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Tiago Leifert não merece ser julgado por fazer o que o consagrou


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Divulgação/TV Globo

A invasão de torcedores sul-americanos nas sedes da Copa do Mundo causou um misto de inspiração pela intensidade com que incentivam suas equipes e de medo pelas confusões que armaram, como a invasão do Maracanã por chilenos.

Como se vê anualmente nas partidas de Libertadores da América terminando nas já famosas “cenas lamentáveis”, os nossos colegas de continente tem sangue quente. Até mesmo com fatos banais.

Banais, aliás, são as brincadeiras no esporte da Globo, especialmente na edição paulista do “GE”.
 
Tiago Leifert chegou ao comando da atração em 2009 com o objetivo de torná-la mais informal e assim estabilizar a audiência entre os jovens. Conseguiu.

O apresentador nunca negou que considera o esporte uma forma de entretenimento. Sem passar do ponto, já fez uma edição completamente com notícias falsas em um primeiro de abril e se fantasiou de vampiro em um Halloween.

O estilo acabou sendo reproduzido em diversas outras praças. E os alvos foram os mais diversos, sendo que geralmente receberam as brincadeiras de forma agradável.

Uma das mais tradicionais vem do "Fantástico", onde quem marca 3 gols pede música. Até hoje, somente 1 jogador recusou a “honraria”. Foi o hermano Herrera, que não respondeu aos pedidos dos repórteres após seu hat-trick no primeiro turno do Brasileirão 2012.

Ainda em 2012, outra confusão envolveu já a edição paulista do “Globo Esporte”.

Hernán Barcos se revoltou ao ser abordado pelo repórter Léo Bianchi com fotos que mostravam a sua semelhança física com o cantor Zé Ramalho. “Filho da p... Não estou aqui para brincadeira. Essas coisas que não vêm ao caso”, disse na ocasião.

Dessa vez, a polêmica começa em torno de um chileno. Jorge Valdivia se revoltou ao ser comparado com Leifert pelos longos períodos que ambos passam longe de suas atividades por causa de problemas físicos.

O meio-campista do Palmeiras foi ao Twitter xingar Tiago e acendeu também a fúria de parte da torcida do time.

É pelo menos estranho que as três explosões mais notáveis contra as gracinhas globais venham de estrangeiros.

O choque cultural pode ser motivo para simplesmente não apreciar essa linha, mas quando se chega à falta de educação explícita, é sinal de que os visitantes precisam de parcimônia, afinal, nada foi feito fora do script já encarado de forma mais leve por inúmeros atletas.

Afinal, dificilmente o estilo que já rendeu frutos como a “Central da Copa” teria tido êxito sem esses toques controversos.

 

No NaTelinha, o colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

 

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