase R$ 27 milhões, gerando cerca de R$ 160 milhões apenas com patrocínio, sem contar as ações de merchandising e anúncios individuais.

Na contramão, “A Fazenda” tem tido dificuldades em vender suas cotas. Até o momento, foram vendidas três. Até o começo do mês, conforme noticiado pelo NaTelinha, nenhuma havia sido fechada. É reflexo das baixarias e “guerras de cuspes”. Dificilmente um anunciante quer associar sua marca a este tipo de conteúdo.

O lucro poderia ser maior, mas unindo o fato das baixarias das últimas edições e o investimento do mercado concentrado na Copa do Mundo em 2014, sem dúvida poderia ser pior. No que se reflete à audiência, repito, ela tem sido bastante satisfatória levando em conta as atuais circunstâncias. Ficar ali na casa dos 10 pontos é lucro.

Longe do desgaste?

Entre 2001 e 2002, o país viveu uma verdadeira febre com esses realities de confinamento. A Globo apressou a estreia do seu “Big Brother” para concorrer com a “Casa dos Artistas”, que foi uma mania nacional. Mas Silvio Santos usou e abusou da fórmula, e acabou se desgastando na terceira edição, em 2002.

Em 2004, ao contrário do que muita gente pensa, não houve uma quarta edição da “Casa dos Artistas”. O “Protagonista de Novela” era um formato hispânico. O nome foi mantido para tentar causar algum impacto e interesse nos telespectadores, o que não aconteceu, já que foi um verdadeiro fiasco.

Em 2009, Alexandre Frota levou a ideia até a Record para produzir “A Fazenda”. E deu certo. O reality movimentou a televisão e foi, guardado às devidas proporções, um estrondoso sucesso. Não caminha para a sétima edição à toa.

A direção de Rodrigo Carelli (o mesmo da “Casa” do SBT) também foi essencial pra isso. Fica difícil prever quando vai terminar, mas, particularmente, acredito eu que tanto “A Fazenda” como o “Big Brother” vão sucumbir em no máximo quatro anos e dar lugar a novos formatos. Especialmente o reality da Globo que vem em franco desgaste há mais tempo.

Enquanto isso não acontece, “A Fazenda” tem a missão de dar fôlego à programação da Record, e vem conseguindo fazer isso, não só quando ele vai ao ar, mas também abastecendo os outros programas da casa com conteúdo. Ainda tem alguma lenha pra queimar.
 

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